Sangue, corrupção e mentira marcam trajetória de PC Farias

Folhapress
Paulo César Farias era o nome por trás do "Esquema PC", rede de corrupção responsável pelo primeiro impeachment da história do Brasil, o do presidente Fernando Collor em 1992. PC foi tesoureiro da campanha presidencial e depois intermediou interesses privados junto a órgãos federais, além de bancar gastos particulares de Collor. Ele fugiu do país em 1993, mas foi capturado em Bancoc (Tailândia). Em liberdade condicional, PC foi assassinado em 1996 ao lado de sua namorada, Suzana Marcolino
Sérgio Tomisaki/Folhapress
Setembro de 1989 - Durante a corrida presidencial de 1989, o candidato à Presidência Fernando Collor de Mello aparece ao lado do seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, e de Zélia Cardoso de Mello, futura ministra da Fazenda
Jorge Araújo/Folhapress
Maio de 1992 - PC Farias, que na foto coloca óculos durante campanha eleitoral, é denunciado por Pedro Collor, irmão do presidente, como o responsável pela montagem de uma rede de tráfico de influência e extorsão dentro do governo
Ailton Freitas/Folhapress
Junho de 1992 - O Congresso instala uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para apurar as denúncias feitas por Pedro Collor, que foi ouvido pelos parlamentares e confirmou as denúncias
Lula Marques/Folhapress
Julho de 1992 - Os petistas Aloizio Mercadante, José Dirceu e Eduardo Suplicy conversam durante uma das sessões da CPMI do caso PC Farias em Brasília
Eugenio Novaes/Folhapress
Julho de 1992 - Depoimento de Marta Vasconcellos Soares, secretária da Brasil-Jet, empresa de Paulo César Farias, dá depoimento em que admitiu à CPMI que intermediou uma transação comercial com o então presidente Fernando Collor
Ormuzd Alves/Folhapress
Dezembro de 1993 - Após fuga que incluiu Paraguai, Argentina e Inglaterra, o empresário PC Farias é detido em Bancoc (Tailândia) e volta ao país escoltado por policiais federais
Ormuzd Alves/Folhapress
Dezembro de 1993 - O empresário PC Farias dá entrevista no voo de retorno ao Brasil após meses foragido. Ele saira do país em julho daquele ano, usando avião particular e passando por Pernambuco, Bahia, Mato Grosso do Sul e Paraguai
Ormuzd Alves/Folhapress
Dezembro de 1993 - PC Farias foi detido após ter sido avistado por um turista brasileiro na capital tailandesa, um mês antes deu entrevista para a TV em lugar não localizado
Cris Bierrenbach/Folhapress
Julho de 1994 - Morre Elma Farias, mulher de PC, enquanto ele estava preso. Oficialmente, as causas da morte seriam edema pulmonar agudo e insuficiência cardíaca. Porém, PC teria confidenciado que acreditava em assassinato, sem citar nomes
Otávio Dias de Oliveira/Folhapress
Maio de 1995 - O piloto Jorge Bandeira de Mello, ex-sócio de PC, deixa algemado o local onde depôs em Buenos Aires (Argentina). Ele participou da fuga com PC e foi localizado na capital argentina após quase dois anos foragido
Marcelo Soubhia/Folhapress
Junho de 1995 - PC Farias fuma cigarro na Secretaria de Justiça alagoana, onde foi apresentado plano de serviços comunitários para reduzir sua pena
Marcelo Soubhia/Folhapress
Junho de 1995 - PC Farias sai da penitenciária alagoana São Leonardo com os processos que ele vai analisar em seu trabalho, na Secretaria de Justiça. Ele fez serviço comunitário trabalhando como advogado
Paulo Giandalia/Folhapress
Julho de 1995 - PC Farias posa no pátio da penitenciária estadual de São Leonardo, onde cumpria expediente um dia por semana atendendo aos presos, por ordem judicial
Paulo Giandalia/Folhapress
Julho de 1995 - PC Farias dirige seu carro após dar expediente na penitenciária de Maceió, como forma de trabalho comunitário para atenuar sua pena
Paulo Giandalia/Folhapress
Julho de 1995 - O empresário Paulo César Farias, entre os filhos Paulo e Ingrid, assiste à missa de um ano da morte de Elma Farias, na Igreja Matriz Santa Rita, em Maceió. À época da prisão de PC, Elma disse emocionada que o "grande chefe" do esquema PC seria Fernando Collor, e que seu marido estava pagando sozinho pelos crimes
