Topo

Esse conteúdo é antigo

Brasil é pior exemplo de reação à pandemia na América Latina, diz pesquisa

Levantamento da consultoria Trespuntozero foi feito em dez países, sem entrevistas no Brasil - Getty Images
Levantamento da consultoria Trespuntozero foi feito em dez países, sem entrevistas no Brasil Imagem: Getty Images

Nicolás Misculin

Da Reuters, em Buenos Aires

03/07/2020 15h15

Uruguai, Paraguai e Argentina são os países latino-americanos que receberam as melhores notas por sua reação ao coronavírus, de acordo com uma pesquisa realizada na região e divulgada hoje, enquanto o Brasil é o que teve o pior desempenho.

O levantamento da consultoria Trespuntozero, ao qual a Reuters teve acesso exclusivo, mostra que, em oito dos dez países em que o estudo foi realizado, os entrevistados consideraram o Uruguai um dos que melhor controlaram a pandemia.

A sondagem foi feita com 10 mil pessoas distribuídas igualmente em Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Peru, Equador, Colômbia, México, Costa Rica e República Dominicana. Não foram feitas entrevistas no Brasil.

Questionados sobre qual país da região estava fazendo o pior trabalho em relação à pandemia, 38,54% dos entrevistados responderam que era o Brasil.

Segundo a pesquisa, a atuação do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, no combate à pandemia teve aprovação de 77,8% em seu próprio país. A aprovação do paraguaio Mario Abdo foi de 76,7% em seu país, e a do argentino Alberto Fernández de 68%.

Até quinta-feira, o Uruguai havia registrado 947 casos e 28 mortes, de acordo com uma contagem da Reuters; a Argentina tinha 69.941 casos e 1.385 mortes. No Brasil, dados do Ministério da Saúde de quinta mostravam 1.496.858 casos e 61.884 mortes.

"Os países pesquisados foram claros sobre qual modelo não seguir: o Brasil", disse à Reuters Shila Vilker, diretora da Trespuntozero, que tem sede em Buenos Aires.

O Brasil tem mais casos confirmados e mortes de coronavírus do que qualquer país, exceto os Estados Unidos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) critica as quarentenas e o distanciamento social adotados por governadores e prefeitos. Ecoando o presidente norte-americano, Donald Trump, ele recomenda o uso da cloroquina, remédio antimalária sem eficácia comprovada para tratar o novo coronavírus.