Na Síria com os rebeldes: fotógrafo da Reuters registra conflito em Aleppo

Goran Tomasevic/Reuters
Rebeldes fazem pausa nos conflitos em uma cafeteria de Aleppo, em foto de 12 de agosto. O Exército de Libertação da Síria é organizado e sabe o que está fazendo. Alguns integrantes são ex-soldados sírios que desertaram, mas a maioria é formada por jovens civis, alguns de 16 ou 17 anos. Os rebeldes enfrentam o Exército Sírio com pequenas armas e lança-granadas e sem qualquer suprimento, mas, de alguma forma, conseguem, por exemplo, combustível para seus veículos. No início, eles notavam minha presença e ficavam desconfiados, mas depois de pouco tempo, já começaram a me chamar: 'Goran, venha cá'. Eles me chamavam para dizer a missão que estavam conduzindo ou para me mostrar algumas posições e perguntar se eu queria me juntar a eles. Nesta série de imagens, o fotógrafo Goran Tomasevic, da agência Reuters, relata os dias que passou com os combatentes. Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde reage depois de seu amigo ser atingido por soldados do Exército Sírio durante combates na área de Salah Al-Din, no centro de Aleppo, no dia 4 de agosto. O atirador encontrou um espaço entre os sacos de areia e atirou. O tiro atingiu o amigo do rebelde no peito. Eu corri para a rua e tirei as fotos em uma luz muito ruim --fortes pontos luminosos e sombras escuras. Este rebelde estava muito perto do que foi atingido. Ele chorava muito Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde acena enquanto companheiros carregam homem morto por soldados sírios durante confronto em Salah al-Din, no centro de Aleppo, em foto do dia 4 de agosto. O rebelde foi morto por um atirador muito preciso que encontrou um buraco entre os sacos de areia e atirou. O tiro atingiu o rebelde no peito, provocando morte imediata Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde tenta se proteger durante combates com o Exército Sírio na área de Salaheddine, em Aleppo, no dia 7 de agosto. Ele havia sido atingido e estava pulando de volta para uma posição segura quando a foto foi tirada. Eu estava perto dele, no chão, e disparando com uma lente 20mm. O ponto amarelo em sua cabeça é reflexo da câmera Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde grita de dor após ser atingido na perna por um disparo de um tanque do Exército Sírio. Nós ouvimos tiros e corremos para dentro do prédio. Ouvimos uma grande explosão e então o rebelde foi atingido. Em choque, eu tirei algumas fotos que ficaram fora de foco. Estávamos em um local tão pequeno e mal iluminado que eu tive de colocar a câmera em ISO 3000. Eu não podia ver direito porque havia muita fumaça. Foi muito difícil tecnicamente tirar essas fotos. Há uma faca no chão porque algumas pessoas tinham acabado de almoçar Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde atravessa buraco na parede para entrar na sala de uma casa em Aleppo, no dia 12 de agosto. Os rebeldes fizeram buracos em prédios, muros e portões. Essas aberturas permitem que eles se movimentem pela cidade secretamente, sem sair às ruas. Em certas ocasiões, vi algumas famílias voltando para pegar pertences em suas casas, mas na maioria das vezes as residências estavam vazias, abandonadas por famílias que buscaram refúgio fora da zona de conflito Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde aponta arma para a rua, de dentro de casa onde está com outros combatentes, em Aleppo, em foto do dia 14 de agosto. Um rebelde está sentado no sofá, comendo chocolate, enquanto ao lado do homem armado, o comandante olha pela janela, vigiando a área. Eles me disseram que a residência havia sido usada como base do Exército Sírio e que precisaram matar três soldados para ocupar o local --é possível ver manchas de sangue no corredor Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde ajuda mulher a atravessar a rua correndo durante combates em Aleppo, em foto do dia 12 de agosto. A mulher veio com o marido buscar pertences que estavam em sua casa. Alguns rebeldes disseram que ela não deveria ir ao local, mas ela decidiu cruzar a rua correndo, sozinha. Um combatente foi até ela e a trouxe de volta. A mulher estava chorando quando cruzou a rua sob fogo cruzado. Esta é uma das muitas ruas de Aleppo que você não deve usar pelo grande perigo de ser atingido Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde aciona lança-granadas depois que um disparo de um tanque do Exército Sírio atinge um prédio do outro lado da rua, durante combates pesados no bairro de