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Marun diz que governo não cogita afastamento do diretor-geral da PF

O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, em foto de novembro de 2017 - Pedro Ladeira/Folhapress
O diretor-geral da PF, Fernando Segovia, em foto de novembro de 2017 Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Lisandra Paraguassu

Da Reuters, em Brasília

14/02/2018 18h41

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta quarta-feira (14) que não está sendo cogitado "de forma nenhuma" o afastamento do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia.

"Não existe de forma nenhuma essa cogitação", disse Marun ao ser perguntado se existia a possibilidade de saída de Segovia do cargo.

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Marun disse que "não há nada de grave" na entrevista concedida por Segovia à Reuters na última sexta-feira, em que o diretor-geral da PF indicou que o chamado inquérito dos Portos, em que o presidente Michel Temer é investigado por supostamente ter negociado a edição de um decreto que poderia beneficiar a empresa Rodrimar, poderia ser arquivado.

"Eu penso que o diretor-geral deve sim observar inquéritos de grande repercussão. Até para impedir que se transforme em objeto de guerra política", disse a jornalistas.

Na entrevista à Reuters, Segovia diz que os indícios contra Temer são "frágeis".

"No final a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos as pessoas têm reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios de realmente de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime", disse Segovia à Reuters.

Marun manteve a posição do governo de que o diretor-geral falou "verdades", e acrescentou que Segovia vai se explicar ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

"Não existe sequer o crime, não existe ilicitude. Em não existindo isso esse inquérito tem um provável caminho natural que é o arquivamento", disse Marun. "Vejo o que se chama de tempestade com copo d'água. Ele faz declarações em que verbaliza o óbvio e transformam em um caso político, quando política pode haver na existência do inquérito."