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Democratas pedem que testemunhas se manifestem sobre questão de Trump com Ucrânia

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Kevin Lamarque/Reuters
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Imagem: Kevin Lamarque/Reuters

Susan Cornwell e Makini Brice

Em Washington

27/09/2019 08h28

Parlamentares democratas dos Estados Unidos estão pedindo às pessoas que possam ter mais informações sobre o esforço do presidente Donald Trump de convencer a Ucrânia a investigar o adversário político Joe Biden a se apresentarem, enquanto Trump tenta reduzir as consequências do escândalo.

Um relatório de um delator, divulgado ontem, disse que Trump não apenas abusou de seu poder ao tentar solicitar a interferência da Ucrânia nas eleições de 2020 nos EUA para seu benefício político, mas que a Casa Branca tentou encobrir evidências sobre essa conduta.

O centro da polêmica é um telefonema de 25 de julho que Trump teve com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, para parabenizá-lo por sua vitória nas eleições.

Na ligação, de acordo com uma transcrição divulgada pelo governo Trump na quarta-feira, Trump pediu a Zelenskiy para investigar Biden e seu filho Hunter, que trabalhou em uma empresa de gás ucraniana por vários anos.

Trump sugeriu repetidamente que Biden e seu filho cometeram irregularidades, mas não ofereceu nenhuma evidência para apoiar a afirmação.

Biden, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, é um dos principais candidatos na corrida democrata para enfrentar Trump, do Partido Republicano, nas eleições presidenciais de 2020.

Um número crescente de democratas diz que o telefonema foi um abuso de poder de Trump e quer o impeachment do presidente. Mas as chances de o presidente republicano ser destituído do cargo parecem pequenas, já que seu partido controla o Senado, onde seria realizado um julgamento.

O democrata Adam Schiff, que preside o Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados e é um dos maiores opositores de Trump, pediu que mais pessoas se apresentem com conhecimento do caso da Ucrânia.

"Espero que essas testemunhas escolham cooperar, sejam voluntárias. Mas devo dizer que estou profundamente preocupado agora que o presidente, na véspera de nossa audiência ou durante nossa audiência, estava ameaçando essas testemunhas", disse Schiff à CNN na quinta feira.

Schiff fez a declaração depois que Trump disse que queria saber quem forneceu informações ao denunciante, de acordo com uma gravação de áudio fornecida ao Los Angeles Times por um participante.

"Quero saber quem é a pessoa, quem é a pessoa que deu a informação ao denunciante. Porque isso é quase um espião", diz Trump na gravação, feita durante declarações em Nova York, na quinta-feira, para funcionários da missão dos EUA na ONU.

"Você sabe o que costumávamos fazer nos velhos tempos em que éramos inteligentes? Certo? Os espiões e a traição, costumávamos lidar com isso de maneira um pouco diferente do que fazemos agora", disse Trump.