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França pode impor uso de máscara em locais fechados para evitar 2ª onda da covid-19

Visitantes passeiam pela Torre Eiffel, em Paris, reaberta ao público em 25 de junho, após três meses de fechamento pela pandemia - Thomas Samson/AFP
Visitantes passeiam pela Torre Eiffel, em Paris, reaberta ao público em 25 de junho, após três meses de fechamento pela pandemia Imagem: Thomas Samson/AFP

13/07/2020 09h31

Diante do relaxamento da população francesa com as medidas básicas de prevenção da covid-19, o governo francês vem sendo pressionado a adotar medidas drásticas para evitar uma segunda onda de contaminações. O primeiro-ministro Jean Castex diz que "estuda" impor o usa de máscaras no país, principalmente em locais públicos fechados.

O premiê francês fez a declaração ontem, durante uma visita relâmpago à Guiana Francesa. O território, que faz fronteira com o Brasil, é um dos únicos departamentos da França que continua em estado de emergência sanitária. A epidemia continua ativa na Guiana que registra 6.102 casos de coronavirus e 26 mortos. Os hospitais já estão saturados e o pico das contaminações é esperado na segunda quinzena de julho.

Jean Castex informou que a ideia é reforçar o regulamento atualmente em vigor que já determina o uso obrigatório de máscaras nos transportes públicos do país. Ele justificou a possível decisão lembrando que "a circulação do vírus é muito mais forte em locais fechados".

Abaixo-assinado pelo uso obrigatório de máscara

O primeiro-ministro reagiu assim ao abaixo-assinado #MasquésMaisEnLiberté (mascarados mas livres) publicado por vários médicos franceses no jornal Le Parisien de ontem. O manifesto pede a imposição do uso do acessório de proteção em todos os locais públicos fechados para evitar a volta da epidemia na França.

Os especialistas, assim como a oposição, estão extremamente preocupados com o relaxamento da população no respeito aos gestos básicos para evitar contaminações. Manifestações públicas realizadas neste final de semana, como um concerto em Nice que reuniu milhares de pessoas sem máscaras e sem distanciamento social no sábado (11), se repetem a cada dia e impressionam o país. O prefeito de Nice, Christina Estrosi, do partido de oposição Os Republicanos (LR), anunciou que irá impor a máscara durante os grandes eventos organizados na cidade e pediu ao governo para fazer o mesmo em todo o país.

Críticas da oposição

O eurodeputado e integrante da direção do partido de extrema direita Reunião Nacional, Nicolas Bay, também pressiona o governo. Ele quer que o executivo fixe "uma regra clara" sobre o uso da máscara em atividades públicas de massa. O deputado do partido da esquerda radical França Insubmissa, Eric Coquerel, reforça as críticas, denunciando a hesitação do governo.

O porta-voz do governo, Gabriel Attal, julga que "os franceses são responsáveis e respeitam maciçamente as recomendações", que podem evoluir. O governo "se adapta permanentemente à situação", declarou.

O ministro da Saúde, Olivier Véran, pediu no Twitter o respeito das medidas de proteção. "Não hesitem em usar uma máscara em qualquer situação, principalmente se vocês não puderem respeitar um metro de distanciamento social", tuítou Véran.

O presidente Emmanuel Macron também tomou posição. Ele postou no Twitter uma mensagem ressaltando que "os gestos de proteção não são uma opção". Segundo o último balanço do ministério de Saúde, a França registra 30.004 mortos pela Covid-19.