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Ilha de Eubeia, 2ª maior da Grécia, vive cenário apocalíptico com incêndios

08/08/2021 13h58Atualizada em 08/08/2021 18h31

A ilha de Eubeia é, sem dúvidas, a localidade mais castigada pelos incêndios que persistem em várias regiões da Grécia, devido à forte onda de calor que o país enfrenta há quase duas semanas. Exaustos, os moradores ajudam no combate às chamas incessantes. Ao longo das estradas do local, árvores são engolidas pelo fogo.

A algumas centenas de metros das cidades, muitas pessoas resolveram cortar os galhos das árvores próximas de suas residências para que o fogo não se propague. Uma espessa fumaça laranja cobre a ilha, enquanto várias regiões registram chuvas de cinzas.

Dezenas de quilômetros de superfície foram completamente calcinados pelos incêndios. O cenário é apocalíptico, com parte das cidades destruídas, árvores carbonizadas, postes de energia elétrica reduzidos a cinzas. De tempos em tempos, aviões tanque dos bombeiros despejam água sobre o fogo.

No entanto, em solo, as autoridades gregas se fazem raras, ao contrário do que ocorre em Atenas. Perto da capital, barragens de policiais impediam a aproximação dos incêndios. Em Eubeia, não há nenhum controle.

Na região do Peloponeso, no sudoeste, focos continuam ativos, mas no norte de Atenas, as chamas puderam ser controladas. As autoridades pedem que a população evacuem as regiões onde o fogo persiste, mas muitas pessoas ignoram os apelos. Milhares não tiveram outra escolha a não ser abandonar suas casas. Mais de 1.300 pessoas foram resgatadas via mar entre a última sexta-feira (6) e sábado (7).

Em entrevista à RFI, Dimitris Stathopoulos, presidente da Federação dos Bombeiros da Grécia, afirma que o combate às chamas deve continuar nos próximos dias na região do Peloponeso e em Eubeia.

Nos dois casos, a topografia local torna as coisas complicadas: há muitas montanhas e locais de difícil acesso. Além disso, as temperaturas seguem elevadas. Os bombeiros e voluntários estão exaustos porque trabalham sem pausa há mais de dez dias.
Dimitris Stathopoulos, à RFI

Mudanças climáticas

Tanto na Grécia como na vizinha Turquia — que também enfrenta incêndios e uma forte onda de calor há quase duas semanas — os especialistas relacionam o fenômeno às mudanças climáticas. Na Turquia, a maior parte dos focos estão sob controle, embora o fogo ainda atinja neste domingo a turística província de Mugla, no sudoeste.

"Nos próximos 40 anos não teremos trabalho e no inverno nos afogaremos nas águas, sem florestas para nos proteger", declarou desesperado Yannis Selimis, um morador de de Gouves, no norte de Eubeia.

"Estamos tentando salvar a cidade, mas os meios são insuficientes", disse o morador Nikos Papaioannou, neste domingo. "A situação é dramática. Vamos todos acabar no mar", acrescentou.

Até o momento, duas pessoas morreram na Grécia e oito na Turquia. Dezenas de indivíduos também tiveram que ser hospitalizados após sofrerem queimaduras e inalarem fumaça.

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