Como políticos usam o dinheiro público

Rogério Albuquerque/Folhapress e Acervo Folha
Em 1991, uma kombi com chapa branca levou dois cachorros de Rogério Magri, então ministro do Trabalho e da Previdência Social, para o veterinário, como mostra denúncia do dia 15 de maio feita pelo jornal Folha de S.Paulo (à direita). O ministro de Fernando Collor disse que sua cadela Orca estava grávida e que precisava de cuidados, imortalizando a frase: "cachorro também é ser humano"
Sergio Lima/Folhapress
Em março de 2003, outra cadela causou alvoroço em Brasília (DF): a fox terrier Michelle foi levada em um carro de uso exclusivo para a Presidência à Granja do Torto, onde Luiz Inácio Lula da Silva conduzia uma reunião ministerial. O caso virou tema de debate na Câmara dos Deputados e no Senado, como um "fator de medição" da conduta ética do governo Mais
Lula Marques/Folhapress
Benedita da Silva sofreu uma ação de improbidade administrativa em dezembro de 2003, quando ainda era ministra da Assistência Social. A Procuradoria da República acusou a política de enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e violação da administração pública por supostas irregularidades em viagens à Argentina, a Portugal e aos Estados Unidos que tinham cunho religioso, e não eram de interesse público Mais
Sergio Lima/Folha imagem
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercer cargo de ministro na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. Mesmo depois de assumir a pasta das Relações Institucionais em novembro de 2007, José Múcio usou 54 vezes a verba disponível para viagens dos parlamentares. Na época, Múcio disse não ver razões "legais nem éticas" para devolver o dinheiro das passagens, pois a cota não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível, que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara Mais
Sergio Lima/Folha imagem
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercerem o cargo de ministros na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. Reinhold Stephanes usou 15 vezes o benefício depois de se tornar o ministro da Agricultura. A assessoria do político afirmou à época que não houve irregularidades, pois a cota de passagens não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível - valor que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara Mais
Sergio Lima/Folha imagem
O site Congresso em Foco revelou em 2009 que deputados licenciados para exercerem o cargo de ministros na Esplanada continuaram usando cotas de passagens aéreas fornecidas pela Câmara. No comando da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima viajou quatro vezes pela Gol, no trajeto entre Brasília (DF) e Salvador (BA). A assessoria do político afirmou à época que não houve irregularidades, pois a cota de passagens não usada era transformada em saldo e, depois, em crédito pessoal e intransferível - valor que não poderia ser dado a seus sucessores na Câmara Mais
João Sal/Folhapress
O deputado Fábio Faria (PSD-RN) bancou com a cota de passagem da Câmara a viagem da sua namorada da época, a apresentadora Adriane Galisteu, e de cerca de dez amigos famosos para irem ao carnaval fora de época em Natal, onde ele era dono de um camarote. Denúncias de 2009 mostraram que o deputado tinha outras sete viagens emitidas para a ex e a mãe dela, Emma Galisteu, entre 2007 e 2008. Faria devolveu mais de R$ 21 mil à Câmara após o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens" e chegou a ser investigado, mas o caso foi arquivado pelo então presidente da Casa, Michel Temer Mais
Lalo de Almeida/Folhapress e Alan Marques/Folhapress
Em paralelo ao escândalo que ficou conhecido em 2009 como a "farra das passagens", no qual políticos distribuíam sua cota de viagens para familiares e amigos passearem, foi descoberto um forte esquema de venda de bilhetes aéreos de deputados federais a terceiros. Os gabinetes de Aníbal Gomes (PMDB-CE), Dilceu Sperafico (PP-PR - na foto, à esquerda) e Vadão Gomes (PP-SP - na foto, à direita) comercializavam as cotas mensais dos parlamentares a agências de turismo de Brasília e recebiam, em troca, um créditos de voos, criando uma espécie de mercado paralelo. A investigação que estava na 10ª Vara Federal do Distrito Federal foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) para averiguação sobre o envolvimento dos deputados em maio de 2013, quatro anos depois da denúncia Mais
Sergio Lima/Folhapress
