"Não somos colônia": presidente mexicano mantém posição de não reconhecer vitória de Biden
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, firmou hoje posição como um dos poucos líderes entre países importantes que ainda não parabenizaram Joe Biden pela vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, dizendo ser muito cedo e que seu país não é uma colônia.
López Obrador, que acusou rivais de fraude eleitoral em suas derrotas eleitorais em 2006 e 2012, afirma que não tem lado nas eleições dos EUA e vai esperar até que as contestações judiciais lançadas pelo governo de Donald Trump sobre a votação tenham se esgotado.
"Não podemos fazer qualquer tipo de reconhecimento de um governo que ainda não está constituído legalmente e legitimamente", disse ele em entrevista coletiva. "Não cabe a nós, isso é intervencionismo."
López Obrador não hesitou em felicitar os vencedores da eleição presidencial de 2019 na Bolívia, posteriormente anulada por irregularidades. Críticos afirmam que sua posição sobre Biden não parece neutra.
O presidente dos EUA, Donald Trump, que tem repetidamente ameaçado prejudicar economicamente o México se o país não coibir a imigração ilegal, tem se recusado a aceitar a derrota e entrou com processos na Justiça.
Autoridades estaduais dizem não ter conhecimento de nenhuma irregularidade significativa, no entanto.
Enquanto estava na oposição, López Obrador comparou Trump ao ditador nazista Adolf Hitler e prometeu colocá-lo "em seu lugar", caso fosse eleito. Desde que assumiu o cargo, há quase dois anos, ele tem se esforçado para evitar conflitos com o presidente norte-americano.
"Não somos uma colônia. Somos um país livre, independente e soberano. O governo mexicano não é uma marionete de nenhum governo estrangeiro", disse López Obrador, que faz parte de um grupo cada vez menor de líderes mundiais que ainda não parabenizou Biden, juntamente com o presidente Jair Bolsonaro, o russo Vladimir Putin e o chinês Xi Jinping.
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