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Evo Morales: "Devemos garantir novas eleições, se necessário com outros atores"

 Morales também rejeitou a acusação do governo provisório, que denunciou Morales por "sedição e terrorismo" - Enzo De Luca/ABI/Handout via Xinhua
Morales também rejeitou a acusação do governo provisório, que denunciou Morales por "sedição e terrorismo" Imagem: Enzo De Luca/ABI/Handout via Xinhua

Da RFI, no México

22/11/2019 13h56

Do México, o ex-presidente da Bolívia declarou em uma entrevista exclusiva à RFI que agora a prioridade é realizar novas eleições no país, mesmo que não participe delas. Por outro lado, Evo Morales rejeitou as acusações de "sedição" de hoje, do governo interino da Bolívia, e pediu garantias para retornar ao seu país.

"Fomos roubados do processo de mudança por enquanto, mas temos certeza de que isso está se recuperando. Por enquanto [é necessário] apenas garantir as novas eleições. E se necessário com outros atores políticos ", disse Evo Morales à RFI em entrevista ontem.

Do México, onde recebeu asilo político, Morales também rejeitou a acusação do governo provisório, que denunciou Morales por "sedição e terrorismo", após o suposto apelo do ex-presidente para cercar La Paz através de bloqueios em uma transmissão de áudio por autoridades.

"Eles inventam processos, acusações de terrorismo, de sedição, e, no entanto, o povo organizado e unido permanecerá mobilizado - eu posso ouvi-lo e vê-lo - pelo bem da democracia e, fundamentalmente, pela defesa da vida. Com tantos mortos, a comunidade internacional sabe que há um massacre. Existem crimes contra a humanidade, portanto não pode haver impunidade ", acrescentou o ex-presidente boliviano.

Repressão policial

Morales lamentou a repressão policial. "A direita tem que parar seus grupos violentos. Nem a polícia, nem as forças armadas devem ser manchadas com o sangue do povo. As armas não devem ser usadas contra o povo, elas devem defender a pátria. Lamento que tanto esforço para equipar as forças armadas seja usado contra o povo ", afirmou.

Quanto a um eventual retorno à Bolívia, Morales condicionou-o a garantias. "Se não houver garantias do governo de fato, serão garantias da comunidade internacional", afirmou.