Os deputados Eugênio Rabelo (PP-CE) e Paulo Roberto (PTB-RS) chegaram a ser suspeitos em 2009 de vender para terceiros a cota de passagens de seus gabinetes. Os relatores da comissão de sindicância da Câmara, os deputados Marcelo Ortiz (PV-SP) e Mendes Ribeiro (PMDB-RS, na foto acima), inocentaram os dois em 28 de outubro, alegando não haver "indícios de envolvimento dos parlamentares no uso indevido de bilhetes aéreos na instituição" Mais
Marcelo Camargo/Folhapress
Orlando Silva, quando ainda era ministro do Esporte, comprou tapioca com seu cartão corporativo. Além dos R$ 8,30 do quitute, o ministro foi acusado de gastar cerca de R$ 20 mil em alimentação e diárias de hotéis de luxo em 2007. Em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos, um ano mais tarde, o político admitiu o engano com a tapioca, mas negou o restante das irregularidades, já que se tratavam de "despesas para reuniões de trabalho". Acima, imagem de Silva preparando uma moqueca baiana na cozinha de casa, em Brasília (DF) Mais
Reprodução/TV Folha
O senador José Sarney (PMDB-AP) usou por duas vezes em 2011 um helicóptero da PM (Polícia Militar) do Maranhão para chegar até sua ilha particular. Em uma dessas ocasiões, o atendimento ao pedreiro Anderson Ferreira Pereira, 40, com traumatismo craniano e clavícula quebrada, foi atrasado por conta do desembarque das malas da família Sarney. A aeronave de R$ 16,5 milhões foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça para combater o crime e socorrer emergências médicas. Na época, o então presidente do Senado negou irregularidades dizendo apenas que "não prejudicou ninguém" Mais
Reprodução/Twitter
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usou um helicóptero do governo para buscar familiares no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 7 de dezembro de 2012. Sem agenda oficial naquele dia, o governador pegou o filho, a nora e os dois netos, que moram no México, e voltou com a primeira-dama ao palácio. Em nota, o governo alegou que "os veículos à disposição do governador se destinam a qualquer dos seus deslocamentos enquanto ele estiver no exercício do cargo, 24 horas por dia" Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL, à direita), viajou em um avião oficial da FAB (Força Aérea Brasileira) para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) em Trancoso, na Bahia. Ele usou a aeronave modelo C-99 para ir de Maceió (AL) a Porto Seguro (BA) às 15h do dia 15 de junho, um sábado, e depois para voltar para Brasília no domingo, às 3h da manhã. Calheiros afirmou que foi convidado à cerimônia como "chefe de poder" e, portanto, não deve ressarcir os cofres públicos. Acima, os colegas de partido se cumprimentam durante a votação da MP dos Portos no Senado, em maio de 2013 Mais
Reprodução e Sergio Lima/Folhapress
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), usou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para levar familiares ao Rio de Janeiro, onde assistiram à final da Copa das Confederações no Maracanã, no dia 30 de junho. Pegaram "carona" no voo ofical a noiva Laurita Arruda, dois filhos e um irmão dela, o publicitário Arturo Arruda, com a mulher Larissa (o casal aparece no detalhe, à esquerda), além de um filho do deputado - um amigo de Arturo entrou na viagem de volta. Após a repercussão, Alves devolveu aos cofres da União R$ 9.700 referentes ao valor das passagens de sete pessoas Mais
Pedro Ladeira 29.mai.2013/Folhapress
O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB), usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao Rio de Janeiro assistir à final da Copa das Confederações no Maracanã. Após ter cumprido compromisso oficial na cidade de Nova Morada (CE) na sexta-feira (31 de junho), ao invés de voltar para Brasília, Garibaldi pediu que o avião, um Learjet 35, o levasse ao Rio, onde havia programado passar o fim de semana para ver o jogo da seleção brasileira contra a Espanha Mais
Caio Guatelli/Folha Imagem
24.jul.2013 - O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, divulgou nota nesta quarta-feira (24) justificando a ida da mulher e do filho à Cuba, durante o Carnaval deste ano, com o avião da Força Aérea Brasileira (FAB). No documento, ele explicou que foi à capital cubana a trabalho, mas continuou sem justificar as atividades realizadas pela mulher e pelo filho durante o feriado Mais
Julio Cesar Guimaraes/UOL
Segundo reportagem da revista "Veja", o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), teria utilizado helicópteros oficiais do Estado para transportar a família e funcionários até a sua casa de veraneio em Mangaratiba, no litoral fluminense. Cabral também percorreria diariamente, de helicóptero, o trajeto entre o heliporto da Lagoa e o bairro de Laranjeiras, onde está localizado o Palácio Guanabara. Uma denúncia por crime de responsabilidade e quebra de decoro foi protocolada por deputados estaduais, que pediram o impeachment do governador. Após as denúncias, Cabral anunciou regras para utilização de helicópteros oficiais Mais
