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Túmulo de criança evidencia vida emotiva do Homo sapiens, diz arqueólogo queniano

Os restos mortais de uma criança que viveu há 78 mil anos foram encontrados em uma cova na entrada da caverna - Mohammad Javad Shoaee/via REUTERS
Os restos mortais de uma criança que viveu há 78 mil anos foram encontrados em uma cova na entrada da caverna Imagem: Mohammad Javad Shoaee/via REUTERS

Da Reuters, em Nairóbi

12/05/2021 13h42Atualizada em 12/05/2021 13h45

A descoberta do local de sepultamento humano mais antigo de que se tem conhecimento, o túmulo de uma criança em uma caverna do Quênia, lança uma nova luz sobre a vida emotiva dos primeiros Homo sapiens, disse o arqueólogo-chefe dos museus do país do leste africano nesta quarta-feira.

Na semana passada, cientistas anunciaram terem encontrado o local, que data de cerca de 78 mil anos atrás, onde uma 'Mtoto' —'criança' em suaíli — foi enterrada em uma caverna chamada Panga ya Saidi, próxima do litoral queniano.

"É significativo... porque é a primeira vez que estamos começando a ter uma noção das capacidades cognitivas, e também emocionais, neste momento do tempo", disse Emmanuel Ndiema à Reuters em uma entrevista.

Descobertas arqueológicas anteriores ajudaram pesquisadores a entenderem outros aspectos de como os humanos primitivos viviam, como seus avanços tecnológicos, a forma como se sustentavam e como se relacionavam com o meio ambiente, disse ele.

"Estamos começando a entender as pessoas tendo algum elo emocional com os mortos a ponto de poderem enterrá-los intencionalmente. Também estamos vendo capacidades cognitivas, pensamento abstrato", disse Ndiema.

Mtoto foi posta em uma cova rasa sob a abóbada protetora da caverna, com a cabeça apoiada em um travesseiro e a parte superior do corpo envolta cuidadosamente em uma mortalha.

Acredita-se que a criança, cujo gênero não está claro, morreu com cerca de 2,5 a 3 anos de idade.