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Agosto já registra mais focos de incêndio na Amazônia do que mesmo mês de 2019

Visão área de um incêndio em Careiro Castanho, região metropolitana de Manaus, em 4 de agosto - Chico Batata/AFP
Visão área de um incêndio em Careiro Castanho, região metropolitana de Manaus, em 4 de agosto Imagem: Chico Batata/AFP

07/08/2020 18h53Atualizada em 07/08/2020 21h11

A Amazônia registrou aumento nos focos de incêndio até agora em agosto, segundo dados divulgados hoje pelo governo, superando o mesmo período de 2019 e renovando as preocupações sobre a destruição da maior floresta tropical do mundo.

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 5.860 focos de incêndios na Amazônia nos primeiros seis dias de agosto, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. O conjunto de dados é pequeno e a variação diária pode ser considerável, mas a tendência sugere que este mês possa estar no mesmo nível de um ano atrás — o pior agosto em nove anos.

Testemunhas da Reuters dirigindo ontem à noite pela rodovia BR-319, de Porto Velho (RO) em direção a Humaitá (AM), avistaram pequenos focos incêndios ao longo da estrada, em meio a muita fumaça.

Algumas das áreas queimadas no ano passado servem agora para criação de gado. O fogo é comumente usado em toda a Amazônia para limpar terras para pastagem.

Ambientalistas culpam a visão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o desenvolvimento econômico na Amazônia por encorajar madeireiros ilegais, garimpeiros e grileiros a destruir a floresta. Bolsonaro defende o garimpo e a agricultura na região para tirar as pessoas da pobreza.

Após pressão global de governos e investidores estrangeiros, Bolsonaro empregou militares para combater o desmatamento e os incêndios neste ano. Em julho, o desmatamento na Amazônia brasileira caiu em relação ao ano anterior pela primeira vez em 15 meses.

Criminosos frequentemente extraem madeira valiosa de partes protegidas da selva antes de atearem fogo na terra, aumentando seu valor para agricultura e pecuária. Os incêndios naturais são muito raros na Amazônia saudável.

O desmatamento atingiu maior alta em 11 anos em 2019 e subiu mais 25% no primeiro semestre de 2020.