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Credit Suisse sabia de supostos traficantes búlgaros e não agiu, diz ex-executiva

Credit Suisse  - Shutterstock
Credit Suisse Imagem: Shutterstock

Stephanie Nebehay e John O'Donnell e Tsvetelia Tsolova

18/02/2022 13h10Atualizada em 18/02/2022 13h18

BELLINZONA, Suíça (Reuters) - O Credit Suisse soube de assassinatos e tráfico de cocaína supostamente ligados a uma gangue búlgara, mas continuou gerindo dinheiro que agora é foco de um processo criminal, disse uma ex-executiva acusada de lavagem de dinheiro a um tribunal suíço.

No primeiro julgamento criminal de um grande banco na Suíça, o Credit Suisse e uma ex-empregada são acusados ??de permitir que uma suposta gangue búlgara lavasse milhões de euros.

O banco e ela negam qualquer irregularidade. O julgamento começou semana passada e deve se prolongar até março. A acusação centra-se nas relações que o Credit Suisse e sua ex-funcionária tiveram com a ex-lutadora búlgara Evelin Banev e outros, dois dos quais também são acusados ??no caso.

A banqueira, acusada de ajudar a ocultar a origem criminosa de mais de 146 milhões de francos suíços, compareceu ao Tribunal Criminal Federal em Bellinzona, na Suíça. Os eventos ocorreram entre 2004 e 2008.

Um porta-voz do Credit Suisse reafirmou que o dinheiro tinha origem legal, dizendo que Banev e seu círculo operavam negócios legítimos em construção, locação e hotéis.

A ex-banqueira do Credit Suisse, cuja identidade não pode ser informada sob regras de privacidade suíças, disse que contou a seus chefes sobre o caso incluindo o assassinato de uma pessoa ligada a Banev, mas que eles decidiram continuar com o negócio.

Aproximadamente dois anos depois, a mãe da vítima também foi assassinada antes de prestar depoimento como parte de uma investigação sobre Banev, disse a banqueira mais tarde ao tribunal, levando-a a levantar o assunto com seus gerentes.

O tribunal ouviu que a banqueira recebeu bônus de 122 mil francos suíços em 2006 e 180 mil francos em 2007 e 2008. Em depoimento, os gerentes disseram nesta semana que se lembravam pouco dos acontecimentos da época e que confiaram o assunto ao departamento jurídico e de compliance do banco, de acordo com as regras internas sobre os fundos sob investigação.