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Com 12 acordos de delação, Lava Jato tem colaboração recorde

21/12/2014 15h40

Responsável por investigar o esquema de corrupção na Petrobras, a força-tarefa da Operação Lava Jato não conseguiu apenas identificar desvios de, pelo menos, R$ 286 milhões na estatal, mas também, pela primeira vez, amarrar mais de uma dezena de acordos de delação premiada, diz reportagem do jornal "O Globo" neste domingo (21). Segundo o jornal, um dado inédito do MPF (Ministério Público Federal) no Paraná mostra que, até semana passada, foram firmados 12 acordos.

A reportagem mostra que se trata da maior quantidade de delações premiadas em um caso de corrupção recente. Os primeiros acordos --fechados com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e com o doleiro Alberto Youssef-- são tidos como fundamentais para o sucesso da investigação e levaram a novas colaborações.

Além deles, segundo o jornal, os empresários Julio Camargo e Augusto Mendonça, ambos da Toyo Setal; Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras; Carlos Alberto Pereira da Costa, gestor de empresas de Youssef; e Luccas Pace Júnior, assistente da doleira Nelma Kodama, já fizeram acordo.

"Os demais cinco nomes são sigilosos. Mas não é só. Empresas do grupo Toyo Setal, seis no total, firmaram acordos de leniência com o MP, pelos quais se comprometem a colaborar para tentar evitar punições como a de serem proibidas de firmar novos contratos públicos", mostra a reportagem. "Para se ter uma ideia do impacto que os acordos podem ter, apenas Costa delatou 28 nomes de políticos", complementa o jornal, afirmando ainda que a lista entregue pelo ex-diretor da estatal deve embasar três dezenas de inquéritos, a serem abertos em fevereiro, quando o Judiciário retornar do recesso.

Na lista do delator, constam os ex-ministros Antonio Palocci (PT-SP), Gleisi Hoffmann (PT-SC) e Mário Negromonte (PP-BA); o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN); o atual ministro Edison Lobão, da pasta de Minas e Energia; os ex-governadores Eduardo Campos (PSB), morto em acidente de avião, e Sérgio Cabral (PMDB-RJ); o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, já falecido; além de senadores e deputados.