Conheça grupos guerrilheiros antigos e novos ao redor do mundo

AFP
EXÉRCITO REPUBLICANO IRLANDÊS (IRLANDA DO NORTE) - O Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês) foi um grupo paramilitar católico separatista fundado em 1919 na Irlanda do Norte. Seu objetivo era separar o país do Reino Unido e reanexá-lo à República da Irlanda. Em seu período de maior atuação, recorreu a métodos terroristas, com ataques à bomba e emboscadas contra alvos protestantes. Mais de 3.500 pessoas morreram ao longo de mais de duas décadas de guerrilha. Em 28 de Julho de 2005, o IRA anuncia o fim da luta armada e a entrega de armas. No entanto, alguns grupos dissidentes do IRA, contrários à política de desarmamento, continuam tentando realizar atentados. Na imagem, integrante do IRA posa com arma em localidade desconhecida da Irlanda em 2003
AFP
ETA (PAÍS BASCO) - Em basco, Euskadi Ta Askatasuna, expressão que forma dá origem à sigla ETA, significa "Pátria Basca e Liberdade". O grupo separatista, fundado em 1959, luta pela autonomia da região do País Basco, que engloba parte do norte da Espanha e do sudoeste da França. Na época de sua criação, firmou-se sobre ideologia de esquerda, em oposição ao regime do ditador Francisco Franco. O grupo perdeu força com o processo de redemocratização do país, em 1977. Em 2011, o ETA anunciou um cessar-fogo. Em fevereiro deste ano, a chamada Comissão Internacional de Verificação (CIV), formada para acompanhar o processo de paz, informou que o grupo terrorista começou a retirar de "uso" parte de seu armamento. O governo espanhol, no entanto, não reconhece essa comissão. Na foto, membros do ETA anunciam cessar-fogo em vídeo em 2011
Gemunu Amarasinghe/AP
TIGRES TAMIL DE LIBERTAÇÃO DO TAMIL EELAM (SRI LANKA) - Fundado no ano de 1976, os Tigres de Liberação do Tamil Eelam são um grupo separatista ligado à minoria tâmil do Sri Lanka. A milícia luta pela independência de região do nordeste da ilha. Em 2001, após anos de luta armada, o grupo anunciou um cessar-fogo. Enfraquecidos, os guerrilheiros perderam para o governo do Sri Lanka o comando de Kilinochchi, cidade que funcionava como sua capital administrativa, em 2009. No mesmo ano, o presidente do país, Mahinda Rajapaksa, declarou vitória sobre os Tigres Tâmeis. O conflito entre as forças do governo e os Tigres Tâmeis, que oficialmente durou 26 anos, deixou cerca de 70 mil mortos, segundo dados oficiais. Na imagem, rebeldes integrantes da milícia armada participam de celebração dedicada para mulheres em 2003
Mariana Bazo/Reuters
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO TÚPAC AMARU (PERU) - O grupo guerrilheiro surgiu na década de 1970, inspirado em outras guerrilhas de esquerda de países da região. Define-se como uma organização político-militar de esquerda, integrada pela classe operária, que tem como objetivo instaurar o socialismo no país. Seu integrantes ficaram mundialmente conhecidos com a ocupação da embaixada japonesa em Lima, entre dezembro de 1996 e abril de 1997. Na ocasião, 14 membros do comando que mantiveram políticos como reféns foram mortos pela polícia do presidente Alberto Fujimori, que libertou as vítimas. O grupo se enfraqueceu com o decorrer dos anos e hoje não há indícios de que esteja em atividade
Anibal Solimano/Reuters
SENDERO LUMINOSO (PERU) - De ideologia comunista, o Sendero Luminoso é o maior movimento guerrilheiro do Peru e, ao lado das Farc, da América Latina. Surgiu na década de 1960 organizado por professores e estudantes de universidades do Peru, especialmente da província de Ayacucho. Seu fundador, Abimael Guzmán, é um ex-professor de filosofia da Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga. A guerrilha foi quase considerada extinta no final da década de 1990, mas reapareceu no início dos anos 2000. Na foto, policiais acompanham a transferência de Abimael Guzmán em Lima, no Peru. O líder do Sendero Luminoso foi preso em 1992 e sentenciado à prisão perpétua
Marcelo Salinas/AFP