Salaheddine, centro de Aleppo, no dia 11 de agosto. Esta é a primeira de uma série de três fotos, todas tiradas com lente de 16mm. Nela, é possível ver a árvore sendo atingida por estilhaços. Para mim, esta foto é a mais poderosa, porque realmente permite ver o efeito dos estilhaços. Foi uma situação muito dramática, com a fumaça dos disparos dos tanques tomando a rua atrás dos combatentes Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde aciona um lança-granadas no momento em que um disparo de um tanque do Exército Sírio atinge um prédio no bairro de Salaheddine, centro de Aleppo, no dia 11 de agosto. Esta é a segunda de uma sequência de três fotos. Foi tirada logo depois de o homem atirar com o lança-granadas. Foi uma situação muito dramática, com fumaça dos disparos dos tanques tomando a rua atrás dos combatentes Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde tenta consertar arma emperrada durante combates pesados em Aleppo, no dia 11 de agosto. Essa é a terceira de uma sequência de três fotos. Esta foi tirada logo depois de ele disparar o lança-granadas. Foi uma situação muito dramática, com fumaça dos disparos dos tanques tomando a rua atrás dos combatentes Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde arrasta homem morto para fora da linha de tiro no bairro de Salaheddine, em Aleppo, em foto do dia 13 de agosto. Muitos corpos estavam espalhados pelas ruas. Nesta foto, um civil atingido por um franco atirador há alguns dias é resgatado por um comandante rebelde que precisa arrastar o corpo para tirá-lo da linha de combate Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebeldes carregam o corpo de um companheiro durante conflito em Aleppo, no dia 16 de agosto. Quando um grupo dominou uma área do governo, alguns rebeldes foram mortos pelas forças do regime Assad. Cinco rebeldes decidiram sair em uma missão de resgate para recuperar os corpos de seus companheiros. Eu fui com eles. Nós literalmente rastejamos por 150 metros. Eles usaram um longo bastão, no qual amarraram um gancho para puxar os corpos para a rua, por passagens muito estreitas entre os edifícios e então carregaram os corpos pelas ruas, passando um para o outro através de buracos nos prédios. O processo todo levou cerca de quatro a cinco horas. Foi um dia realmente longo. Os corpos serão devolvidos às famílias Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde carrega o corpo de um companheiro durante conflito em Aleppo, no dia 16 de agosto. Quando um grupo dominou uma área do governo, alguns rebeldes foram mortos pelas forças do regime Assad. Cinco rebeldes decidiram sair em uma missão de resgate para recuperar os corpos de seus companheiros. Eu fui com eles. Nós literalmente rastejamos por 150 metros. Eles usaram um longo bastão, no qual amarraram um gancho para puxar os corpos para a rua, por passagens muito estreitas entre os edifícios e então carregaram os corpos pelas ruas, passando um para o outro através de buracos nos prédios. O processo todo levou cerca de quatro a cinco horas. Foi um dia realmente longo. Os corpos serão devolvidos às famílias. Um dos corpos era de um irmão de um dos rebeldes Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebelde carrega o corpo de um companheiro durante conflito em Aleppo, no dia 16 de agosto. Quando um grupo dominou uma área do governo, alguns rebeldes foram mortos pelas forças do regime Assad. Cinco rebeldes decidiram sair em uma missão de resgate para recuperar os corpos de seus companheiros. Eu fui com eles. Nós literalmente rastejamos por 150 metros. Eles usaram um longo bastão, no qual amarraram um gancho para puxar os corpos para a rua, por passagens muito estreitas entre os edifícios e então carregaram os corpos pelas ruas, passando um para o outro através de buracos nos prédios. O processo todo levou cerca de quatro a cinco horas. Foi um dia realmente longo. Os corpos serão devolvidos às famílias. Um dos corpos era de um irmão de um dos rebeldes Mais
Goran Tomasevic/Reuters
Rebeldes descansam no bairro de Salaheddine, no centro de Aleppo, em foto do último dia 17. Em meu último dia em Aleppo, um dos rebeldes estava caminhando pelas ruas e olhando dentro das construções quando encontrou um pássaro em uma gaiola. Ele tirou a ave do apartamento e a levou para a rua com ele. Os rebeldes também colocaram esse manequim na linha de um atirador, não entendi muito bem o porquê. Eles podiam estar rindo em um minuto e, no minuto seguinte, você veria um tanque explodindo a poucos metros de distância Mais