Relatório da Comissão da Verdade mostra centros de tortura e relatos de vítimas

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Vista aérea do 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio, com destaque para o prédio onde funcionava o PIC (Pelotão de Investigações Criminais), usado como local de prisão e tortura antes da denominação DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações -- Centro de Operações de Defesa Interna), estabelecida em 1970. Uma das vítimas que testemunharam à Comissão da Verdade, Gildásio Cosenza, militante da Ação Popular preso em 1975 e conduzido ao DOI-Codi, afirmou que, no local, recebeu golpes de cassetete, murros, choques elétricos, foi pisoteado, sofreu empalamento com um cassetete elétrico e com um cabo de vassoura, que a sua boca era constantemente cheia com sal e que tornou-se difícil dizer quantos dias passou sem tomar água Mais
Arquivo CNV
Edificação onde atualmente funciona o PIC (Pelotão de Investigações Criminais), usado como local de prisão e tortura antes da denominação DOI-Codi. "O DOI-Codi foi o pior local por que passei na vida. O de maior sofrimento e dor, mas também de alegrias, quando um preso confortava o outro", disse Álvaro Caldas, que foi preso e torturado em 1970 e 1973, à Comissão da Verdade Mais
Arquivo CNV
Portão de entrada do PIC (Pelotão de Investigações Criminais), no Rio, onde funcionou o DOI-Codi durante a ditadura militar. Todas as celas e salas reconhecidas pelos ex-presos que visitaram o local com integrantes da Comissão da Verdade ficam nos dois pavimentos do prédio do PIC, nos fundos do quartel. Também foi reconhecida uma área atrás do PIC, onde a ex-presa Ana Miranda afirma ter sido torturada, nua, com o uso de um jacaré vivo Mais
Arquivo Nacional, SNI
O engenheiro mecânico Raul Amaro Nin Ferreira em fotos tiradas no Dops do Rio de Janeiro, no dia de sua prisão, em 1º de agosto de 1971. As fotos mostram Raul sem ferimentos antes de ser entregue ao DOI-Codi, onde foi torturado. Ele morreu em 12 de agosto de 1971, aos 27 anos, no Hospital Central do Exército. Há suspeita de que o hospital também tenha sido local de tortura Mais
Arquivo CNV
Um grupo de ex-presos políticos reconheceu o prédio onde hoje fica o Centro de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento, no antigo HCE (Hospital Central do Exército), no Rio de Janeiro, como local compatível com o descrito por eles em depoimentos. O HCE passou por alteração de sua disposição interior, com o tapamento de diversos vãos nas fachadas externas, onde havia uma entrada, portas e janelas. A Comissão da Verdade indica em seu relatório final que a unidade do Exército ocultara documentos relevantes durante diligência Mais
Arquivo CNV
Um grupo de ex-presos políticos reconheceu o prédio onde hoje fica o Centro de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento, no antigo HCE (Hospital Central do Exército), no Rio de Janeiro, como local compatível com o descrito por eles em depoimentos. O HCE passou por alteração de sua disposição interior, com o tapamento de diversos vãos nas fachadas externas, onde havia uma entrada (detalhe na imagem), portas e janelas. A Comissão da Verdade indica em seu relatório final que a unidade do Exército ocultara documentos relevantes durante diligência Mais
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Área do Batalhão de Polícia do Exército na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Localizado entre os bairros Deodoro e Realengo, o 1º Batalhão de PE da Vila Militar foi utilizado como centro de encarceramento e tortura durante o regime militar, especialmente entre os anos de 1969 e 1970. Durante esse período são conhecidas algumas ocorrências de morte em decorrência de tortura, como as de Chael Charles Schreier, Severino Viana Colou e João Lucas Alves Mais
Arquivo CNV
