Datafolha sai a campo e mantém Marina entre candidatos
O eleitorado feminino simpático a Marina Silva deve ser o segmento com maior chance de alterar as intenções de voto na corrida presidencial, depois que a ex-ministra anunciou sua adesão ao PSB e à candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos. Esta é opinião do sociólogo Mauro Paulino, diretor do Datafolha. O instituto sairá a campo nesta sexta-feira (11) para uma nova rodada de pesquisa, com mais de 2.000 entrevistados, a ser divulgada no fim de semana.
Para Paulino, a escolha das mulheres que apoiam Marina é um fator fundamental, pois neste segmento a ex-ministra tem uma maior concentração de preferência. "É preciso prestar atenção em como o eleitor se sentiu com a decisão, principalmente as mulheres, entre as quais Marina tem mais votos", afirma o pesquisador.
De acordo com a última pesquisa Datafolha, nos variados cenários, o peso do voto feminino é superior ao masculino nos casos de Marina e do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), enquanto há uma tendência de os homens votarem mais em Campos e no senador mineiro Aécio Neves (PSDB). A distribuição das preferências da presidente Dilma Rousseff é mais equilibrada.
Além da questão de gênero, Paulino ressalta a diferença no perfil ideológico dos novos parceiros. "É uma mulher que deixou de concorrer à Presidência, cuja marca é a de exercer a política de forma diferente, que sai em favor de um homem e político tradicional. É preciso saber como o eleitor de Marina vai se comportar a essa mudança", diz Mauro Paulino.
O Datafolha perguntará aos entrevistados se eles pretendiam votar em Marina Silva e se continuarão votando, caso ela seja a vice na chapa de Eduardo Campos. A ex-ministra, no entanto, continuará constando como candidata nos levantamentos do instituto.
Cenários eleitorais
Serão quatro cenários eleitorais, todos eles com a presença da presidente Dilma Rousseff. O que muda são os adversários da petista, variando entre Aécio e Serra, pelo PSDB, e Marina e Campos, pelo PSB.
Mauro Paulino afirma que o Datafolha investigará estes cenários, independentemente de um eventual anúncio oficial de que o candidato do PSB seja Campos. A ida de Marina para o partido, se por um lado reforça a candidatura do governador, por outro, pode constrangê-lo, caso a ex-ministra continue a constar nas pesquisas eleitorais --e com um desempenho melhor. No último levantamento do Datafolha, Marina obteve 26% e Campos, 8%.
"É claro que se o partido disser e garantir que o candidato é tal, mas nos bastidores há a possibilidade de que outro nome seja lançado, esse tem que ser testado também. Enquanto as candidaturas não são oficiais, cada instituto tem seus próprios critérios para desenhar os cenários. O do Datafolha segue o critério jornalístico e é decidido com a redação da Folha de S.Paulo", afirma Paulino.
O nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi excluído, de acordo com o diretor do instituto, por causa do limite técnico na aplicação dos questionários, que elevaria para oito o número de cenários possíveis.
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