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PF reforça inocência de Flávio Bolsonaro ao descartar crimes, diz defesa

"Os investigadores entenderam que não há indício de crime ou qualquer irregularidade", disse o advogado Frederick Wassef - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
"Os investigadores entenderam que não há indício de crime ou qualquer irregularidade", disse o advogado Frederick Wassef Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Rodrigo Viga Gaier

03/02/2020 20h41

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A conclusão da Polícia Federal de que não houve indícios de crimes cometidos pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) no inquérito em curso na Justiça Eleitoral sobre movimentações imobiliárias do filho do presidente Jair Bolsonaro reforça a inocência do parlamentar, disse a defesa em nota divulgada nesta segunda-feira.

"O desfecho dessa investigação da Polícia Federal reforça a inocência de Flávio Bolsonaro. Os investigadores entenderam que não há indício de crime ou qualquer irregularidade e que, por tanto, a denúncia não tem fundamento", disse o advogado Frederick Wassef.

"Tudo isso deixa ainda mais evidente que o parlamentar enfrenta uma campanha de perseguição movida por forças com interesses escusos. A defesa acredita na Justiça brasileira e tem certeza que a verdade prevalecerá", completou o defensor.

Essa decisão da PF refere-se a um inquérito eleitoral que apura se Flávio teria cometido crime de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em uma eventual evolução do patrimônio, a partir da declaração de bens na eleição de 2018.

Nesse caso, caberá ao Ministério Público Eleitoral avaliar se aceita as conclusões da PF e sugerir à Justiça Eleitoral o arquivamento do caso, pedir novas diligências à polícia ou até se, a despeito do que entendeu a PF, oferecer denúncia mesmo assim.

Flávio, o ex-assessor dele Fabrício Queiroz e outros assessores parlamentares do gabinete do filho do presidente e de outros deputados são investigados também em outra frente, pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pela prática de rachadinha, que é a retenção de parte ou todo o salário de servidores dos gabinetes.

A suspeita é que isso tenha ocorrido quando Flávio era deputado estadual na Assembleia Legislativa fluminense.

A Justiça estadual fluminense já quebrou o sigilo bancário e fiscal do senador para aprofundar as investigações. Contudo, a defesa recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado, que começou a apreciar a medida na mês passado.

O relator do caso votou contra a quebra dos sigilos, mas as outras duas desembargadoras de um colegiado do TJ do Rio pediram vistas para apreciar o caso com mais calma.

Fabrício Queiroz —que foi próximo do presidente e de Flávio— começou a ser investigado após o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) detectar movimentações financeiras atípicas de mais de 1 milhão de reais nas contas dele. Queiroz era assessor parlamentar de Flávio e amigo da família Bolsonaro.

Todos negam irregularidades.