Entre 1969 e 1970, a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) tornou-se um dos principais alvos de desmobilização empreendida pela repressão política, e diversos militantes da organização foram presos e encaminhados para o 1º Batalhão de Polícia do Exército da Vila Militar, como Antonio Espinosa, Maria Auxiliadora Lara Barcelos, Amílcar Baiardi, Luiz Antonio Medeiros, Silvio Da-Rin e Francisco Celso Calmon. A Comissão Nacional da Verdade realizou uma visita de diligência técnica ao local com o objetivo de tentar reconhecer as celas e salas de tortura pelas quais os militantes da VAR-Palmares passaram durante o período em que estiveram presos Mais
Arquivo CNV
Os ex-presos políticos Antonio Roberto Espinosa (à esquerda), Amílcar Baiardi (ao centro) e Silvio Da-Rin (à direita) identificam a entrada do prédio onde ficaram presos e foram torturados na Vila Militar, no Rio de Janeiro Mais
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Imagem aérea da base de fuzileiros navais da Ilha das Flores. A base, situada na avenida Paiva, sem número, em São Gonçalo (RJ), foi uma das instalações militares utilizadas pelas Forças Armadas para a realização de torturas, morte e outras graves violações de direitos humanos contra presos políticos durante o regime militar. Cerca de 200 pessoas estiveram presas no local entre os anos de 1969 e 1971. Segundo a Comissão Nacional da Verdade, esse número é impreciso e há a probabilidade de ser maior. Antes de 1969, a Ilha das Flores abrigou prisioneiros durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais Mais
Arquivo CNV
Principal local de tortura da Ilha das Flores, a casa conhecida como Ponta dos Oitis. Nessa casa, os presos relatam que os agentes da repressão faziam uso do pau de arara, de choques, "telefone" e palmatória Mais
Arquivo CNV
Vista de edificação na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro. A ex-presa Iná Meireles afirma que era comum as mulheres serem torturadas despidas no local. Elas eram submetidas a agressões com toalhas molhadas e a abusos e ameaças sexuais. Umberto Trigueiros Lima conta que os homens eram obrigados a se agachar em frente à guarita do antigo presídio para serem humilhados pelos agentes da repressão diante de suas companheiras, encarceradas na seção feminina do presídio que funcionava na ilha Mais
Arquivo CNV
Casa de máquinas do complexo naval da Marinha na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro. Dos dois locais indicados pelas testemunhas, um deles foi completamente demolido. "Fui mandada para a Ilha das Flores, que na época [em 1969] era o maior centro de tortura, depois é que foi o DOI-Codi. Fiquei sozinha numa cela primeiro, muito doente porque fiquei com otite devido ao sopapo que levei", conta a ex-presa Tania Marins Roque Mais
Arquivo CNV
Edificação do 1º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada), na rua Prefeito João Chiesse Filho, no município de Barra Mansa (RJ). No local, atualmente se encontra o Parque da Cidade. As instalações do antigo prédio do BIB abrigam hoje um circo, o comando da Guarda Municipal e a Secretaria de Desenvolvimento Rural da cidade. O local sediou o único caso de condenação de responsáveis por mortes em decorrência de torturas durante a ditadura. Na imagem, provável local conhecido como "submarino", onde funcionava um paiol e que era utilizado como mecanismo de tortura psicológica por não permitir ao prisioneiro discernir entre dia e noite Mais
Arquivo CNV
Ex-soldado identifica o local das solitárias do 1º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada), no município de Barra Mansa (RJ). Os ex-presos que participaram de diligência no local identificaram as celas de tortura e as solitárias, assim como um cômodo conhecido como "submarino", onde funcionava um paiol e que era utilizado como mecanismo de tortura psicológica por não permitir ao prisioneiro discernir entre dia e noite Mais