Alan Marques/Folhapress
A Comissão Diretora do Senado aprovou, nesta quinta-feira (12), alteração na cota postal, determinando corte de 50% nas despesas da Casa com mensagens enviadas pelo correio. Uma auditoria apurou que havia sido gasto quase R$ 2 milhões com a compra de 1,4 milhão de selos - considerando o valor de R$ 1,20 para uma carta comum - em um ano e quatro meses. No entanto, não se sabe o que foi feito com o material, pois as correspondências dos senadores são seladas por uma máquina que dispensa selos. Alguns senadores pediram selos, como o líder do PTB, Gim Argello (DF). "Normalmente, mando carta quando tem aniversário de eleitor, mas não estou lembrado de ter pedido", afirmou o senador. Mais
Alan Marques/Folhapress
20.set.2013 - O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) é acusado de superfaturar shows de artistas brasileiros durante o evento "Férias no Ceará". A denúncia foi feita pelo Ministério Público que encontrou disparidades nos valores pagos aos artistas pelo governo do Estado do Ceará e aos cachês recebidos pelos mesmos músicos em outros eventos Mais
Reprodução/CB
A ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti (de costas) caminha em direção a helicóptero do Samu em Santa Catarina. Reportagem publicada no jornal "Correio Braziliense" afirma que a ministra costuma usar a única aeronave da Polícia Rodoviária Federal, conveniada ao serviço de atendimento médico, quando está no Estado Mais
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Reportagem publicada no jornal "Correio Braziliense" afirma que a ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti costuma usar a única aeronave da Polícia Rodoviária Federal, conveniada ao serviço de atendimento médico, quando está no Estado. O helicóptero, equipado com maca e tubo de oxigênio, é usado para resgatar vítimas de acidentes. A ministra afirmou que todas as utilizações foram autorizadas pela Polícia Rodoviária Federal e que não há nenhuma ilegalidade no uso Mais
Waldemir Barreto/Agência Senado
No dia 2 de outubro de 2013 o Senado suspendeu um pregão para comprar 270 itens, entre alimentos e produtos de limpeza estimados em R$ 98 mil, que iriam abastecer a residência oficial do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pelos seis seguintes Mais
Sergio Lima/Folhapress
Após a notícia de que o governo do Distrito Federal abriu licitação para contratar um jatinho para os deslocamentos do governador Agnelo Queiroz (PT), a um custo previsto de R$ 1,3 milhão por um ano, o governo do DF anunciou nesta terça-feira (12.nov) que vai cancelar a licitação Mais
Rodolfo Stuckert/Agência Câmara
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), gastou quase R$ 17 mil em combustível no primeiro semestre em um posto que doou R$ 10 mil para a sua campanha eleitoral. A prática também foi seguida pelo deputado Biffi (PT-MS), que gastou R$ 21,5 mil de janeiro a junho no mesmo estabelecimento que doou R$ 1.330 para sua campanha em 2010. A forma como outros deputados gastam recurso destinado ao abastecimento de veículos oficiais e prestam conta dele também apresenta irregularidades, como é o caso de Ângelo Agnolin (PDT-TO), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Vinicius Gurgel (PR-AP), Manoel Salviano (PSD-CE), Mozarildo Cavalcanti (PTB/RR) Mais
Divulgação/Polícia Federal no Espírito Santo
O deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) gastou verba indenizatória da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para abastecer o helicóptero que foi apreendido pela Polícia Federal carregando 445 kg de pasta base de cocaína no Espírito Santo.De acordo com a assessoria da Casa, o uso do dinheiro para abastecer aeronaves é legítimo, desde que ela seja utilizada para compromissos de trabalho. Perrella diz não saber que a aeronave seria usada para esse fim e nega que tenha utilizado verba pública para abastecê-la no dia em que a droga foi apreendida Mais
Waldemir Barreto/Agência Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) , viajou ao Recife em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para fazer um implante de fios de cabelos. A viagem aconteceu no dia 18 de dezembro. Ele afirmou que irá devolver aos cofres públicos R$ 27 mil pelo uso do veículo, através de GRU (Guia de Recolhimento da União). Foi a segunda vez que Renan usou aeronave da FAB neste ano para fins particulares Mais