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Rússia "provavelmente" promoverá mais ataques cibernéticos contra eleições, diz chefe da Inteligência dos EUA

O presidente russo, Vladimir Putin - Alexei Nikolsky/AP
O presidente russo, Vladimir Putin Imagem: Alexei Nikolsky/AP

Patricia Zengerle e Doina Chiacu

Em Washington

13/02/2018 16h14

A Rússia provavelmente promoverá mais ataques cibernéticos contra eleições nos Estados Unidos, disseram líderes da comunidade de inteligência dos EUA nesta terça-feira, meses antes de eleições locais e para o congresso do país em novembro.

Agências de espionagem dos EUA informaram no ano passado que haviam determinado que a Rússia utilizou ataques hackers e propaganda em um esforço para inclinar a eleição presidencial norte-americana de 2016 a favor do candidato republicano, Donald Trump. A Rússia tem negado isto repetidamente.

Em uma audiência no Senado dos EUA, o diretor da Inteligência Nacional, Dan Coats, disse que a Rússia, assim como outras entidades estrangeiras, vai "provavelmente" buscar mais ataques cibernéticos contra eleições norte-americanas e europeias.

"Operações cibernéticas persistentes e disruptivas irão continuar contra os Estados Unidos e nossos aliados europeus usando eleições como oportunidades para enfraquecer democracias", disse ele sobre ameaças mundiais durante audiência anual do Comitê de Inteligência do Senado.

Em testemunho preparado, Coats descreveu uma variedade de maneiras com as quais a Rússia pode tentar influenciar a eleição deste ano.

"No mínimo, nós esperamos que a Rússia continue usando propaganda, redes sociais, perfis falsos, porta-vozes simpáticos e outros meios de influência para tentar exacerbar divisões sociais e políticas nos Estados Unidos", disse Coats.

A acusação de envolvimento russo na eleição de 2016 gerou uma investigação federal e investigações do Congresso sobre se a campanha de Trump conspirou com Moscou, colocando uma sombra sobre o primeiro ano da Presidência de Trump.

Coats e outros líderes da comunidade da inteligência dos EUA testemunharam que a Rússia acredita que sua interferência na campanha de 2016 alcançou seu objetivo de enfraquecer a democracia norte-americana, e que a Rússia vê as eleições de novembro como outra chance.

O controle republicano da Câmara dos Deputados e do Senado está em risco em novembro.

"Não deve haver dúvida que a Rússia vê seus esforços passados como bem sucedidos e vê as eleições dos EUA de 2018 como um possível alvo para operações russas de influência", disse Coats.

Ele e outras pessoas testemunhando ao painel, incluindo o diretor da CIA, Mike Pompeo, e o diretor do FBI, Chris Wray, disseram não terem visto mudanças na estratégia da Rússia desde 2016.

Trump tem levantado dúvidas sobre a noção de que houve envolvimento russo na eleição de 2016, apresentando como inveja de apoiadores da candidata democrata Hillary Clinton. Ele tem negado qualquer conluio de sua campanha e também tem negado qualquer tentativa de obstruir a investigação federal.

O painel de Inteligência do Senado está realizando uma das três principais investigações do Congresso sobre a questão russa.