Jefferson Rudy/Folhapress
Novembro de 1995 - Volumes de inquérito sobre a CPMI do PC ficam arquivado na sede da Polícia Federal em Brasília
Cleide Maia/Folhapress
Maio de 1996 - Suzana Marcolino reconforta o namorado PC Farias durante o enterro do pai do ex-tesoureiro de Collor
Reprodução
Junho de 1996 - Reprodução mostra foto tirada pela perícia policial dos corpos do empresário e da namorada, Suzana Marcolino, no quarto da casa de praia de PC em Maceió
Juca Varella/Folhapress
Junho de 1996 - Irmãos de PC, Cláudio, Rogério e Augusto Farias acompanham velório do empresário em Maceió. O advogado de Paulo César, Nabor Bulhões, passa na frente dos filhos de PC, Paulo e Ingrid (camiseta de listas)
Juca Varella/Folhapress
Junho de 1996 - Irmãos e amigos carregam o caixão do empresário à sepultura, no cemitério Parque das Flores, em Maceió
Ari Cipola/Folhapress
Junho de 1996 - Técnico do Instituto de Criminalística segura croqui que mostra como Suzana teria matado PC antes de suicidar. O desenho faz parte do laudo apresentado pelo médico legista Fortunato Badan Palhares, que posteriormente foi desmentido
Juca Varella/Folhapress
Julho de 1996 - Zelador rega flores que plantou no túmulo de PC, no Cemitério Parque das Flores, em Maceió. Silva também é responsável pelos túmulos de Pedro Collor e de Leda Collor. Ele recebe 20 reais por mês da família Farias para cuidar do túmulo onde também estão enterrados a mulher e o pai de PC
Juca Varella/Folhapress
Junho de 1996 - Cinzas em baldio ao lado da casa de PC conteria colchões, lençóis e móveis do quarto e que ajudariam na investigação. A queima foi ordenada pela família de PC
Juca Varella/Folhapress
Julho de 1996 - Claudia Dantas, funcionária e sobrinha do então secretário do Estado de Alagoas, Luis Dantas, chega para trabalhar.Um suposto envolvimento de PC com ela reforçaria a tese de que o crime foi passional, com Suzana Marcolino matando PC por ciúmes
Juca Varella/Folhapress
Julho de 1996 - O legista Fortunato Badan Palhares (direita) e o delegado Cícero Torres apresentam resultado da perícia e apontam que Suzana Marcolino matou PC e se suicidou. Revelações posteriores mostraram que essa conclusão foi forjada com dados errados nos laudos
Juca Varella/Folhapress
Julho de 1996 - Augusto Farias, irmão de PC, cercado de policiais e seguranças particulares, chega à Secretaria de Segurança Pública de Alagoas para prestar depoimento
Juca Varella/Folhapress
Julho de 1996 - Fortunato Badan Palhares, acompanhado por delegados e legistas, aponta para a sepultura de PC Farias momentos antes de se iniciar a exumação de seu corpo, no cemitério Parque das Flores, em Maceió
Reprodução
Março de 1999 - Foto de arquivo pessoal mostra o empresário Paulo César Farias com a namorada Suzana Marcolino. Essas fotografias mostraram que Suzana era mais baixa que PC, portanto a altura adotada pelo médico-legista Badan Palhares, para o laudo pericial sobre as mortes de PC e Suzana, estava incorreta
Reprodução
Março de 1999 - Foto de arquivo pessoal mostra o empresário Paulo César Farias com a namorada Suzana Marcolino. Essas fotografias mostraram que Suzana era mais baixa que PC, portanto a altura adotada pelo médico-legista Badan Palhares, para o laudo pericial sobre as mortes de PC e Suzana, estava incorreta
Pablo Aneli/Clarín
Julho de 1997 - O advogado argentino Jorge Ricca, suposto testa de ferro de PC Farias, é fotografado no centro de Buenos Aires
Antonio Gaudério/Folhapress
Maio de 1999 - Casa de praia de PC Farias, onde ele e sua namorada foram encontrados mortos, passa por nova reconstituição do crime após reabertura do caso
Folhapress
Março de 1997 - Reportagem do jornal italiano "La Repubblica" noticia sobre o suposto envolvimento de PC Farias com a máfia