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Suspeito de massacre em sinagoga mantém silêncio em corte e é detido sem fiança

REUTERS/Cathal McNaughton
Imagem: REUTERS/Cathal McNaughton

Chriss Swaney e Jessica Resnick-Ault

29/10/2018 17h22

PITTSBURGH (Reuters) - Algemado e sentado em uma cadeira de rodas, o homem acusado de matar 11 fiéis a tiros em uma sinagoga da cidade norte-americana de Pittsburgh se manteve impassível e em silêncio praticamente absoluto nesta segunda-feira ao comparecer a um tribunal federal, que determinou que ele seja mantido detido sem fiança devido ao ataque mais letal já cometido contra a comunidade judaica dos Estados Unidos.

Robert Bowers, 46, que ficou ferido durante uma troca de tiros com a polícia na sinagoga no sábado, reconheceu as 29 acusações que lhe pesam e que podem levar à sua execução caso ele seja condenado.

Bowers, que tem o histórico de publicar material antissemita na internet, terá direito a um advogado indicado pela corte. Sua próxima audiência está marcada para quinta-feira.

"Robert Bowers assassinou 11 pessoas que estavam praticando suas crenças religiosas", disse o procurador-geral Scott Bradya após a denúncia, acrescentando que um grande júri ouvirá os detalhes do crime dentro de 30 dias.

O massacre na sinagoga intensificou o debate sobre a retórica usada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que críticos dizem ter incentivado o extremismo de direita, o que o governo refuta. Mas um grupo de líderes judeus disse a Trump em uma carta aberta que ele "não é bem-vindo em Pittsburgh até denunciar plenamente o nacionalismo branco".

Apesar disso, Trump e sua esposa, Melania, devem viajar à Pensilvânia na terça-feira para "expressar o apoio do povo americano e velar com a comunidade de Pittsburgh", disse Sarah Sanders, secretária de imprensa da Casa Branca.

A audiência com Bowers foi marcada por um esquema reforçado de segurança na corte federal de Pittsburgh, que incluiu policiais com cães e uma equipe de atiradores de elite. Bowers se manteve impassível durante a audiência curta.

As acusações contra ele incluem violações das leis de direitos civis dos EUA devido ao que procuradores federais disseram ter sido um crime de ódio.

Bowers só se manifestou para informar o nome, afirmar que entendeu as acusações que lhe imputaram e dizer que carece de recursos financeiros para pagar um advogado que o represente.

Ele falou com uma voz calma e assinou os papéis que lhe entregaram com mão firme.

Só no final da audiência, ao ser conduzido para fora da sala, ele pareceu perturbado, virando a cabeça e aparentando confusão.