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Marco Maia prevê instalação da CPI do Cachoeira na próxima semana

Daniela Martins

Em Brasília

12/04/2012 15h29

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), disse nesta quinta-feira (12) que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados deve ser instalada no fim da próxima semana.

Nesta quinta, líderes da base aliada e da oposição chegaram a um acordo sobre o texto do requerimento para a apuração das relações com Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro sob a acusação de comandar uma rede ilegal de jogos de azar. Já começaram a coleta de assinaturas. "Não haverá dificuldade para a coleta das assinaturas porque já tem acordo dos partidos da base e da oposição", declarou o presidente da Câmara.

Maia informou que, antes da instalação do colegiado, será necessário ler o requerimento em sessão do Congresso Nacional, além de fechar a indicação de integrantes, relator e presidente da CPMI.

O requerimento prevê que o grupo será formado por 15 deputados e 15 senadores. O regimento do Congresso prevê que o maior partido do Senado indicará o presidente e o maior da Câmara, o relator. Por essa regra, a presidência ficará com o PMDB do Senado e a relatoria com um deputado do PT. No entanto, Maia não descartou que negociações entre os parlamentares mudem essa configuração. "Seria natural, mas vai ter um processo de negociação. Não há martelo batido sobre essa situação", disse Maia.

O presidente da Câmara também minimizou a disputa política em torno da CPMI. "Ela não tem vínculo, na minha avaliação, nem com investigações anteriores, com processos que já aconteceram aqui na Câmara, com mensalão ou com qualquer outra investigação que já se realizou aqui na Casa", disse.

Em vídeo publicado ontem na página do PT, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, vinculou a CPMI à uma tentativa de mostrar a "farsa" do mensalão, suposto esquema de compra de apoio político descoberto durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A oposição tenta aproveitar os holofotes para resgatar o caso de corrupção envolvendo o então sub-chefe para Assuntos Parlamentares da Casa Civil no governo Lula, Waldomiro Diniz. Em 2004, a imprensa divulgou vídeo realizado dois anos antes em que Waldomiro Diniz aparece extorquindo Cachoeira para arrecadar fundos para campanha eleitoral. Na época, Waldomiro estava na Loteria Esportiva do Rio.