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Imagem área do local onde funcionou o DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. Criada em 1969 na 36ª Delegacia de Polícia, na rua Tutoia, a Oban (Operação Bandeirante) foi concebida para atuação conjunta das Forças Armadas e da polícia, voltada ao combate a grupos de esquerda. A estrutura repressiva da Oban, voltada para sequestrar, prender, torturar e executar opositores do regime militar, transformou-se em mecanismo tão eficiente que se tornou modelo, posteriormente difundido para todo o país, com a implantação dos DOI-Codis Mais
Arquivo CNV
Antiga sala de tortura do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. De acordo com o relatório de estatística de novembro de 1973, 5.680 presos passaram por suas dependências. Desse total, 3.136 foram interrogados e liberados; 997, encaminhados ao DOPS/SP; e 439, para outros órgãos. Dos 72 presos que permaneceram no DOI, 50 foram mortos e três se "evadiram" Mais
Reprodução/CNV
Montagem fotográfica elaborada por peritos da Comissão Nacional da Verdade. À direita, registro feito em 2014 do local onde Vladimir Herzog foi fotografado; à esquerda, a imagem do suicídio simulado do jornalista, apresentada pelo DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. Em 25 de outubro de 1975, foi divulgada a notícia de que Herzog havia se suicidado no local. A versão difundida pelos agentes da repressão causou revolta em diferentes setores da sociedade civil, e muitos alegaram que o jornalista havia sido morto em decorrência de torturas. A fotografia de Herzog morto evidencia a incompatibilidade de altura das janelas para concretizar um suicídio por enforcamento Mais
Arquivo CNV
Prédio principal da Escola de Aprendizes-Marinheiros na avenida Max Schramm, no bairro do Estreito, em Florianópolis (SC). O caso do primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú, Higino João Pio, marcou a história do local. Em fevereiro de 1969, ele e outros servidores da prefeitura foram presos por agentes da Polícia Federal e conduzidos para a escola. Higino, político do PSD (Partido Social Democrático), conhecia o presidente João Goulart de viagens a Balneário Camboriú. Ele ficou incomunicável até que a família foi notificada de sua morte, um suposto suicídio, nas dependências da escola, em 3 de março Mais
Arquivo CNV
Via interna, em aclive, com acesso ao pátio do pelotão de manutenção e transporte do quartel do 12º Regimento de Infantaria do Exército, na rua Tenente Brito Melo, Barro Preto, Belo Horizonte (MG). O 12º RI foi reconhecido por ex-presos políticos como local onde foi praticada tortura. A ex-presa Gilse Cosenza conta que ali, um oficial lhe ofereceu, em troca da delação de companheiros e militantes da AP (Ação Popular), organização em que militava, a ausência de tortura. Ela se negou a dar o depoimento e foi entregue ao sargento Leo e mais dois militares, que a levaram para um posto policial na beira de uma estrada, onde foi torturada e violentada Mais
Arquivo CNV
Prédio identificado por ex-presos políticos como local de prática de tortura no 12º Regimento de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte (MG). O ex-preso político Carlos Antonio Melgaço faz o seguinte relato sobre o local: "Fui espancado numa sala e depois num pátio relativamente grande para onde fui levado de madrugada. No pátio, fui espancado algemado e o tenente Pádua pulou em cima do meu peito. Lembro até hoje, ele usava uma botina preta com marrom. Ele me quebrou quatro costelas. Loreta [companheira de Melgaço], sentada numa cadeira, era obrigada a assistir o que acontecia e ela me identificou quando ligou o farol do jipe em cima de mim. Disse que era advogada. Responderam: "Estamos na ditadura, isso não tem valor nenhum" Mais
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Durante o segundo semestre de 1970, o DOI-Codi do 4º Exército instalou-se ao lado do Hospital Geral do antigo quartel, na rua do Riachuelo, no bairro de Boa Vista, no Recife. Foi indicado por vários ex-presos políticos como um dos principais locais de prática de graves violações de direitos humanos em Pernambuco Mais
