Questões que podem azedar a reunião da cúpula do G20

Kevin Lamarque/Reuters
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (à dir.), que recentemente criticou o Nobel da Paz dado ao líder de Estado americano, Barack Obama (à esq.) e sua política internacional, deve bater de frente contra planos americanos de intervir militarmente na Síria. Na cúpula do G8, em junho, Putin se isolou ao defender o ditador sírio, Bashar Assad. Ele rejeita a tese dos governos dos EUA e da França de que o regime sírio tenha realizado um ataque com armas químicas contra a população civil do país
Andrew Cowie/AFP
Vladimir Putin vai enfrentar críticas sobre a repressão de seu governo a homossexuais, ONGs, artistas e grupos de oposição, incluindo a aprovação recente de lei que proíbe a "propaganda gay". Na foto, ativistas usam camisa com foto do presidente russo maquiado, em um dos inúmeros protestos motivados pela medida. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convidou ativistas de direitos humanos e movimentos em defesa de gays para um encontro, e o britânico David Cameron disse que vai pressionar Putin sobre o assunto
Brendan Smialowski/Afp
Denúncias de que a presidente Dilma Rousseff teria sido espionada pela NSA (agência de segurança dos EUA) podem contaminar conversas entre ela e Barack Obama. O Planalto não descarta cancelar a visita aos EUA, prevista para outubro. A presidente estuda um comunicado conjunto com os Brics contra "ações que afetam a soberania dos países". Para agradar à presidente, Obama cogita dar apoio à pretensão brasileira de ocupar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU. A foto é da visita oficial feita pela chefe de Estado brasileiro aos EUA no final do ano passado
Russia24/AP
Outra aresta nas relações entre Vladimir Putin e Barack Obama foi o abrigo dado temporariamente pela Rússia ao responsável pela divulgação do esquema de espionagem do governo americano, Edward Snowden. Na foto, visto temporário concedido pelo governo russo ao ex-funcionário da NSA (agência de segurança dos EUA). Em reação, o chefe de Estado americano cancelou encontro bilateral que teria com o presidente russo no mês passado. Nesta semana, Putin chamou Snowden de "defensor dos direitos humanos"
Justin Tallis/AFP
O primeiro-ministro britânico David Cameron pode sofrer pressão do governo americano para submeter a possível intervenção militar na Síria a uma nova votação no Parlamento ou apoiar a ação à revelia do que já foi decidido pelos parlamentares, que rejeitaram a participação do país na questão. Os britânicos insistem que não mudarão de posição sem que haja fatos novos e, por isso, Londres pode começar a articulação de um "grupo de contato com a Síria" para atuar diplomaticamente junto a ambos os lados do conflito sírio, incluindo países como a Rússia, o Irã e a Arábia Saudita
Hannibal Hanschke/EFE/EPA
Em meio a uma intensa campanha pela reeleição como chanceler da Alemanha, Angela Merkel preferiria ignorar temas controversos e focar no assunto de maior apelo para seu público doméstico, a economia. Mas Merkel pode se ver pressionada a assumir um papel de mediadora entre as diferentes posições sobre o que fazer em relação à Síria. Há pressões internas para que ela demonstre insatisfação ao presidente Barack Obama sobre a espionagem de milhares de cidadãos alemães
G20Russia/AP
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, insistirá na exigência de que qualquer ação militar contra a Síria não deve ocorrer sem aprovação prévia do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Uma equipe de inspetores está trabalhando a todo vapor para examinar evidências coletadas na Síria sobre o suposto ataque com armas químicas perpetrado pelo regime Assad contra civis, e não está descartado que os resultados dessa análise sejam divulgados durante o encontro. Na foto, chegada de Ban Ki-moon a São Petersburgo, onde ocorrerá a reunião de cúpula do G20