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Chefe de gabinete do Japão vence eleição partidária e deve assumir como premiê

O secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshihide Suga, um aliado leal do primeiro-ministro demissionário, Shinzo Abe - Nicolas Datiche/Pool via REUTERS
O secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshihide Suga, um aliado leal do primeiro-ministro demissionário, Shinzo Abe Imagem: Nicolas Datiche/Pool via REUTERS

Linda Sieg e Leika Kihara

Em Tóquio

14/09/2020 08h33

O secretário-chefe de gabinete do Japão, Yoshihide Suga, um aliado leal do primeiro-ministro demissionário, Shinzo Abe, obteve uma grande vitória na eleição para a liderança do partido governista hoje, abrindo caminho para a primeira mudança de líder no país em quase oito anos.

Suga, de 71 anos, prometeu preservar as políticas de Abe, disse que sua vitória contundente lhe garantirá apoio para suas metas de reformas - incluindo a desregulamentação e o desmonte de estruturas burocráticas - e que conter o coronavírus e reativar a economia são condições necessárias para se convocar uma eleição geral antecipada.

"Como tive um grande apoio numérico hoje, o ambiente no qual posso implantar minha agenda de políticas de maneira estável foi assegurado", disse Suga em uma coletiva de imprensa.

Suga recebeu 377 dos 534 votos depositados, e dos 535 possíveis, na eleição pela liderança dos membros do Partido Liberal Democrata (PLD) no Parlamento e dos representantes de seus 47 diretórios.

O rival Shigeru Ishiba, um ex-ministro da Defesa, recebeu 68 votos, e o ex-ministro das Relações Exteriores Fumio Kishida recebeu 89.

É virtualmente certo que Suga será eleito premiê em uma votação parlamentar na quarta-feira por causa da maioria do PLD na câmara baixa. Ele concluirá o mandato de Abe como líder partidário até setembro de 2021.

Suga emergiu como franco favorito na corrida depois que Abe, o primeiro-ministro japonês há mais tempo no cargo, anunciou no mês passado que renunciaria por causa de problemas de saúde, encerrando quase oito anos na função.

É intensa a especulação de que Suga convocará uma eleição para a câmara baixa já no mês que vem para aumentar suas chances de conseguir um mandato pleno como chefe do PLD no ano que vem. Uma votação na câmara precisa ser realizada até outubro de 2021.

Mas hoje ele adotou um tom cauteloso.

"O importante agora é conter a pandemia e também ressuscitar a economia. Não acho que podemos (dissolver a câmara baixa) de imediato só porque a pandemia está contida", disse. "Esta é uma decisão que precisa ser tomada olhando vários fatores de forma abrangente."

Suga disse que manterá a "Abenomics", estratégia de política monetária afrouxada, gastos governamentais e reformas que foi o carro-chefe de Abe, ao mesmo tempo em que combate os problemas da Covid-19 e da economia em queda e confronta questões de mais longo prazo, como o envelhecimento da população e a taxa de natalidade baixa do Japão.