Passageiros de ônibus apoiam protestos, mas reclamam de violência em SP

Rodrigo Capote/UOL
A reportagem do UOL foi até o Terminal Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), na última segunda-feira (3), para embarcar na linha 6014 rumo ao Terminal Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. A linha chegou a ser suspensa no último dia 29 depois do ataque a um ônibus. O Terminal Jardim Jacira abriga três linhas com destino a São Paulo. Com estrutura precária, o terminal está em obras Mais
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A reportagem do UOL foi até o Terminal Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), na última segunda-feira (3), para embarcar na linha 6014 rumo ao Terminal Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. A linha chegou a ser suspensa no último dia 29 depois do ataque a um ônibus. O Terminal Jardim Jacira abriga três linhas com destino a São Paulo. Com estrutura precária, o terminal está em obras Mais
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A auxiliar de enfermagem Luzia Brito, moradora do bairro Chácara Balbina, em Itapecerica da Serra, diz que não tem medo de andar de ônibus na região. Ela reclama da situação na estrada M'Boi Mirim, em São Paulo. "Tem um trânsito tão grande que às vezes desisto do ônibus e caminho até uma hora depois de sair cansada do serviço", diz Mais
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Edson Pereira diz que sofreu vários assaltos na Grande São Paulo quando dirigia caminhões. Há cinco meses, ele é motorista na linha 6014 e reclama da insegurança. "Nunca sofri ameaça, mas colegas nossos já sofreram. Nossa segurança dentro do carro é zero. Às vezes, passa uma viatura, mas aqui mesmo (no Terminal Jardim Jacira) é um deserto", afirma. "A gente sai de casa com medo. E fica assustado com qualquer coisa que vê" Mais
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Rutílio José, diretor do sindicato, diz que, após os ataques a ônibus, pelo menos três trabalhadores pediram afastamento na garagem M'Boi Mirim da empresa VIP, que opera a linha 6014. Alguns profissionais são encaminhados a psicólogos. A ação dos manifestantes é rápida. "Chegam, param o ônibus e mandam todo mundo descer. Jogam uma garrafinha de gasolina dentro do carro, riscam um fósforo e saem correndo", descreve o sindicalista Mais
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A reportagem do UOL embarcou na última segunda-feira (3) no Terminal Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), e fez todo o trajeto da linha 6014 até o Terminal Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. A linha chegou a ser suspensa no último dia 29 depois do ataque a um ônibus. A viagem teve início às 17h05. O ônibus saiu quase vazio Mais
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A morte de um jovem de 19 anos teria levado moradores do Jardim Capela, na zona sul de São Paulo, a incendiar um ônibus da linha 6014 em 29 de janeiro. "Teve um menino morto na região. Foi um protesto deles. Não sei o que a empresa de ônibus tem a ver com isso", afirma o cobrador Anderson Camargo dos Santos Mais
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A diarista Alexandra Cristina dos Santos, moradora da Vila Calu, na zona sul de São Paulo, critica os ataques a ônibus. "Não vejo lógica em queimar ônibus. Me sinto prejudicada. Queimam os ônibus, e a gente fica sem". Com uma filha de 4 anos, ela disse que evitou de sair de casa nos dias seguintes aos ataques. "A gente acaba ficando com medo" Mais
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O funcionário público Marcus Vinícius Araujo também diz ter medo de andar de ônibus na região, mesmo durante o dia. "Os ataques que aconteceram foram à luz do dia. Hoje não tem mais essa de horário. A gente está sempre com receio", declara. Quando a linha foi suspensa por causa de um ataque a ônibus na última semana de janeiro, ele voltou a pé do Jardim Jacira, onde trabalha, até o Jardim Capela, onde mora. "São 45 minutos de caminhada" Mais
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O ônibus da linha 6014 saiu do Terminal Jardim Jacira, em Itapecerica da Serra, às 17h05 de segunda-feira (3). Quando chegou à estrada do M'Boi Mirim, no extremo sul de São Paulo, o ônibus entrou em um grande congestionamento. O ônibus entra na via na altura do número 9.500. A estrada só tem corredor de ônibus de seu início até a altura do 4.500. Daí em diante, ela é estreita e sem faixa separada para o transporte coletivo Mais
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O vendedor Denilson Arcanjo, morador da Vila Guiomar, na zona sul de São Paulo, usa a linha 6014 diariamente e reclama dos ataques a ônibus. "Protesto deveria ser sem briga. Agora está faltando ônibus para a gente". Ele reclama das condições da estrada do M'Boi Mirim e diz que os moradores são obrigados a andar com frequência por causa do trânsito na via Mais
