EUA buscam diplomacia direta com Coreia do Norte apesar da rejeição de Trump
Os Estados Unidos estão buscando discretamente a via da diplomacia direta com a Coreia do Norte, disse uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado norte-americano na terça-feira (31), apesar da afirmação pública do presidente dos EUA, Donald Trump, de que tais conversas são perda de tempo.
Usando o chamado "canal de Nova York", Joseph Yun, negociador norte-americano para a Coreia do Norte, vem fazendo contato com diplomatas da missão de Pyongyang na Organização das Nações Unidas (ONU), disse a autoridade.
Embora o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, tenha dito em 17 de outubro que continuará os "esforços diplomáticos... até a primeira bomba cair", os comentários da autoridade à agência de notícias Reuters foram o sinal mais claro de que os EUA estão debatendo diretamente questões que vão além da libertação de prisioneiros norte-americanos, apesar de Trump ter rotulado tais conversas como improdutivas.
Mas não há sinal de que as comunicações de bastidores tenham melhorado um relacionamento exasperado pelos testes nucleares e de mísseis balísticos norte-coreanos, pela morte do estudante universitário norte-americano Otto Warmbier dias depois de ser solto por Pyongyang e pela detenção de três outros norte-americanos.
Uma troca de insultos beligerantes entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, despertou temores de um conflito militar.
As notícias sobre um engajamento discreto com o regime chegaram a despeito dos comentários de Trump, dos avanços dos programas de armas da Coreia do Norte e das insinuações de algumas autoridades dos EUA e da Coreia do Sul de que as interações de Yun com os norte-coreanos foram refreadas.
"Elas não foram limitadas de forma nenhuma, nem na frequência nem na substância", disse o funcionário do Departamento de Estado.
Entre os pontos que Yun abordou com seus interlocutores norte-coreanos está "parar de testar" bombas nucleares e mísseis, afirmou o funcionário.
No início da Presidência de Trump, as instruções de Yun se limitavam a procurar a libertação de prisioneiros de seu país.
"Agora é um mandato mais amplo", segundo a autoridade do Departamento, que não quis dizer se foi concedida autorização para tratar do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang. (Reportagem adicional de Patricia Zengerle)
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