Topo

Esse conteúdo é antigo

Resultado do fim da quarentena na Europa chegará em duas semanas, advertem autoridades

Banhistas aproveitam primeiro dia de reabertura de praias na Grécia - Angelos Tzortzinis / AFP
Banhistas aproveitam primeiro dia de reabertura de praias na Grécia Imagem: Angelos Tzortzinis / AFP

17/05/2020 07h49

Da França ao Reino Unido, passando pela Grécia, os europeus saíram às ruas neste que foi o primeiro fim de semana após o relaxamento da quarentena em muitos países. Preocupados com uma possível volta à normalidade precipitada, autoridades sanitárias advertem neste domingo (17) que o impacto da flexibilização do confinamento será medido em menos de duas semanas.

Da França ao Reino Unido, passando pela Grécia, os europeus saíram às ruas neste que foi o primeiro fim de semana após o relaxamento da quarentena em muitos países. Preocupados com uma possível volta à normalidade precipitada, autoridades sanitárias advertem neste domingo (17) que o impacto da flexibilização do confinamento será medido em menos de duas semanas.

Os franceses saíram em massa às ruas no primeiro fim de semana após o relaxamento da quarentena no país, mesmo que algumas restrições sigam vigentes, como o limite de deslocamento num perímetro máximo de 100 quilômetros, o uso obrigatório de máscara nos transportes públicos e as recomendações do respeito da distância física e a desinfecção das mãos.

Em Paris, a população aproveitou o tempo ensolarado para passear nos arredores do Rio Sena e no Canal Saint-Martin. Os parques e jardins da capital continuam fechados, já que a região parisiense é uma das mais críticas da pandemia, onde, segundo as autoridades, o vírus ainda circula ativamente.

Aglomerações foram registradas em locais abertos, como a Praça da Bastilha e da República, além das regiões mais comerciais do centro da capital. Grupos de pessoas não respeitavam o distanciamento físico e não usavam máscaras - um comportamento que, segundo as autoridades sanitárias, será medido em menos de duas semanas.

"Esperamos os efeitos do fim da quarentena. O comportamento de hoje impactará a epidemia em 10, 12 dias", afirmou à FranceInfo o professor Olivier Langeron, chefe do serviço de Anestesia e Reanimação do Hospital Henri-Mondor de Créteil, na região parisiense.

Mesmo tom do lado do ministro francês da Saúde, Olivier Verán. Entrevistado pelo Journal du Dimanche, ele afirmou que o balanço sanitário do relaxamento do confinamento poderá ser realizado daqui a 15 dias. No entanto, Verá ressaltou que o número de vítimas da doença continua a diminuir.

Segundo o anúncio feito pelo governo na noite de sábado (17), a França registrou 96 mortes nas últimas 24 horas. Neste período, as UTIs do país receberam 46 novos pacientes em estado grave e liberaram 71 pessoas curadas. No total, a França contabiliza mais de 27.625 mortos desde que a epidemia foi anunciada no país, em 1° de março.

Volta gradativa à normalidade pela Europa

O governo pretende reabrir a maioria dos pontos turísticos da França até 21 de junho. Alguns locais, como o Monte Saint-Michel, no noroeste do país, e a Catedral de Chartres, no norte, já foram abertos à frequentação. Algumas praias do litoral atlântico e mediterrâneo podem ser frequentadas, mas apenas para corridas ou caminhadas.

Neste domingo, em uma tribuna no Journal du Dimanche, 36 prefeitos - entre eles a prefeita de Paris, Anne Hidalgo e o prefeito de Nice - Christian Estrosi - também pedem a realização do segundo turno das eleições municipais em junho.

Além da França, outros países europeus também ensaiam uma volta à normalidade. Na Alemanha, o campeonato nacional de futebol foi retomado no sábado, mas sem a presença de torcedores nos estádios.

Na Grécia, moradores de Atenas aproveitaram os quase 40 graus para ir às praias da capital. O Reino Unido registrou superlotação de parques e áreas turísticas: cerca de 15 milhões de veículos devem voltar a circular neste fim de semana no país. A Itália vai receber turistas da União Europeia a partir de 3 de junho e reabre amanhã a Basílica de São Pedro no Vaticano.

Já a Espanha mantém a cautela: o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou sua intenção de prolongar o estado de emergência até junho, ou seja, até a últimpa etapa do relaxamento da quarentena. O país, um dos mais atingidos pela pandemia na Europa, registrou 87 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas - o menor balanço de óbitos dos últimos dois meses. A Espanha contabiliza o total de 27.650 mortos, além de 231.350 contaminados.