Asmaa Waguih/Reuters Mais de 50 milhões de pessoas estão aptas a ir às urnas nesta segunda (26) e terça-feira (27), no Egito, para escolher o novo presidente do país. Disputam o cargo apenas dois candidatos: o ex-chefe do Exército egípcio Abdel Fattah al-Sisi e Hamdin Sabahi, líder da esquerda, membro da Corrente Popular Egípcia e candidato único da oposição Amr Abdallah Dalsh/Reuters O ex-chefe do Exército egípcio Abdel Fattah al-Sisi liderou o golpe que derrubou, em 2013, o islamita Mohammed Mursi, primeiro presidente eleito livremente no país. Ele aparece em 1º lugar nas pesquisas, com larga vantagem. Promete solucionar os problemas do Egito "em dois anos", prega um país "moderno e democrático" e diz que renuncia se protestos maciços pedirem sua saída. Porém, afirma que acabará com a Irmandade Muçulmana Amel Pain/EFE - 20.mai.2012 Hamdin Sabahi é líder da esquerda, membro da Corrente Popular Egípcia e candidato único da oposição. Ganhou popularidade após a saída de Mursi, mas aparece em grande desvantagem nas pesquisas de intenção de voto. É um crítico ferrenho do regime do ex-ditador Hosni Mubarak e já foi detido 17 vezes; apresenta um discurso com foco na justiça social e contra o livre-mercado e o empréstimo negociado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) Tarek el-Gabbas/AP Cinco dias antes do início das votações, na quarta-feira (21), o ex-ditador egípcio Hosni Mubarak, 86, foi condenado a três anos de prisão por roubar dinheiro público, em um caso relacionado ao orçamento dos palácios presidenciais. Ele também está sendo julgado, em outro processo, por abuso de poder e por ordenar a morte de manifestantes durante a revolta do início de 2011, conhecida como Primavera Árabe, que acabou com as três décadas que passou no poder MaisAl Youm Al Saabi Newspaper/Reuters A segurança, principal preocupação dos cidadãos egípcios, foi o tema central da campanha eleitoral e dos discursos dos dois candidatos à Presidência do país. Para o ex-ministro de Defesa Abdul Fatah al Sisi, a chave de suas mensagens foi a segurança. O esquerdista Hamdin Sabahi abordou o tema e tratou de problemas como emprego, justiça, saúde e educação MaisUeslei Marcelino/Reuters Após ter resultados arrasadores nas eleições parlamentares e presidenciais de 2011 e 2012, a Irmandade Muçulmana praticamente desapareceu do mapa político no Egito, varridos para uma nova clandestinidade após a derrocada do islamita Mohammed Mursi. A confraria e seus grupos afins convocaram o boicote das eleições, pois consideram que Mursi continua sendo o legítimo chefe de Estado MaisMohammed Abu Zaid/AP A instabilidade política no Egito, aguçada desde a derrubada de Mohammed Mursi em julho do ano passado, veio acompanhada pelos crescentes ataques terroristas contra policiais e membros das Forças Armadas, que deixaram dezenas de mortos e feridos em diversos pontos do país MaisKhalil Hamra/AP Por motivos de segurança, Abdel-Fattah el-Sissi não apareceu em nenhum ato público ou se dirigiu ao povo egípcio desde que anunciou sua candidatura em discurso transmitido pela televisão em março deste ano. Mesmo assim, escritórios e sedes de campanha do ex-ministro de Defesa receberam ataques espontâneos Mena/Xinhua O Egito vai realizar a eleição presidencial deste ano antes das eleições parlamentares. No dia 1º de março, o governo provisório chefiado pelo novo primeiro-ministro, Ibrahim Mahlab, tomou posse, no Palácio Presidencial, no Cairo Mohamed Abd El Ghany/EFE Ao todo 41.163 pessoas foram detidas no Egito por motivos políticos ou por atuar contra o regime durante os 11 meses posteriores à derrocada pelos militares, em julho passado, do presidente deposto Mohammed Mursi. A contagem inclui toda pessoa processada pelo tribunal penal, declarada culpada ou inocente, e também os detidos por questões políticas, sectárias, sociais ou supostos atos terroristas MaisYahya