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Rússia deve seguir caminho diplomático nas próximas 2 semanas, prevê Ucrânia

21.jan.22- Um poster do presidente da Rússia, Vladimir Putin, é usado como alvo na Ucrânia - Anatolii Stepanov/AFP
21.jan.22- Um poster do presidente da Rússia, Vladimir Putin, é usado como alvo na Ucrânia Imagem: Anatolii Stepanov/AFP

Nikolaj Skydsgaard

27/01/2022 08h12Atualizada em 27/01/2022 08h44

É provável que a Rússia permaneça no caminho diplomático com Kiev e com o Ocidente por pelo menos duas semanas, mas Moscou continuará os esforços para desestabilizar a Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, nesta quinta-feira.

A Rússia tem reunido uma quantidade grande de tropas perto da fronteira com a Ucrânia, mas diz que não planeja invadir seu vizinho.

Falando depois que a Rússia realizou conversações de segurança em Paris na quarta-feira com diplomatas da Ucrânia, França e Alemanha, Kuleba disse uma coletiva de imprensa em Copenhague: "Nada mudou, esta é a má notícia".

"A boa notícia é que os conselheiros concordaram em se reunir em Berlim em duas semanas, o que significa que é provável que a Rússia permaneça no caminho diplomático nas próximas duas semanas", disse ele após uma reunião com o ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Jeppe Kofod.

As chamadas conversações "estilo Normandia" em Paris foram vistas como um passo para desanuviar tensões mais amplas em um conflito separatista no leste da Ucrânia.

"Infelizmente, a maior exigência da Rússia é que a Ucrânia se envolva diretamente nas conversações com os procuradores russos em Donetsk e Luhansk, em vez de negociar com a Rússia. Isto não vai acontecer, é uma questão de princípio", disse Kuleba.

Donetsk e Luhansk são Repúblicas autoproclamadas na região de Donbass, no leste da Ucrânia.

Kuleba disse que a Ucrânia estava se preparando para todos os cenários, mas que a principal estratégia da Rússia agora era desestabilizar a Ucrânia, inclusive usando táticas de guerra híbridas, como ataques cibernéticos e campanhas de desinformação.

"Entendemos que uma operação militar é algo que eles mantêm no bolso, não é algo que eles colocam à frente de outras opções", disse ele.

A Rússia diz que a crise está sendo impulsionada por ações da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos EUA e exige garantias de segurança do Ocidente, incluindo uma promessa da Otan de nunca admitir a Ucrânia.

Na quarta-feira, os EUA repetiram em uma resposta escrita às exigências da Rússia seu compromisso de manter a política de "porta aberta" da Otan, oferecendo ao mesmo tempo uma "avaliação de princípios e pragmática" das preocupações do Kremlin.

Kuleba disse que tinha visto a parte da resposta que se relaciona com a Ucrânia e não tinha objeções.

"Devo elogiar a abertura da administração Biden em consultar-nos antes de falar com os russos", disse ele, acrescentando que qualquer acordo feito sem a Ucrânia não seria aceito.