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Hamas dissolve governo em Gaza e concorda com novas eleições

Cadetes da ala armada do Hamas islâmico palestino marcham na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (15.set.2017) - Said Khatib/AFP Photo
Cadetes da ala armada do Hamas islâmico palestino marcham na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza (15.set.2017) Imagem: Said Khatib/AFP Photo

Mohamed el Sherif

Da Reuters

17/09/2017 10h15

O grupo palestino islâmico Hamas disse neste domingo que dissolveu sua administração em Gaza e que concorda em realizar eleições gerais para acabar com uma prolongada disputa com o movimento Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.

A última eleição legislativa palestina foi realizada em 2006, quando o Hamas obteve uma vitória surpresa, que preparou o terreno para uma ruptura política. Hamas e Fatah travaram uma curta guerra civil em Gaza em 2007 e, desde então, o Hamas governou o pequeno enclave costeiro.

Inúmeras tentativas desde 2011 para reconciliar os dois movimentos e formar um governo com partilha de poder em Gaza e na Cisjordânia falharam até agora. Hamas e Fatah concordaram em 2014 em formar um governo de reconciliação nacional, mas apesar deste acordo, o Hamas continuou a governar a Faixa de Gaza.

O Hamas disse em um comunicado neste domingo que dissolveu seu governo, que permitirá que o governo de reconciliação funcione em Gaza e que concorda em realizar eleições e entrar em negociações com o Fatah.

Mahmoud Aloul, uma autoridade sênior do Fatah, deu boas-vindas cautelosas à posição do Hamas. "Se esta é uma declaração do Hamas, então é um sinal positivo", disse ele à Reuters. "Nós, no movimento Fatah estamos prontos para implementar a reconciliação".

Com a esperança de pressionar o Hamas a abandonar o controle de Gaza, Abbas cortou os pagamentos a Israel pela eletricidade que fornece a Gaza. Com isso, a eletricidade frequentemente tem sido ofertada por menos de quatro horas por dia, e nunca mais de seis.

Representantes de Abbas, que estão em Nova York em função da Assembleia Geral da Nações Unidas nesta semana, não puderam ser contatados para comentar.