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA (Colômbia) - A organização guerrilheira de inspiração comunista nasceu no contexto dos embates entre forças liberais e conservadoras na Colômbia na década de 1960. Com o passar dos anos, o grupo recorreu ao narcotráfico para garantir o sustento de suas atividades. Atualmente, está em curso um diálogo de paz entre o grupo guerrilheiro e o governo da Colômbia
Brennan Linsley/AP
FRENTE SANDINISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (NICARÁGUA) - A FSLN surgiu em 1961 no contexto da resistência armada contra a ditadura da família Somoza na Nicarágua. Em seu nome há uma homenagem a Augusto César Sandino, revolucionário que liderou resistência contra ocupação dos EUA na década de 1930. Em 1979, a FSLN derrubou o ditador Anastasio Somoza Debayle e estabeleceu um governo revolucionário, que se manteve no poder até 1990. Nas eleições de 2006, o ex-presidente Daniel Ortega foi novamente eleito, após dezesseis anos de governos oposicionistas. Em novembro de 2011 Ortega foi reeleito, assumindo seu terceiro mandato presidencial. Na foto, o líder do grupo discursa para multidão de apoiadores, em 1996
Luis Acosta/AFP
EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL (MÉXICO) - O EZLN foi criado em 1994 no empobrecido Estado de Chiapas com o objetivo de defender os direitos da população indígena. Na época de seu surgimento, o grupo tentou realizar uma revolução socialista ao estilo da ocorrida em Cuba, mantendo até hoje o caráter de guerrilha de esquerda. Atualmente sobrevive por meio do turismo e com apoio financeiro estrangeiro. Seu enigmático líder, o subcomandante Marcos (foto), anunciou no dia 25 de maio deste ano que deixa a liderança do movimento armado, alegando "mudanças internas" no grupo
Spencer Platt/AP
HIZBOLLAH (LÍBANO) - O Hizbollah surgiu como uma milícia em resposta à invasão israelense do Líbano em 1982. Trata-se de uma organização fundamentalista islâmica de orientação xiita, cujos líderes se inspiraram nas ideias do aiatolá Khomeini, líder da Revolução Iraniana de 1979. Apesar de manter sua atuação como força paramilitar no Líbano, é hoje um partido de grande influência no país, possuindo cadeiras no Parlamento. A foto de Spencer Platt, vencedora do prêmio de fotojornalismo World Press Photo, mostra jovens libaneses em subúrbio xiita no sul de Beirute, local devastado pelos 34 dias de guerra entre Israel e Hizbollah em 2006
Feisal Omar/Reuters
AL-SHABAAB (SOMÁLIA) - O Al-Shabaab é um grupo fundamentalista islâmico com atuação principalmente na Somália. Surgiu em meados de 2004 após a derrota sofrida por organizações políticas islâmicas para tropas do governo somaliano e da Etiópia. A milícia, que em 2012 anunciou sua adesão formal à rede terrorista Al Qaeda, controla amplas zonas do centro e do sul do Somália, onde o frágil governo do país, que vive em estado de guerra civil e caos desde 1991, não está em condições de impor sua autoridade. O grupo alcançou notoriedade internacional em setembro do ano passado, quando atacou o centro comercial Westgate, em Nairóbi, capital do Quênia. O atentado provocou 67 mortes. Na imagem, integrantes do grupo desfilam em Mogadício (Somália) em setembro de 2011
Karam Al-Masri/AFP
FRENTE AL-NUSRA (SÍRIA) - A Frente al-Nusra é uma milícia armada criada na Síria em 2012 com o objetivo de instituir um Estado islâmico no país. O grupo sunita passou a integrar as forças da oposição síria em guerra civil contra o ditador Bashar Assad. A al-Nusra possui proximidade com a rede terrorista Al Qaeda
Hamid Khatib/Reuters
EXÉRCITO LIVRE DA SÍRIA - O Exército Livre da Síria é um dos grupos que combatem o regime do ditador Bashar Assad na guerra civil em curso no país. Integra a Coalizão Nacional Síria, principal grupo de oposição, e possui caráter secular e moderado, em contraste com grupos insurgentes islâmicos e fundamentalista que atuam no país. O número de guerrilheiros que integram o Exército Livre da Síria é incerto. No entanto, estimativas de 2013 apontavam para a existência de ao menos 140 mil componentes. Na foto, guerrilheiros do grupo abrem fogo atrás de barricada feita com pneus na vila de Aziza, em Aleppo, na Síria