Arquivo CNV
Edificação com faixa de azulejos, ao centro, dificulta o acesso ao prédio original do DOI-Codi do 4º Exército, em Recife, local apontado como de prática de tortura. A ex-presa política Lilia Gondim conta: "quando a gente chegava aqui, além da tortura física, além da humilhação, você sofria a indignação de ver a sua roupa toda arrancada do corpo. O tempo todo que eu fiquei presa aqui, eu estava sem roupa, e só entregaram a minha roupa no momento em que eu fui solta. É isto. É uma indignidade" Mais
Arquivo CNV
Escada de acesso ao prédio do DOI-Codi do 4º Exército, em Recife, reconhecido por ex-presos políticos como local de tortura. O ex-preso José Adeildo Ramos relatou ter sido testemunha ocular da tortura seguida de morte a que fora submetido Fernando Augusto Valente da Fonseca, o Fernando Sandália. "Trouxeram ele, algemaram ele, (...) de forma que ele só podia ficar deitado. E ele tinha um problema seriíssimo de rins, não sei como souberam, não sei se ele disse, só que os caras chutavam ele, chutavam exatamente em cima dos rins, que estouraram, e daqui a pouco ele começou a mijar sangue e começou a pedir socorro. Aqui é o hospital. Já existia esse hospital, mas ele não foi socorrido e morreu lá" Mais
Arquivo CNV
Compartimento identificado por ex-presos políticos como local de tortura no DOI-Codi do 4º Exército, em Recife. Em depoimento, Rubens Manoel Lemos conta: "José Carlos Novaes da Mata Machado foi assassinado nos porões da ditadura militar, mais precisamente, no DOI-Codi, em Recife, Pernambuco, fato ocorrido em outubro de 1973. (...) levado que fui para uma sessão de torturas, encontrei um jovem de cuecas, sangrando pela boca e ouvidos que, debruçado sobre uma mesa, tendo ao lado um outro jovem que me pareceu já estar morto, dirigiu-se a mim, com extrema dificuldade e falou: "Companheiro: meu nome é Mata Machado. Sou dirigente nacional da AP. Estou morrendo. Se puder, avise aos companheiros que eu não abri nada" Mais
Arquivo CNV
O Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de Pernambuco situava-se no bairro da Boa Vista, em Recife. Na década de 1960, tornou-se um centro de informação sobre o movimento camponês, fornecendo subsídios à atividade repressiva de diversas delegacias do país. Também desenvolveu ações sistemáticas de combate aos sindicatos rurais e urbanos, ao movimento estudantil, ao Partido Comunista Brasileiro e dissidências ligadas à luta armada Mais
Arquivo CNV
O prédio do Dops ficava onde hoje é o pátio da sede da Polícia Civil e da Adepe (Associação dos Delegados da Polícia Civil de Pernambuco). O ex-preso José Adeildo Ramos denunciou à Comissão Nacional da Verdade o caso da estudante Anatália de Souza Melo Alves, que, durante o período em que ambos estiveram presos no Dops, fora assassinada por agentes dessa delegacia. "Eu fui ver, me chamaram para ver. Eu fui ver, tinha queimado aqui, tudo, estava toda essa parte aqui estava toda queimada, tudo, tudo", conta. A presa teria sido queimada. Os militares teriam simulado seu suicídio Mais
Arquivo CNV
Localizada na cidade de Marabá, na rodovia Transamazônica, a Casa Azul foi um centro de prisão clandestino utilizado pelo CIE (Centro de Informações do Exército) como um Centro de Informações e Triagem. No local, estima-se que morreram, em decorrência de tortura ou por execução, mais de 30 guerrilheiros que faziam oposição ao regime militar e que atuavam na Guerrilha do Araguaia Mais
Arquivo CNV
Os principais alvos mortos na Casa Azul, centro clandestino de prisão, tortura e execução de presos políticos, eram militantes do PCdoB e moradores locais acusados de apoiar a guerrilha. O município de Marabá teria concentrado seis unidades das Forças Armadas criadas para desarticular a guerrilha rural do Araguaia, entre elas está a Casa Azul, que atualmente abriga a sede do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Mais
