Vida em Brasília não é fácil: desenhos, mensagens e sono distraem políticos

Folhapress
Senadores, deputados, ministros, participantes de audiências públicas... quem nunca foi pego fazendo algo que denunciasse a, digamos, falta de sobriedade que se imagina existir em salões e plenários de Brasília? O que dizer, por exemplo, de José Sarney, senador pelo PMDB do Amapá e ex-presidente, desenhando uma figura feminina. Haja distração para tanta concentração
Alan Marques/Folha Imagem
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é famosos por atos célebres no Congresso Nacional não necessariamente relacionados à proposição de leis ou outras medidas de competência da Casa. Em 2009, ele tirou do bolso um imenso "cartão vermelho" para mostrar ao senador José Sarney (PMDB-AL), pedindo sua saída da presidência do Senado. Em seus discursos no plenário, já brindou a plateia com um tostão da sua voz cantando de Geraldo Vandré a Racionais. Nada que supere, no entanto, a ocasião em que vestiu uma sunga vermelha dada pela apresentadora do Pânico na TV, Sabrina Sato, em outubro de 2009. É que ele era o "Super-Homem" do Senado, na opinião de Sabrina
Alan Marques/Folhapress
O sono não é exclusividade do Poder Judiciário. Deputados dormem nas cadeiras do Salão Verde da Câmara dos Deputados durante votação da MP dos Portos, em maio de 2013. Depois de 41 horas de votação, em duas jornadas que vararam as madrugadas, os deputados aprovaram a medida provisória que estabeleceu um novo marco regulatório para o setor portuário Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
Mundo digital é assim: não importa o que aconteça, tem sempre um celular com coisa mais interessante para roubar nossa atenção. A presidente Dilma Rousseff (PT) mexe no telefone do ministro Afif Domingos (Micro e Pequena Empresa), durante abertura do 1º Fórum CACBmil, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em abril de 2014
Roberto Jayme/UOL
O então ministro Joaquim Barbosa não se segurou e acabou caindo no sono na fase de defesa dos réus do julgamento do mensalão, realizada entre 6 e 15 de agosto de 2012. Cochilo em plena sessão no STF (Supremo Tribunal Federal) Mais
André Coelho / Agência O Globo
Barbosa não foi o único a cair no sono. Gilmar Mendes acompanhou o colega em muitos dos votos do julgamento do mensalão, concordando com o entendimento do relator do caso, Joaquim Barbosa. E acompanhou também nos momentos de cochilo Mais
Alan Marques/Folhapress
Mas o sono pegou geral no plenário da Câmara dos Deputados durante votação da MP dos Portos Mais
Givaldo Barbosa / Agência O Globo
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) responde a mensagem de consolo da afilhada enquanto espera sua vez de discusar no plenário. Em julho de 2012, o mandato dele foi cassado pelo Senado por 56 votos a 19 após o escândalo de seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A força de incentivo recebida por Demóstenes: "força na peruca" Mais
Lula Marques/Folha Imagem
Uma mão segura uma cigarrilha debaixo da mesa para alguém fumar escondido. A mão que segura é a de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. E quem fumava era Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente. O flagra aconteceu durante o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, no Parque da Cidade, em Brasília, em novembro de 2003
Lula Marques/Folha Imagem
Alguém agacha atrás de Luiz Dulci, então ministro da Secretaria Geral da Presidência (à dir.), no evento no Parque da Cidade, em Brasília, em 2003
Lula Marques/Folha Imagem
Agachado entre Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Luiz Dulci, secretário geral da Presidência (à dir.), o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares (ao centro), segura, acesa, a cigarrilha holandesa do presidente, que fuma escondido, em Brasília
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O julgamento do mensalão já tinha sido encerrado, com diversos petistas condenados. Em fevereiro de 2014, sentado ao lado do relator do caso, Joaquim Barbosa, o na época vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), sugeriu que daria uma cotovelada no ex-ministro em troca de mensagem por celular durante a cerimônia de abertura do legislativo. Na ocasião, ele ergueu o braço ao lado de Barbosa, repetindo gesto feito pelos mensaleiros durante o ato da prisão
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
E tirar "selfie" com o inimigo, pode? André Vargas também foi fotografado em fazendo um retrato com Joaquim Barbosa ao fundo, após a prisão de condenados do mensalão, em cerimônia de abertura do Legislativo em fevereiro de 2014