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França confirma o envio de mais 600 soldados para o Sahel, na África

02/02/2020 10h34

A França vai reforçar sua presença no Sahel e aumentar o contigente de soldados na região de 4.500 para 5.100 homens, que devem chegar à área até o final de fevereiro. O anúncio foi feito neste domingo (2) pela ministra francesa das Forças Armadas francesas, Florence Parly.

Os novos soldados da operação Barkhane atuarão principalmente na chamada zona das três fronteiras, situada entre o Mali, o Burkina Faso e o Níger, indicou a ministra em um comunicado. Eles vão acompanhar as forças dos países que formam o G5 da região do Sahel (Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger e Chade).

Além dos 600 militares, a França também deve enviar para a região uma centena de veículos blindados e outros equipamentos.Segundo Parly, o objetivo desse reforço é mobilizar os parceiros europeus e fortalecer os combatentes do G5. "Se a França se engaja um pouco mais, não o fará sozinha", declarou.

O Chade já indicou que enviará em breve um batalhão suplementar e o governo da República Tcheca pretende enviar 60 soldados para a chamada força Takuba, que reúne as forças especiais europeias. A França espera, desta forma, que outros membros da União Europeia tenham a mesma iniciativa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, já havia anunciado em janeiro o envio de 220 soldados extras para a região, durante uma reunião de cúpula em Pau, no sudoeste da França. A área tem sido alvo constante de ataques jihadistas nos últimos meses, gerando insegurança entre os civis. Muitos militares também têm morrido nas batalhas - a França perdeu 13 soldados em novembro em um acidente entre dois helicópteros.

Ajuda americana

A ministra francesa esteve recentemente nos Estados Unidos, onde tentou convencer o secretário de Estado americano, Mark Esper, a manter as tropas americanas na África, que são cruciais para a França em termos logísticos. O governo americano ainda não deu sua resposta, mas o general Stephen Towsend, chefe do comando militar na região, estimou que a retirada dos soldados americanos seria um erro tático.

O anúncio da ministra francesa confirma a recomendação do general francês François Lecointre, chefe do Estado-Maior francês. Segundo ele, o reforço do contingente era necessário. "Nessa área extremamente vasta, os meios colocados à disposição da operação Barkhane são insuficientes", disse.

De acordo com analistas, os próximos meses são cruciais para "inverter" a tendência, hoje favorável aos grupos jihadistas, que beneficiam da simpatia de parte da população, descontente com seus governantes. Os ataques perpetrados seguem em geral o mesmo esquema: dezenas de extremistas chegam ao mesmo tempo de moto e desaparecem sem deixar rastro.