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Aécio cobra unidade ao PSDB mineiro

19/04/2013 16h53

Enquanto se prepara para assumir a presidência nacional do PSDB e começar a viajar pelo país, o senador mineiro Aécio Neves se ocupa também de fortalecer o partido em casa. Ontem, ele se reuniu com pré-candidatos ao governo de Minas Gerais e cobrou deles que mantenham a unidade.

Participaram da reunião o governador Antonio Anastasia (PSDB) - que não poderá disputar mais um mandato - o deputado federal e presidente do PSDB em Minas, Marcus Pestana, e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Dinis Pinheiro. O único participante do encontro que não é do PSDB foi o vice-governador, Alberto Pinto Coelho, do PP.

Nesta sexta-feira, Aécio contou que na reunião de ontem, ele disse que o momento é de união e também de "uma nova estratégia". "Os nomes que se dispõem a enfrentar a sucessão do governador Anastasia devem caminhar juntos pelo Estado, mostrando o que foi feito ao longo desses anos, refrescando a memória dos mineiros em relação a todos os avanços que nós tivemos", disse o senador. "No momento certo vai surgir o candidato."

O PSDB está no governo de Minas desde 2002. Foram dois mandatos de Aécio e dois de Anastasia. O atual governador assumiu o governo em 2010, quando Aécio deixou o cargo para disputar uma vaga do Senado.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, é o nome mais provável do PT a disputar o governo em 2014. Pesquisas não publicadas citadas por petistas mostram, segundo eles, uma ampla liderança de Pimentel nas intenções de voto. Se sua candidatura ao Planalto se concretizar, Aécio precisará ter um candidato competitivo em seu território de maior influência política.

O prefeito Marcio Lacerda (PSB), que frequentemente tem sido cogitado como possível candidato ao governo, teria na avaliação de tucanos e de líderes do PSB boas chances de ser eleito.

Ao falar de sua agenda nacional e de sua estratégia para disputar as eleições presidenciais de 2014, Aécio deu a entender que sua estratégia passa, primeiro, por sua eleição como presidente nacional do PSDB. Ele tem evitado dizer que é candidato à sucessão da presidente Dilma Rousseff.

"Eu assumirei o partido, provavelmente, agora no dia 18, 19 de maio e vamos construir nossa estratégia de conversar com a sociedade", disse ele ao sair de um hotel em Belo Horizonte, onde se encontrou com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"O ano de 2013 será dedicado a andarmos pelo país, a conversarmos com as pessoas, a ouvirmos as pessoas e acredito que no final do ano, no amanhecer de 2014, aí sim, será hora de buscarmos aliados", disse a ele ao ser perguntado sobre como pretende atrair partidos que estão hoje na base do governo Dilma.

"Acredito que há uma possibilidade grande de termos ao nosso lado várias forças políticas, inclusive algumas que estão hoje na base de sustentação do governo porque chegarão a conclusão de que o Brasil merece um governo muito mais eficaz, com mais compromisso com a ética, mais ousado no campo da gestão é que permita o Brasil a crescer muito mais do que vem crescendo", disse o tucano.

Pesquisa Datafolha de março mostrou que Dilma tinha 58% das intenções de voto; a ex-senadora Marina Silva tinha 16%; Aécio, 10%; e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, 6%.