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O vigilante Paulo Roberto Rodrigues diz que faltou duas vezes ao trabalho em janeiro por causa dos ataques a ônibus na região do Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo. "Protesto não tem que envolver vandalismo e violência. Há várias maneiras de fazer protesto. Queimar ônibus prejudica a gente" Mais
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Às 17h50 da última segunda-feira (3), o ônibus da linha 6014 (Terminal Jardim Jacira-Terminal Santo Amaro) estava na altura do número 8.900 da estrada do M'Boi Mirim. Vinte e cinco minutos depois, havia avançado somente 300 metros. Um dos pontos que mais complica o trânsito na via é o cruzamento com a estrada da Baronesa Mais
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A Prefeitura de São Paulo realiza obras nesse trecho. Trata-se do início da duplicação da estrada e do corredor. Também está prevista a ampliação da ponte sobre o rio Embu Mirim. Com o trânsito lento, muitos passageiros desistem de usar os ônibus e percorrer o trecho a pé Mais
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Com o trânsito praticamente parado, passageiros desistem de usar os ônibus e percorrem a estrada do M'Boi Mirim a pé. Depois de passar caminhando pelo trecho congestionado, tentam embarcar em um ônibus mais à frente Mais
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Depois do trecho mais congestionado, o ônibus começa a lotar. O tráfego flui melhor depois do número 8.500 da estrada do M'Boi Mirim. O ônibus levou somente 15 minutos entre esse ponto e o número 4.700 Mais
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O segurança Robson Menezes, morador do Jardim Capela (zona sul de São Paulo), entraria no trabalho, no Butantã (zona oeste), às 19h, horário em que conseguiu desembarcar do ônibus. Estava atrasado porque ainda teria de pegar trem e metrô. O trânsito na estrada do M'Boi Mirim é o grande vilão. "Não tem outra opção. Toda linha passa pela estrada. Irrita, é cansativo" Mais
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O vigilante Sergio Milagres também mora no Jardim Capela. Ele chega a ficar quatro horas por dia no deslocamento até seu trabalho, em Moema, também na zona sul de São Paulo. "O problema aqui é a estrada, o trânsito. É todo dia assim. Não temos alternativa. Tem que sair do ônibus e andar até onde estiver mais livre na frente para pegar outro ônibus" Mais
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A promotora de vendas Shirleide Medeiros diz que teve de caminhar com o irmão no colo no dia 29 de janeiro, quando a linha 6014 deixou de circular por causa do ataque a um ônibus na zona sul de São Paulo. "Eu estava no Hospital do M'Boi Mirim. Minha irmã me ligou e falou que não tinha ônibus para ir para casa. Fui andando com meu irmão de um ano e seis meses no braço, passando mal, do Parque do Lago até o Jardim Vera Cruz. Foram 45 minutos de caminhada", conta. "Faz protesto? Faz pacífico, sem botar fogo em ônibus" Mais
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A técnica de enfermagem Vera Lucia Lisboa, moradora do Jardim Capela, reserva três horas para fazer o trajeto até seu trabalho na avenida Brigadeiro Luis Antonio, na zona sul de São Paulo. "Eu não espero dentro do ônibus quando tem trânsito. Desço e vou andando. Porque aí você pega outro ônibus na frente. Você tem horário para chegar ao trabalho. Se ficar dentro do ônibus, você perde. O motorista chega a desligar o motor" Mais
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A assistente administrativa Telma Cavalcanti trabalha na região do Jardim Ângela e mora em Interlagos, na zona sul. Diz que a demora dos ônibus aumentou depois dos ataques. "Não concordo com essa forma de protesto porque prejudica mais ainda. É difícil com ônibus. Sem ônibus fica pior" Mais
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Duas horas depois do início da viagem, o ônibus da linha 6014 chega a seu destino, o Terminal Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. No trecho final do itinerário, com o corredor, o ônibus andou em boa velocidade Mais
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O motorista Aderilson Ferreira de Lima conduziu o ônibus no trajeto. Ele trabalha há nove meses na linha 6014 e diz que nunca enfrentou problemas de violência. Durante a jornada de trabalho, tem de fazer três vezes o trajeto entre os terminais Jardim Jacira e Santo Amaro Mais
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A fila no Terminal Santo Amaro para embarcar no ônibus da linha 6014 é enorme. "A gente traz até 200 passageiros. Isso num dia em que a linha está rodando normal. Se um carro fica fora, piora toda a situação", relata o cobrador Anderson Camargo dos Santos Mais