Quer viver como a realeza nas proximidades de Lisboa? Palacete está à venda por R$ 31,6 mi

Andrew Allen

Em Lisboa (Portugal)

  • Engel & Völkers/Reprodução

Um palacete com seis quartos, cercado por jardins formais exuberantes e ligado a um dos mais importantes monarcas do país, está à venda

Era a moda entre a nobreza da Lisboa do século 17 a construção de palacetes em Lumiar, na época um local de bosques de oliveiras e vinhedos a poucos quilômetros da capital portuguesa.

Atualmente, o local é um arborizado bairro periférico da cidade e os vinhedos e bosques de oliveiras desapareceram há muito tempo. Mas muitos dos palacetes permanecem, alguns decrépitos e abandonados, alguns transformados em museus, outros como residências particulares de luxo.

Um exemplo é a Quinta de São Sebastião, um palacete de seis quartos, cercado por exuberantes jardins formais, ligado a um dos monarcas mais importantes do país.

Segundo a lenda local, o palacete foi construído para dom João 5º, conhecido como o "Rei-Sol" de Portugal e, na sua época, um dos soberanos mais ricos do mundo. O imóvel agora está no mercado pela corretora Engel & Volkers Lisboa por 7,5 milhões de euros, ou cerca de R$ 31,6 milhões.

O Sistema de Informação para o Patrimônio Arquitetônico de Portugal (Sipa) cita a presença do brasão real na fachada traseira do prédio como evidência de uma possível ligação real.

Escondido da rua por muros altos, a entrada se dá por uma série de pátios, todos decorados de modo extravagante por mosaicos de azulejos pintados a mão descrevendo cenas de caça, banquetes e arqueiros romanos –um motivo típico português.

O hall de entrada principal leva a uma grande escada de pedra feita em lioz, um tipo raro local de calcário branco e cor de rosa.

Por todos os três andares do imóvel, que possui 998 metros quadrados, as principais salas de visitas possuem decorações barrocas e rococós extravagantes. Elas incluem afrescos de parede e teto, molduras de teto douradas e cenas pintadas com técnica "trompe-l'oeil".

O proprietário, um empreendedor português de uma rede de centros de jardinagem que não quer ser identificado, disse que quando comprou o imóvel há oito anos, ele estava em excelentes condições.

"Eu consertei algumas coisinhas aqui e acolá, mas foi tudo o que precisei fazer", ele disse. Ele acrescentou que está vendendo a propriedade por já ter outra casa grande no norte de Portugal.

Azulejos pintados a mão, ubíquos em Portugal, são utilizados extensamente no interior e exterior da casa. Neste imóvel, os múltiplos azulejos tendem a formar cenas maiores em vez de padrões simétricos repetitivos.

Isso faz com que a substituição deles seja cara, já que cada um é diferente e deve ser encomendado individualmente a um artista, disse o proprietário.

Engel & Völkers/Reprodução
Um dos salões da Quinta de São Sebastião

O teto da sala de visitas principal é pintado com motivo de borboletas e pássaros convergindo para o centro da sala. O proprietário substituiu os radiadores por um sistema de aquecimento central baseado em dutos, para não obstruir as pinturas decorativas.

Uma porta escondida atrás de um painel no andar de cima dá acesso aos candelabros, que podem ser facilmente baixados para limpeza e troca de lâmpadas.

Um estúdio revestido com painéis de madeira no segundo andar possui desenhos entalhados que o proprietário acredita ser de origem maçônica. As salas de visitas possuem lareiras de mármore preto.

No andar superior, uma sala de música em formato oval com piso de mármore cor-de-rosa, verde e preto conta com afrescos de flores, cisnes e cenas marítimas e interioranas. Ela possui portas de madeira pesadas que podem ser fechadas para melhorar a acústica.

A capela, no piso térreo, conta com janelas com vitrais, revestimento barroco e uma fonte de mármore vermelho. Há seis suítes na casa principal, incluindo quatro que possuem sala de estar, e há mais sete quartos no alojamento de empregados.

Pisos de mármore verde, cor-de-rosa e preto também decoram um pavilhão do outro lado do jardim, que conta com uma cozinha profissional para eventos.

O jardim de 3 mil metros quadrados possui uma fonte barroca e um alpendre cercado por ciprestes.

Um banco curvo em um canto do jardim se encontra sob uma ilustração em azulejos pintados, que acredita-se retratar dom João 5º seduzindo a madre superiora de um convento local. Isso é mencionado no banco de dados do Sipa como evidência de um possível elo real.

As extensas pinturas em "trompe-l'oeil" que decoram muitas das paredes são assinadas pelo artista português Antero Basalisa e datam de 1968.

Manuel Neto, diretor da Engel & Volkers Lisboa, disse que, ao longo das últimas duas décadas, o bairro de Lumiar se tornou particularmente popular entre os ricos, que são atraídos por suas temperaturas mais amenas e sensação de vilarejo.

O bairro fica a cerca de 15 minutos de carro do centro de Lisboa e do aeroporto.

Tradutor: George El Khouri Andolfato

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