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Abertura de estradas na Amazônia pode desmatar milhões de hectares, diz relatório

Imagem meramente ilustrativa - Projetos de estradas na Amazônia poderiam levar ao desmatamento de milhões de hectares ao longo dos próximos 20 anos, disseram pesquisadores ambientais - Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress
Imagem meramente ilustrativa - Projetos de estradas na Amazônia poderiam levar ao desmatamento de milhões de hectares ao longo dos próximos 20 anos, disseram pesquisadores ambientais Imagem: Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress

Oliver Griffin

Em Bogotá

19/11/2020 12h25

Projetos de estradas na Amazônia poderiam levar ao desmatamento de milhões de hectares ao longo dos próximos 20 anos, disseram pesquisadores ambientais em um relatório publicado hoje.

A construção ou atualização de cerca de 12 mil quilômetros de estradas da Amazônia na Bolívia, Brasil, Colômbia, Peru e Equador durante os próximos cinco anos pode causar 2,4 milhões de hectares de desmatamento nas duas décadas seguintes, de acordo com o relatório sobre o progresso da Declaração de Florestas de Nova York, cuja aplicação não é obrigatória.

O compromisso assumido por governos, corporações e outros grupos na Cúpula do Clima das Nações Unidas em setembro de 2014 de diminuir o desmatamento pela metade até 2020 não será alcançado, disse o relatório, e outro acordo para acabar com o desmatamento até 2030 precisará de "uma redução inédita" nas taxas anuais de perda florestal.

Estima-se que a infraestrutura é diretamente responsável por algo entre 9% e 17% do desmatamento em países tropicais e subtropicais —e ainda existe um fardo secundário.

"O impacto indireto (de estradas) é que é importante", disse Franziska Haupt, diretora-executiva do escritório da Climate Focus em Berlim e principal autora do relatório, em uma entrevistas.

Construir rodovias através de áreas ecologicamente importantes também leva à especulação com terras e incentiva a construção de estradas ilegais, acrescentou ela. Para cada quilômetro de estrada legal do Brasil, estima-se existirem três quilômetros de estradas secundárias ilegais, segundo o relatório.