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França vai exigir teste negativo de covid para viajantes de fora da UE, mesmo vacinados

Governo francês anunciou que exigirá testes negativos de covid-19 para quem chegar de fora da União Europeia (UE), inclusive pessoas vacinadas - iStock
Governo francês anunciou que exigirá testes negativos de covid-19 para quem chegar de fora da União Europeia (UE), inclusive pessoas vacinadas Imagem: iStock

01/12/2021 12h01Atualizada em 01/12/2021 12h15

A propagação da variante ômicron preocupa as autoridades sanitárias da França, que registraram nesta quarta-feira (1°) mais 13 casos suspeitos da nova cepa. Na sequência, o governo anunciou que exigirá testes negativos de Covid-19 para quem chegar de fora da União Europeia (UE), inclusive pessoas vacinadas.

Foi o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, que anunciou as novas medidas. Segundo ele, ao desembarcarem na França, viajantes não vacinados vindos de países exteriores à UE deverão apresentar um diagnóstico de menos de 24 horas negativo. Para os vacinados, o exame poderá ter sido feito até 48 horas antes.

Attal também indicou que os voos entre a França e os países do sul da África serão retomados a partir do próximo sábado (4), dentro de um dispositivo que classificou de "drástico". Apenas franceses, cidadãos europeus, diplomatas e funcionários da aviação terão direito de desembarcar no país vindos desta parte do continente africano.

Além disso, esses viajantes serão testados ao chegar à França. Em caso de teste negativo, permanecerão sete dias isolados. Para quem for diagnosticado positivo, a quarentena obrigatória será de dez dias. O isolamento será controlado pelas forças de segurança e em caso de desrespeito da medida, uma multa de ?1.000 a ?1.500 será imposta.

Com as novas medidas, o governo francês tenta controlar a propagação da variante ômicron. As autoridades sanitárias anunciaram nesta quarta-feira que há 13 casos suspeitos da nova linhagem no país. Na terça-feira (30), o primeiro caso foi confirmado, na ilha da Reunião, território ultramarino francês no leste da África. Segundo Attal, é "fortemente provável" que a ômicron já esteja circulando na França e que outras infecções sejam confirmadas nos próximos dias.

Em coletiva de imprensa, o porta-voz também fez um apelo para que os franceses não deixem de lado as medidas básicas de proteção contra o vírus. Além disso, reforçou o pedido para que a população continue se vacinando contra a Covid-19.

A França enfrenta a quinta onda da doença, "uma retomada massiva da epidemia", classificou Attal. De acordo com dados divulgados na terça-feira pela agência de saúde pública do país, em 24 horas, 47.177 novos casos de Covid-19 foram registrados no país, um aumento de mais de 32 mil novas infecções por dia, em média, desde a semana passada.

Vacinação obrigatória

Para Jean-François Delfraissy, presidente do Conselho Científico da França, órgão criado durante a pandemia de Covid-19, não há nenhuma "solução milagrosa" para barrar a propagação da variante ômicron. Segundo ele, a melhor alternativa é se vacinar contra a doença.

O especialista também demonstrou ceticismo sobre a possibilidade de tornar a vacinação obrigatória, um plano que vem sendo cogitado pelo governo alemão. "Como vamos controlar isso?", duvidando que "fazer a polícia" na casa de pessoas idosas, isoladas e contra a vacinação seja uma boa alternativa.

Delfraissy admite que as novas vacinas possam ser menos eficazes diante da nova cepa, mas "não sabemos absolutamente nada sobre ela" até o momento. Por isso, para ele, o essencial agora é se concentrar no aumento das contaminações relacionadas à variante delta, hegemônica na Europa. A ômicron "vai demorar um certo tempo até se instalar", o que segundo o especialista pode levar algumas semanas.