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Aumento de repressão do México diminui fluxo migratório na fronteira dos EUA

Pedintes de asilo aguardam por um encontro com as autoridades de migração dos EUA em Tijuana, no México - Guillermo Arias / AFP
Pedintes de asilo aguardam por um encontro com as autoridades de migração dos EUA em Tijuana, no México Imagem: Guillermo Arias / AFP

Por Daina Beth Solomon, Diego Ore, David Alire Garcia e David Alexander

Em Cidade do México e Washington

03/07/2019 09h50

O fluxo recorde de famílias centro-americanas na fronteira dos Estados Unidos com o México começou a diminuir devido ao aumento dos esforços de repressão do governo mexicano, mas as condições das instalações para a detenção de imigrantes continuam péssimas, segundo autoridades mexicanas e norte-americanas.

Na terça-feira, a agência do governo dos EUA responsável pela fiscalização interna disse que os centros de acolhimento de imigrantes do Vale do Rio Grande, no Texas, estão perigosamente superlotados, publicando imagens de celas com o dobro de pessoas para as quais foram construídas.

Mas surgiram sinais de que as autoridades imigratórias estão reduzindo os fluxos de imigrantes, enquanto parlamentares e presidenciáveis democratas criticaram duramente a maneira como o governo Trump está lidando com a crise humanitária na fronteira.

Citando dados não publicados dos EUA, o governo do México disse que as prisões de imigrantes na divisa diminuíram 30% em junho em comparação com o mês anterior depois que iniciou uma repressão à imigração, parte de um acordo com os EUA para evitar possíveis tarifas comerciais.

O governo mexicano disse que agora está enviando dezenas de imigrantes centro-americanos --que foram forçados a esperar o processamento de seus pedidos de asilo em seu território, conforme a diretriz norte-americana "Permaneça no México"-- de volta para casa em ônibus partindo da cidade fronteiriça de Juárez.

"O esforço do México para controlar o fluxo de imigrantes parece ter interrompido uma tendência crescente", disse o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado.

Depois que as prisões de imigrantes atingiram uma alta mensal de 13 anos em maio, a imigração se tornou claramente o principal tema de Trump e dos pré-candidatos democratas de olho na eleição presidencial de 2020.

O senador Cory Booker irá "virtualmente eliminar as detenções de imigrantes" se chegar à Casa Branca, disse sua campanha na terça-feira.

Na semana passada, o presidenciável Julian Castro propôs descriminalizar as travessias na fronteira como maneira de liberar recursos federais e eliminar os milhares de casos que atravancam os tribunais criminais. A iniciativa foi defendida pela colega pré-candidata Elizabeth Warren.

Trump, por sua vez, procurou angariar apoio para suas políticas, prometendo operações anti-imigrantes depois do feriado de 4 de Julho para prender imigrantes sujeitos a ordens de deportação.

Mas ele sofreu um revés na terça-feira, quando um juiz federal de Seattle bloqueou uma manobra do governo para manter milhares de postulantes a asilo sob custódia enquanto pleiteiam seus casos.