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Aécio é "caso inusitado em que a derrota subiu à cabeça", diz Humberto Costa

01/12/2014 17h28

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), fez duras críticas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à Presidência da República, em discurso nesta segunda-feira, ao comportamento do mineiro após as eleições, principalmente a declarações feitas nesse fim de semana em programa de televisão. Costa chamou Aécio de "quixotesco perdedor" e classificou como "infame ópera bufa" sua afirmação, na entrevista, de que perdeu a eleição para uma "organização criminosa" patrocinada pelo PT.

"É um caso inusitado em que a derrota subiu à cabeça", afirmou o líder do PT, em discurso na tribuna. Para ele, Aécio parece "não ter entendido que perdeu", "não quer aceitar a derrota" e está "reduzindo sua estatura política a cada declaração desastrada que dá".

Humberto Costa afirmou que o ex-presidenciável "cria novas teorias contra a legitimidade" da presidente Dilma Rousseff, chegando a acenar com manifestações golpistas. Criticou, ainda, as acusações feitas por tucanos de que a presidente está cometendo "estelionato eleitoral", por anunciar medidas de ajuste. "Os tucanos perderam o discurso, ficaram sem argumento", disse.

Para o petista, é hora de Aécio assumir a derrota. "O quixotesco perdedor das eleições continua lutando contra imaginários moinhos de vento", disse o petista, lembrando que a eleição terminou há mais de um mês.

"Ele foi derrotado em Minas Gerais, seu Estado e também lá pela Presidência da República. Foi derrotado. Ponto. Vira a página."

Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que o senador mineiro "passou todos os limites nessa entrevista", em programa da GloboNews. Informou que a direção nacional do PT decidiu interpelar judicialmente o ex -presidenciável, que, para ele, "age como meu perdedor".

Lindbergh disse que a entrevista é apenas mais um episódio, lembrando que o PSDB tem questionado a lisura do processo eleitoral. Citou pedidos de impeachment da presidente e manifestações em que grupos contrários ao governo defenderam intervenção militar e impeachment de Dilma.

Segundo ele, Aécio está tentando garantir espaço no partido, já que há outras lideranças tucanas que podem disputar a Presidência da República em 2018, como o governador Geraldo Alckmin (SP).