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Para petista, documentos da CPI podem embasar impeachment de Perillo

Yvna Sousa

Em Brasília

17/07/2012 20h22

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), defendeu nesta terça-feira (17) que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Cachoeira remeta à Assembleia Legislativa de Goiás documentos que possam embasar um processo de impeachment do governador Marconi Perillo (PSDB).

Ele disse que Perillo deveria receber um "remédio similar" ao aplicado ao ex-senador Demóstenes Torres, que foi cassado por suspeita de utilizar seu mandato em benefício de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que comandava um esquema ilegal de jogos de azar com ramificações políticas e empresariais.

"A CPI pode fazer chegar à Assembleia Legislativa elementos, fatos, para que a Assembleia possa fazer o pedido de abertura de um processo de impeachment do governador Perillo", disse o líder.

Para Pinheiro, a CPI já possui "elementos contundentes" que comprovam a relação entre Perillo e Carlinhos Cachoeira e disse que o PT vai reforçar junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) o pedido de abertura de inquérito contra o governador no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O líder petista afirmou ainda que não concorda com uma reconvocação de Perillo para depor à Comissão, mas disse que não há consenso dentro do partido sobre essa estratégia.

"Ouvi-lo para quê, para ele repetir o que já falou? Por que [durante seu depoimento] ele sequer citou esse assunto que agora veio à tona?", questionou, referindo-se a um relatório da Polícia Federal, revelado pela revista "Época", em que ficaria comprovado que Marconi Perillo liberou recebeu dinheiro do esquema de Cachoeira em troca da liberação de recursos de contratos do governo de Goiás com a Delta. Segundo a PF, o contraventor era sócio oculto da empresa.

O senador rebateu ainda as acusações feitas pelo presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), de que o PT estaria tentando concentrar as investigações da CPI do Cachoeira em Marconi Perillo e no PSDB para tentar desviar o foco do julgamento do "mensalão" no Supremo Tribunal Federal.

"Não fomos nós que quisemos que o processo de Carlinhos Cachoeira viesse a coincidir com o julgamento do mensalão", disse. "Está dado o mensalão. Alguém acha que vai mudar o curso da história? Não há fato nenhum que possa ser utilizado como oposto ou como algo que possa tramar contra o STF no sentido do julgamento do mensalão".