Arhab/EPA/EFE A instabilidade e a insegurança no país também afetaram gravemente o turismo, responsável por 11,3% do PIB (Produto Interno Bruto) egípcio, que se viu reduzido após a queda de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011. O declínio se acentuou ainda mais após a cassação de Mursi. O número de turistas que visitaram o Egito em março caiu um terço em relação ao mesmo mês do ano anterior MaisVirginie Nguyen Hoang/AFP Em janeiro, o Egito ratificou uma nova Constituição com 98% dos votos em referendo. A eleição teve uma participação de 38,6% dos votantes, o que para as autoridades interinas representou um respaldo ao roteiro previsto para o futuro do país MaisAli Omar/AP Photo Desde a queda de Mursi, o Egito enfrenta manifestações contra e a favor do presidente deposto. No último protesto, na sexta-feira (23), pelo menos duas pessoas morreram e 46 ficaram feridas em manifestações pró-Mursi MaisRoger Anis/AP Meninos egípcios fazem o sinal de "rabaa" na vila de Minya. O gesto é usado pelos que apoiam o presidente deposto Mohammed Morsi. Facções islâmicas estão usando violência para evitar que cristãos votem "não" para a medida que abriria caminho para a criação de um Estado islâmico no país Mohamed Abd El Ghany/Reuters Analistas temem que a vitória de Sisi ameace a frágil democracia no país. Mursi foi eleito democraticamente e substituiu a ditadura de 30 anos de Mubarak. A eleição de um ex-militar, que liderou um golpe, é vista por seus oponentes como um retorno às décadas de repressão Mahmoud Khaled/AFP Quem assumir deve enfrentar a instabilidade política, com crescentes atentados terroristas, e a economia desestruturada após anos de crise --desde a queda de Mubarak, em 2011-- que afetaram o turismo local. A democracia do país é manchada pela repressão contra a Irmandade Muçulmana, ligada a Mursi, que deixou mais de 1.400 mortos e 15.000 presos, além de centenas de condenados à morte Middle East News Agency/AP 26.mai.2014 - O presidente interino do Egito, Adly Mansour, deposita seu voto em urna durante eleições presidenciais do país, no Cairo. As eleições no Egito ocorrem quase um ano depois de os militares derrubarem do poder Mohamed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana e primeiro presidente democraticamente eleito no país. Favorito no atual pleito presidencial, Abdel Fatah al-Sisi, ex-chefe do Exército, foi quem anunciou, no dia 3 de julho de 2013, a deposição de Morsi, eleito em junho de 2012 MaisMahmoud Khaled/AFP 26.mai.2014 - Apoiadores do ex-chefe do exército e candidato à presidência do Egito Abdel Fattah al-Sisi celebram após votarem durante eleições, no Cairo. Todas as pesquisas apontam Sisi, que derrubou e prendeu o ex-presidente islamita Mohamed Mursi, como vencedor absoluto MaisVirginie Nguyen Hoang/AFP 26.mai.2014 - No colo de sua mãe, menina coloca cédula eleitoral em urna durante eleições presidenciais do Egito. Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas MaisVirginie Nguyen Hoang/AFP 26.mai.2014 - Mulher conversa com oficial em sessão eleitoral antes de votar em eleições presidenciais do Egito. Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas MaisKhaled Desouki/AFP 26.mai.2014 - Egípcia vota para escolha do novo presidente em sessão eleitoral no Cairo. As eleições no Egito ocorrem quase um ano depois de os militares derrubarem do poder Mohamed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana e primeiro presidente democraticamente eleito no país. Favorito no atual pleito presidencial, Abdel Fatah al-Sisi, ex-chefe do Exército, foi quem anunciou, no dia 3 de julho de 2013, a deposição de Morsi, eleito em junho de 2012 MaisAmr Abdallah Dalsh/Reuters 26.mai.2014 - Homem checa seu nome em lista antes de votar durante eleições presidenciais do Egito. As eleições no Egito ocorrem quase um ano depois de os militares derrubarem do poder Mohamed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana e primeiro presidente democraticamente eleito no país. Favorito no atual pleito presidencial, Abdel Fatah al-Sisi, ex-chefe do Exército, foi quem anunciou, no dia 3 de julho de 2013, a deposição de Morsi, eleito em junho de 2012 MaisMohamed El-Shahed/AFP 26.mai.2014 - Egípcios votam em sessão eleitoral no Cairo durante eleições presidenciais. Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas MaisAhmed Gamil/AP 26.mai.2014 - Mulher egípcia segura cédula marcando voto para o ex-chefe do exército e candidato Abdel Fattah al-Sisi em sessão eleitoral no Cairo. Todas as pesquisas apontam Sisi, que derrubou e prendeu o ex-presidente islamita Mohamed Mursi, como vencedor absoluto MaisAmr Abdallah Dalsh/Reuters 26.mai.2014 - O ex-chefe do exército e candidato à presidência do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, gesticula após depositar seu voto em urna durante eleições presidenciais no Egito. Todas as pesquisas apontam Sisi, que derrubou e prendeu o ex-presidente islamita Mohamed Mursi, como vencedor absoluto MaisAhmed Ramadan/AP 26.mai.2014 - Papa copita, Tawadros 2º, entra em sessão eleitoral durante eleições presidenciais no Egito, no Cairo. As eleições no Egito ocorrem quase um ano depois de os militares derrubarem do poder Mohamed Morsi, líder da Irmandade Muçulmana e primeiro presidente democraticamente eleito no país. Favorito no atual pleito presidencial, Abdel Fatah al-Sisi, ex-chefe do Exército, foi quem anunciou, no dia 3 de julho de 2013, a deposição de Morsi, eleito em junho de 2012 MaisLobna Tarek/El Shorouk Newspaper/AP 26.mai.2014 - Egípcias têm dedo pintado após votar em eleições presidenciais do país no Cairo. Votam nesta segunda e terça-feira 53 milhões de eleitores. Seus resultados serão anunciados no dia 5 de junho e, posteriormente, serão convocadas eleições legislativas MaisAsmaa Waguih/ Reuters 27.mai.2014 - Mulheres ajudam idosas após votação em eleições presidenciais na cidade egípcia Ashmoon, a 40 km do Cairo, nesta terça-feira (27). O desespero das autoridades do Egito para conseguir uma participação massiva nas urnas teve reflexo na decisão de ampliar as eleições presidenciais em mais um dia e nas ameaças de sanções aos que se abstiverem MaisKhaled Desouki/ AFP 27.mai.2014 - Um soldado egípcio aponta o local de votação a uma mulher no segundo dia de eleição presidencial no país, nesta terça-feira (27). A Comissão Eleitoral Suprema decidiu estender até quarta-feira (28) o processo eleitoral para "dar a oportunidade de votar aos egípcios que vivem longe de suas seções eleitorais e aos que não puderam pela onda de forte calor" que atinge o país Mohamed El-Shaded/ AFP 27.mai.2014 - 27.mai.2014 - Uma criança deposita cédula de voto em urna no segundo dia de eleição presidencial no Egito, nesta terça-feira (27). A Comissão Eleitoral Suprema decidiu estender até quarta-feira (28) o processo eleitoral para "dar a oportunidade de votar aos egípcios que vivem longe de suas seções eleitorais e aos que não puderam pela onda de forte calor" que atinge o Egito MaisNariman El-Mofty/AP 28.mai.2014 - Homens ajudam idoso após votação no Cairo, Egito. Esta é a primeira eleição após a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi. Poucos eleitores compareceram neste dia adicional de votação, decretado pela Comissão Eleitoral para obter maior participação dos eleitores MaisAmr Abdallah Dalsh/Reuters 28.mai.2014 - Mulheres comparecem a seção eleitoral no Cairo, Egito. Esta é a primeira eleição após a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi. Poucos eleitores compareceram neste dia adicional de votação, decretado pela Comissão Eleitoral para obter maior participação dos eleitores MaisNariman El-Mofty/AP 28.mai.2014 - Homem deposita voto em urna de seção eleitoral no Cairo, Egito. Esta é a primeira eleição após