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Em derrota para Trump, juiz reduz alcance de restrição de viagens

2.fev.2017 - Área de desembarque internacional do aeroporto de Boston, nos EUA - M. Scott Brauer/The New York Times
2.fev.2017 - Área de desembarque internacional do aeroporto de Boston, nos EUA Imagem: M. Scott Brauer/The New York Times

Dan Levine e Mica Rosenberg

14/07/2017 08h00

A restrição temporária à entrada nos Estados Unidos para pessoas de seis países de maioria muçulmana imposta pelo presidente Donald Trump não pode impedir que avós e outros parentes de cidadãos norte-americanos entrem no país, decidiu um juiz na quinta-feira (13).

A decisão do juiz Derrick Watson, de Honolulu, no Havaí, também abre a porta para mais refugiados e representa uma nova derrota jurídica para Trump em um longo processo sobre um decreto presidencial que já chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos.

O Estado do Havaí havia pedido que Watson interpretasse uma decisão da Suprema Corte que reviveu partes do decreto presidencial do dia 6 de março que proibia a entrada de cidadãos do Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen por 90 dias, assim como de qualquer refugiado por 120 dias.

No mês passado, a Suprema Corte disse que a restrição poderia entrar em vigor, mas que qualquer pessoa de um desses seis países com um "relacionamento verdadeiro" com um cidadão ou entidade norte-americana não seria barrada.

O governo Trump interpretou essa decisão para permitir que esposas, pais, filhos, noivos e irmãos entrassem no país, mas barrou avós e outros familiares, em uma medida que Trump chamou de necessária para prevenir ataques.

Watson criticou duramente a definição do governo Trump de relações familiares próximas como a "antítese do senso comum", em uma decisão que muda a forma como a restrição pode ser implementada.

"O senso comum, por exemplo, dita que familiares próximos sejam definidos para incluir avós. De fato, avós são a personificação de familiares próximos", escreveu.

Uma porta-voz do Departamento de Justiça não quis comentar.

(Reportagem de Dan Levine em San Francisco e Mica Rosenberg em Nova York; Reportagem adicional de Andrew Chung em Nova York)