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Médicos estão assustados com rapidez de propagação da covid na França

Em 24 horas, a França registrou 30.454 novos casos positivos da doença, uma alta de 100% em dez dias e um patamar que não se via desde abril - Getty Images/iStockphoto
Em 24 horas, a França registrou 30.454 novos casos positivos da doença, uma alta de 100% em dez dias e um patamar que não se via desde abril Imagem: Getty Images/iStockphoto

24/11/2021 11h20Atualizada em 24/11/2021 13h28

A quinta onda meteórica da epidemia de covid-19 na França surpreende os médicos, destaca nesta quarta-feira (24) a manchete do jornal Le Parisien. Em 24 horas, o país registrou 30.454 novos casos positivos da doença, uma alta de 100% em dez dias e um patamar que não se via desde abril.

Nas páginas do Le Parisien, os médicos Arnaud Fontanet, membro do conselho científico que assessora o governo na crise sanitária, e Gilles Pialoux, chefe do serviço de doenças infecciosas do Hospital Tenon, em Paris, consideram que o presidente Emmanuel Macron não tem outra alternativa a não ser reintroduzir restrições para frear a epidemia, antes que os hospitais fiquem novamente sobrecarregados.

Os cientistas recomendam o retorno do uso da máscara em todos os locais fechados - depois que houve relaxamento em relação a esse cuidado básico preventivo -, a volta generalizada do trabalho em home office, para quem pode, e principalmente a extensão da terceira dose da vacina a toda a população. Até agora, a dose de reforço é oferecida apenas para pessoas com mais de 50 anos. A tendência é que outras faixas etárias sejam rapidamente incluídas na campanha.

Nessa terça-feira (23), 8.525 pessoas estavam internadas com a covid-19, sendo 1.455 em UTIs. No ritmo atual de contaminações, os médicos preveem o ingresso de mil pacientes por dia nos hospitais franceses nas próximas semanas.

A França tem 75% da população completamente vacinada, mas essa cobertura é insuficiente ante a variante Delta, muito contagiosa e predominante no país. O vírus circula principalmente entre os 6,4 milhões de adultos não vacinados e nas escolas, onde 10 milhões de crianças menores de 12 anos não fizeram parte da campanha de imunização.

Embora Israel, Estados Unidos e outros países tenham iniciado a vacinação para crianças a partir de 5 anos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou recentemente, em outubro, a avaliação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos.

Nesta quarta-feira, 6 mil classes do ensino primário estavam fechadas em todo o país - 50% a mais do que na semana passada. Com isso, 150 mil alunos estão sem aulas, em casa, cumprindo uma quarentena de sete dias, destaca o portal de notícias France Info. O governo, que havia prometido realizar 6 mil testes salivares de diagnóstico por semana nas crianças, faz quatro vezes menos, critica o site.

Novos medicamentos

Em Paris, a taxa de incidência da covid-19 deve ultrapassar em breve 200 casos positivos por 100 mil habitantes. Ainda existe margem até se alcançar os 54 mil casos diários registrados na segunda onda, mas o reforço das medidas preventivas é urgente devido à "brutalidade" da quinta onda, assinalam os médicos.

O jornal Le Figaro diz que o presidente Emmanuel Macron quer evitar a qualquer preço o fechamento do comércio e de empresas, às vésperas das festas de fim de ano. O diário recorda que, além da vacinação, é possível contar agora com dois novos medicamentos contra a infecção viral, desenvolvidos por laboratórios americanos, que evitam a forma grave da doença. Um dos tratamentos passará a ser prescrito na França a partir de dezembro.