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Aviões com ajuda de emergência e equipamentos de comunicação chegam às ilhas de Tonga

20.jan.2022 - Avião da Austrália transportando ajuda de emergência para Tonga após uma erupção devastadora e um tsunami - AFP/Royal Australian Air Force and Australian Defence Force
20.jan.2022 - Avião da Austrália transportando ajuda de emergência para Tonga após uma erupção devastadora e um tsunami Imagem: AFP/Royal Australian Air Force and Australian Defence Force

20/01/2022 06h50

Os primeiros aviões transportando ajuda de emergência e equipamentos de comunicação aterrissaram hoje nas ilhas Tonga, isoladas do mundo cinco dias após uma erupção devastadora e um tsunami.

O arquipélago do Pacífico está isolado desde a erupção em 15 de janeiro do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, um dos mais potentes em atividade. A irrupção causou muitos danos, como a ruptura do cabo de comunicação que liga o país às redes globais de internet e telefonia.

Aviões militares australianos e neozelandeses pousaram no principal aeroporto do arquipélago, na ilha de Tongatapu, hoje, informaram as autoridades. No dia anterior, após dias de trabalho, a pista havia finalmente sido limpa da camada de cinco a dez centímetros de cinzas vulcânicas.

O ministro australiano para o Desenvolvimento Internacional e o Pacífico, Zed Seselja, saudou a chegada de um porta-aviões C-17 com "suprimentos humanitários urgentes" a bordo. "Um segundo C-17 está a caminho", acrescentou.

A Nova Zelândia também confirmou a chegada de sua aeronave de transporte militar.

"O avião está transportando água, kits para abrigos temporários, geradores, produtos de higiene e equipamentos de comunicação", disse a ministra das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta.

As primeiras imagens de Nuku'alofa, capital de Tonga, mostram prédios cobertos de cinzas, paredes desmoronadas e ruas repletas de pedras, troncos de árvores e outros detritos.

Cerca de 84 mil pessoas, mais de 80% da população de Tonga, foram afetadas pela erupção do vulcão e pelo tsunami, disse a ONU.

Em particular, o arquipélago enfrenta necessidade urgente de água potável. "O abastecimento de água em Tonga foi muito afetado pelas cinzas e pela água salgada do tsunami", disse Katie Greenwood, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Segundo ela, há "um risco crescente de doenças como cólera e diarreia".

Dois navios neozelandeses, o Wellington e o Aotearoa, com água potável e uma unidade de dessalinização com capacidade para fornecer 70 mil litros por dia, devem chegar a Tonga na sexta-feira. A Austrália planeja embarcar o navio militar Adelaide com equipamento de purificação de água e dois helicópteros de manobra pesada Chinook a bordo.

Agricultura em ruínas

As reservas de alimentos de Tonga podem não ser suficientes. "Toda a agricultura está devastada", disse o presidente da Assembleia Nacional do país, Fatafehi Fakafanua.

Como os aviões podem pousar novamente, muitas nações se ofereceram para ajudar. O Japão anunciou o envio de duas aeronaves C-130. Outros países, incluindo China e França, também ofereceram ajuda.

As medidas rigorosas destinadas a impedir a entrada no país da Covid-19, até então praticamente ausente, continuarão em vigor. A ajuda será entregue sem qualquer contato físico, e as tripulações e passageiros passarão pouco tempo em terra.

O governo de Tonga chamou a erupção de um desastre "sem precedentes", dizendo que ondas de até 15 metros de altura destruíram todas as casas em algumas ilhas. Três pessoas foram mortas.

A erupção vulcânica foi ouvida até no Alasca, a mais de 9.000 km de distância. Um cogumelo de fumaça de 30 km de altura dispersou cinzas, gás e chuva ácida nas 170 ilhas de Tonga.

Essa erupção causou uma enorme onda de pressão que atravessou o planeta, movendo-se a uma velocidade de 1.231 km/h, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Água e Atmosférica da Nova Zelândia.

A conexão de internet de Tonga levará pelo menos quatro semanas para que seja restaurada pela empresa de cabo norte-americana SubCom.

(Com informações da AFP)