Relembre casos e polêmicas do ex-presidente Fernando Collor de Mello

Vidal Cavalcante/Folhapress
Caçador de marajás: Em 1989, Collor se elegeu presidente da República apoiado em uma campanha de moralização do serviço público em que se apresentava como "caçador de marajás". Com o apoio de setores conservadores, derrotou no segundo turno o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Foi o primeiro presidente eleito pelo voto popular após a ditadura militar
Jorge Araújo/Folhapress - 15.03.1990
Presidente mais jovem: Desconhecido no cenário nacional, Collor (lançado pelo pequeno PRN) conseguiu se projetar na campanha valendo-se da sua imagem de boa-pinta e o discurso de ser uma renovação na política. Com mais de 35 milhões de votos, Collor foi o político mais jovem a ocupar a Presidência da República, aos 41 anos
Eugênio Novaes/Folhapress - 31.07.1990
Poupanças confiscadas: Collor assumiu o governo em um cenário de hiperinflação, e uma de suas primeiras medidas foi lançar o Plano Collor, que previa uma série de medidas impopulares, incluindo o confisco das poupanças e a alta de impostos. A estratégia, porém, não surtiu o efeito desejado e contribuiu para abalar a imagem do presidente
Andrá Dusek/ Agência Estado
"Aquilo" roxo: Durante o seu governo, na tentativa de dar mostras da sua jovialidade, Collor se deixava fotografar fazendo cooper, praticando esportes e pilotando jet ski. Também tentava passar uma imagem de virilidade e, num desses arroubos, falou a notória frase: "Tenho aquilo roxo"
Paulo Giandalia - 21 mai. 1992/Folhapress
Entrevistas-bomba: Enquanto crescia a impopularidade ao seu governo, veio à tona em seu terceiro ano de mandato (1992) a denúncia de um esquema de corrupção envolvendo o tesoureiro da sua campanha, Paulo César Farias, o PC Farias. A revelação foi feita por Pedro Collor de Mello, irmão do próprio Collor, em entrevistas à imprensa
Sérgio Tomisaki/Folhapress
Denúncias de corrupção: Com a revelação do Esquema PC, foi aberta uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso em junho de 1992 para averiguar o caso. Teve início uma série de denúncias contra Collor, como a confirmação de que uma empresa de PC Farias pagava as contas da Casa da Dinda, residência do presidente
Vidal Cavalcante/Folhapress
Operação Uruguai: Na tentativa de justificar como pagava suas contas pessoais, Collor alegou que havia obtido empréstimo de US$ 5 milhões com uma empresa uruguaia. O plano, batizado de Operação Uruguai, caiu por terra diante da revelação de que os documentos apresentados por Collor em sua defesa haviam sido forjados
Jorge Araújo/Folhapress - 26.08.1992
Caras-pintadas: Em agosto de 1992, o escândalo levou a população às ruas para pedir a saída do presidente no movimento conhecido como "Fora Collor". Estudantes, que ficaram conhecidos como "caras-pintadas", saíram em passeata vestidos de preto e com o rosto pintado de verde e amarelo, pedindo o impeachment de Collor
Jorge Araújo/Folha Imagem - 29.09.1992
Impeachment: Em 29 de setembro de 1992, o impeachment de Collor foi aprovado na Câmara dos Deputados por uma maioria esmagadora de 441 votos (bastavam 336) contra 38. Collor foi afastado compulsoriamente do cargo por 180 dias, e seu vice, Itamar Franco, assumiu o cargo interinamente em 2 de outubro
Jorge Araújo / Folhapress
Perda dos direitos políticos: Em 29 de dezembro de 1992, quando o pedido de impeachment chegou ao Senado, ao perceber que os parlamentares iriam cassar o seu mandato, Collor renunciou, mas a sessão seguiu, resultando no seu afastamento definitivo e na perda dos seus direitos políticos até 2000
Reprodução
PC Farias: Pivô da queda de Fernando Collor, o ex-tesoureiro da sua campanha, Paulo César Farias, e sua namorada, Suzana Marcolino, foram encontrados mortos, com um tiro cada, em 1996, deitados na cama do casal. O inquérito conclui que foi crime passional, fundamentado em laudo do legista Badan Palhares, que afirma que Suzana matou PC e se suicidou em seguida. As circunstâncias do crime até hoje não foram esclarecidas
Juan Esteves/Folhapress - 15.03.1990
Livro da ex-primeira-dama: A ex-primeira dama Rosane Collor anunciou em 2012 que preparava um livro de memórias em que revelava que o ex-marido participava de rituais de magia negra na residência oficial do casal. No ano seguinte, porém, Rosane disse que desistira do projeto
Reprodução/TV Senado
Rixa com ex-procurador-geral da República: Entre seus vários adversários, é notória a rixa de Collor com o ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel, a quem acusa de atrasar de propósito o andamento de inquéritos ou de engavetar denúncias contra parlamentares. Collor o acusa ainda de vazar para a imprensa informações sigilosas de investigações da Polícia Federal
Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) foi citado na lista de pedidos de abertura de inquéritos entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-presidente foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Yousseff como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Ele também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça. O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
A Casa da Dinda --onde mora o senador Fernando Collor no bairro nobre do Lago Norte, em Brasília -- foi um dos alvos de busca e apreensão da operação Lava Jato da Polícia Federal. No início dos anos 1990, o local foi pivô de polêmicas como a reforma milionária do jardins e rituais de magia negra. Três carros de luxo do político foram apreendidos no local Mais