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Tropas dos EUA no Afeganistão devem "estar de volta até o Natal", diz Trump

Forças de segurança do Afeganistão do lado de fora de hospital sob ataque em Cabul - MOHAMMAD ISMAIL
Forças de segurança do Afeganistão do lado de fora de hospital sob ataque em Cabul Imagem: MOHAMMAD ISMAIL

08/10/2020 09h54

WASHINGTON (Reuters) - Todas as tropas dos Estados Unidos no Afeganistão devem "estar de volta até o Natal", disse o presidente Donald Trump na quarta-feira poucas horas depois de seu conselheiro de Segurança Nacional dizer que Washington reduzirá suas forças em solo afegão para 2.500 até o início do ano que vem.

Um acordo histórico firmado pelos EUA e o Taliban em fevereiro determinou que as forças estrangeiras sairão do Afeganistão até maio de 2021 em troca de garantias de contraterrorismo do Taliban, que concordou em negociar um cessar-fogo permanente e uma fórmula de partilha de poder com o governo afegão.

Trump e outras autoridades disseram que a presença norte-americana no país se reduzirá a 4 mil ou 5 mil soldados em meados de novembro.

Para além disso, autoridades disseram que uma redução dependerá da situação no Afeganistão.

Trump tuitou: "Devemos ter o pequeno número remanescente de nossos homens e mulheres CORAJOSOS servindo no Afeganistão de volta até o Natal!"

Não ficou claro se Trump estava dando uma ordem ou verbalizando uma aspiração de longa data.

Trump, que quer se reeleger no mês que vem, fez do encerramento das "guerras infinitas ridículas" um pilar de sua política externa, embora milhares de tropas continuem no Iraque, na Síria e no Afeganistão.

O Taliban, que luta para expulsar as forças estrangeiras e restabelecer seu Estado islâmico desde que foi deposto em 2001, comemorou os comentários de Trump.

O comunicado do presidente dos EUA foi "um passo positivo rumo à implantação do acordo de Doha", disse o porta-voz do Taliban, Mohammad Naeem, em um comunicado, referindo-se ao pacto de fevereiro assinado na capital do Catar.

O governo afegão, que tem apoio de Washington, não respondeu de imediato a pedidos de comentário, mas autoridades desaconselharam uma retirada apressada de forças estrangeiras.

Os comentários de Trump podem enfraquecer ainda mais a influência do governo afegão durante as negociações com o Taliban sobre um cessar-fogo e uma partilha de poder que transcorrem no Catar.

Poucas horas antes do tuíte de Trump, o conselheiro de Segurança Nacional, Robert O'Brien, disse que os EUA têm menos de 5 mil soldados no Afeganistão atualmente e que o número baixará para 2.500 até o início do ano que vem.

(Por Idrees Ali, David Brunnstrom e Phil Stewart; reportagem adicional de Jonathan Landay e Andrea Shalal, Abdul Qadir Sediqi e Hamid Shalizi em Cabul)