a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi. Poucos eleitores compareceram neste dia adicional de votação, decretado pela Comissão Eleitoral para obter maior participação dos eleitores MaisAFP 28.mai.2014 - Mulher deposita voto em urna, na cidade de Alexandria, no Egito. Poucos eleitores compareceram neste dia adicional de votação decretado pela Comissão Eleitoral para obter maior participação dos eleitores MaisPan Chaoyue/ Xinhua 28.mai.2014 - Trabalhador eleitoral egípcio organizar cédulas após o horário de encerramento da votação no Cairo, nesta quarta-feira (28). Resultados parciais da eleição presidencial do Egito apontam que o ex-chefe do Exército do Egito Abdel Fattah al-Sisi está prestes a alcançar uma vitória MaisAmr Nabil/ AP Simpatizante comemora a vitória do candidato Abdel-Fattah el-Sissi na eleição presidencial do Egito nesta quinta-feira (29). Al-Sisi, o militar que derrubou o primeiro presidente livremente eleito no Egito, obteve mais de 90 por cento dos votos na eleição MaisAmr Nabil/ AP Fogos de artifícios explodem sobre a praça Tahrir, no Cairo, na noite desta quinta-feira (29). O ex-comandante do Exército egípcio Abdel Fatah al-Sissi venceu a eleição presidencial com 96% dos votos, segundo resultados parciais, o que legitima o poder das Forças Armadas no país, onze meses depois da destituição do único presidente civil da história do Egito, o islamita Mohamed Mursi MaisMohamed El-Shahed/AFP 3.jun.2014 - Egípcios erguem bandeiras nacionais durante celebração da vitória do ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi, que venceu as eleições presidenciais com 96,91% dos votos, na praça Tahrir, no Cairo, nesta terça-feira (3). O seu único rival, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi, recebeu apenas 3,09% dos votos. O governo interino instalado por Sisi eliminou da cena política o principal movimento de oposição, o grupo islamita Irmandade Muçulmana MaisMohamed El-Shahed/AFP 3.jun.2014 - Garoto egípcio usa um chapéu com o retrato do ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi durante celebração da vitória do militar nas eleições presidências do país, na praça Tahrir, nesta terça-feira (3). Ele recebeu com 96,91% dos votos, enquanto o seu único rival, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi, teve apenas 3,09% dos votos. O governo interino instalado por Sisi eliminou da cena política o principal movimento de oposição, o grupo islamita Irmandade Muçulmana MaisAsmaa Waguih/Reuters 3.jun.2014 - Egípcios erguem bandeiras nacionais durante celebração da vitória do ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi, que venceu as eleições presidenciais com 96,91% dos votos, na praça Tahrir, no Cairo, nesta terça-feira (3). O seu único rival, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi, recebeu apenas 3,09% dos votos. O governo interino instalado por Sisi eliminou da cena política o principal movimento de oposição, o grupo islamita Irmandade Muçulmana MaisAsmaa Waguih/Reuters 3.jun.2014 - Egípcios celebram vitória do ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi na eleições presidenciais na praça Tahrir, no Cairo, nesta terça-feira (3). Ele recebeu com 96,91% dos votos, enquanto o seu único rival, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi, teve apenas 3,09% dos votos. O governo interino instalado por Sisi eliminou da cena política o principal movimento de oposição, o grupo islamita Irmandade Muçulmana MaisAP 8.jun.2014 - O novo presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, faz o juramento de posse em seu primeiro dia no comando do país, na sede do Tribunal Constitucional Supremo, no Cairo. Sisi, que é ex-chfe do Exército do Egito, venceu as eleições de maio passado com 97% dos votos e substitui o líder interino, Adly Mansour, que comandou o governo após a deposição de Mohammed Mursi em julho passado Mais