Relembre casos obscuros, bizarros e inusitados do mensalão

Almeida Rocha/Folhapress
Assim como vuvuzela, ficha limpa, redes sociais e pré-sal, o termo mensalão já é parte da cultura popular. Não é o único, como mostra esta compilação feita no fim de 2010, das palavras que marcaram a década => Mais
Reprodução
Outro indicativo de que o mensalão caiu no imaginário coletivo é esta pergunta que apareceu em uma prova para concurso público da Câmara Vereadores de São José dos Campos (SP), em 2009: "O governo do presidente Lula vem sendo palco de alguns escândalos que envolvem petistas famosos. Em meados de 2005, quadros do Partido dos Trabalhadores envolveram-se no chamado escândalo do mensalão. Qual é o nome dessas personalidades políticas?" Mais
Reprodução
Outro sinal de incorporação do termo mensalão à cultura do Brasil é o aparecimento do termo no Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro da Fundação Getúlio Vargas Mais
Lula Marques/Folhapress 14.jun.2005
O "pai" do termo mensalão é o ex-deputado Roberto Jefferson, que denunciou em 2005 à Folha de S. Paulo o suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares
Divulgação
Além de delator, o autor da primeira denúncia sobre a existência do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, também atacava de cantor. Confira vídeo dele cantando "When I fall in love", de Nat King Cole Mais
Rubens Cavallari/Folha Imagem - 16.fev.2006
Quem cantou sobre o mensalão foi o rapper Gabriel O Pensador, que criou um rap de nome e letra inspirada no escândalo; ouça na Rádio UOL Mais
Reprodução
Até Raul Seixas teve envolvimento com o mensalão! Um dos advogados de Delúbio Soares, o ex-tesoureiro nacional do PT, recorreu ao Maluco Beleza para reclamar da atuação do Ministério Público Federal no caso. Segundo o advogado, a acusação "cabível" contra Delúbio seria "eleitoral por dívidas não contabilizadas". "Como esse crime prescreveu (...), foi criada essa metamorfose ambulante denominada mensalão" Mais
Lula Marques/Folhapress 7.jul.2005
Sempre que há um escândalo de corrupção com mulheres no meio surgem as especulações picantes. No caso, a bola da vez no caso do mensalão foi Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário mineiro Marcos Valério. Ela chegou a dizer que aceitou uma oferta de R$ 2 milhões para posar nua na "Playboy" - o que a revista negou Mais
Patricia Stavis/Folhapress
Outra mulher envolvida no caso do mensalão, mas involuntariamente, foi a empresária Eliana Tranchesi, morta em fevereiro deste ano. Em comentário sobre a morte da herdeira da loja Daslu, o âncora Boris Casoy disse que Eliana "é uma das grandes vítimas do mensalão". Segundo o jornalista, o governo Lula explorou o caso de sonegação fiscal da Daslu como forma de "desviar as atenções da população sobre a roubalheira do mensalão". "Eliana foi exposta à execração pública e humilhada, o que deve ter contribuído, e muito, para o câncer que a matou" Mais
Lula Marques/Folhapress
Outro que teve seu nome envolvido no mensalão foi o procurador Manoel Pastana, do Rio Grande do Sul. Ele encaminhou ao procurador geral da República, Roberto Gurgel, uma representação na qual pedia a responsabilização criminal de Lula pela existência do mensalão Mais
Jorge Araujo/Folhapress
O mensalão repercutiu também na imprensa internacional. Em 2011, ao reportar a queda do ministro Alfredo Nascimento, envolvido em denúncias de corrupção, o jornal argentino La Nación disse que Lula deixou uma "herança maldita" para a presidente Dilma Rousseff, e lembrou do mensalão. Ironicamente, o termo "herança maldita" foi frequentemente usado por Lula para descrever o estado do país quando sucedeu Fernando Henrique Cardoso Mais
Arte/UOL
Os advogados Leonardo Yarochewsky (dir.) e Paulo Sérgio Abreu e Silva citaram a novela das oito, "Avenida Brasil", durante suas defesas no STF. Yarochewsky disse que "até na novela das oito a Carminha disse que ia processar a Nina por formação de quadrilha". Abreu e Silva disse que "essa denúncia [da Procuradoria Geral da República] é um roteiro para novela das oito" Mais
Taiz Dering/Divulgação
O cantor e compositor Chico Buarque já foi citado duas vezes durante o julgamento do mensalão. No segundo dia do julgamento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, se inspirou na música "Vai Passar" e citou um trecho da canção: "Dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações." Depois, um dos advogados de defesa, Leonardo Yarochewsky, representante da ré Simone Vasconcelos, ex-diretora administrativa da SMP&B, citou a canção "Apesar de Você", em referência ao procurador: "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia" Mais
Reprodução
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende a ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório no julgamento do mensalão, afirmou que sua cliente não sabia do esquema ilegal de repasses de dinheiro feito pelo banco. Oliveira citou o escritor tcheco Franz Kafka, conhecido pelas suas narrativas fantásticas, ao ironizar a denúncia contra Ayanna. "É kafkiana a acusação contra ela". Mais
Manoel Pires/Folhapress
Na defesa do ex-deputado Pedro Corrêa, o advogado Marcelo Leal de Lima Oliveira se inspirou em Carlos Drummond de Andrade e citou um trecho da poesia "A morte do leiteiro": "Por entre objetos confusos, / mal redimidos da noite, / duas cores se procuram, / suavemente se tocam, / amorosamente se enlaçam, / formando um terceiro tom / a que chamamos aurora". Segundo ele, as cores que se procuram (leite e sangue na poesia de Drummond) significam lei e fato, sendo que a lei é a premissa maior. "Aqui se espera que, do conjunto de lei e fato, se obtenha uma aurora, um alvorecer. Uma aurora alvissareira para nossa democracia" Mais
Roberto Jayme/UOL e Divulgação
Em sua sustentação oral no STF, o advogado de Emerson Palmieri, Itapoã Prestes de Messias, disse: "Vossa excelência [Roberto Gurgel] tem uma aparência agradável, gentil, lembra até um pouco o jeito do Jô Soares" Mais
Folha Imagem
14.ago.2012 - "Senhor procurador [Roberto Gurgel], a tua piscina está cheia de ratos, mas suas ideias não correspondem aos fatos", citou o advogado Luís Maximiliano Leal Telesca Mota, que defende a ré Anita Leocádia. Ele se referia à composição de Cazuza "O Tempo Não Para" Mais