Arquivo CNV
Interior da Casa Azul, em Marabá (PA), com os cômodos que serviam para tortura e execuções de presos políticos. Os ex-presos Pedro do Nascimento (Marivete) e Raimundo de Souza Cruz (Barbadinho) reconheceram o centro clandestino e apontaram a sala em que foram encarcerados no ano de 1973. Cruz relatou que foi preso enquanto se encontrava com uma infecção decorrente de ferimento de bala, o que não foi suficiente para evitar que fosse torturado com choques, socos e pauladas. Tanto Pedro como Raimundo eram acusados de uma suposta colaboração com os guerrilheiros do Araguaia e não eram militantes Mais
Arquivo CNV
A pedido da Comissão Nacional da Verdade, Inês Etienne Romeu reconheceu, por meio de fotografias, alguns de seus torturadores e carcereiros na Casa da Morte, em Petrópolis (RJ). Na foto, Inês com Sérgio Soares Xavier Ferreira, primo-irmão de Carlos Alberto Soares de Freitas, desaparecido sob a custódia do DOI-Codi do 1º Exército Mais
Reprodução/CNV
A chamada Casa da Morte de Petrópolis (RJ), em foto de novembro de 1973, quando estava em atividade. A casa foi um centro clandestino de tortura, execuções e desaparecimentos forçados, criado, organizado e mantido pelo Centro de Informações do Exército. A casa situava-se na rua Arthur Barbosa, no bairro de Caxambu, e foi cedida em 1971 pelo proprietário à época, Mario Lodders, ao ex-comandante da companhia aérea Panair e ex-interventor de Petrópolis, Fernando Aires da Mota Mais
Reprodução/CNV
Planta da Casa da Morte desenhada pela presa Inês Etienne Romeu em 18 de setembro de 1971.O tenente-coronel Paulo Malhães, à época capitão de cavalaria lotado no CIE, era um dos coordenadores da Casa da Morte Mais
Arquivo CNV
Maquete da Casa da Morte de Petrópolis (RJ) elaborada pela perícia da Comissão Nacional da Verdade, de acordo com a planta do imóvel à época, idêntica ao desenho feito por Inês Etienne Romeu, em 1971. A ex-presa Inês Etienne Romeu, sobrevivente da Casa da Morte, reconheceu vários nomes ligados à casa, como o dono do imóvel, Mario Lodders, que seus torturadores chamavam de "Mário", e vários carcereiros e torturadores. Deixá-la sair com vida da casa teria sido um erro, na avaliação de oficiais. Segundo um deles, "uma das maiores mancadas que deram foi deixar a Inês Etienne viva" Mais
Arquivo CNV
Placa da caldeira da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes (RJ). No local, teriam sido incinerados corpos de 12 presos políticos, recolhidos na Casa da Morte, em Petrópolis, e também no DOI-Codi do Rio de Janeiro. O ex-delegado Cláudio Antônio Guerra, que faz a denúncia, afirma que atendia a chamados do capitão de cavalaria do Exército Freddie Perdigão Pereira e recebia os corpos diretamente da equipe do militar Mais
Arquivo CNV
Visão geral das caldeiras da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes (RJ). No local, teriam sido incinerados corpos de 12 presos políticos, recolhidos na Casa da Morte, em Petrópolis, e também no DOI-Codi do Rio de Janeiro. O ex-delegado Cláudio Antônio Guerra, que faz a denúncia, afirma que atendia a chamados do capitão de cavalaria do Exército Freddie Perdigão Pereira e recebia os corpos diretamente da equipe do militar Mais
Arquivo CNV
Caldeira da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes (RJ). No local, teriam sido incinerados corpos de 12 presos políticos, recolhidos na Casa da Morte, em Petrópolis, e também no DOI-Codi do Rio de Janeiro. O ex-delegado Cláudio Antônio Guerra, que faz a denúncia, afirma que atendia a chamados do capitão de cavalaria do Exército Freddie Perdigão Pereira e recebia os corpos diretamente da equipe do militar Mais
Divulgação/PSOL
No casarão amarelo no bairro do Bonfim, em Porto Alegre, região de classe média e presença da comunidade judaica, funcionou o primeiro centro clandestino de tortura da ditadura militar. À época, entre vários outros casarões do bairro, o da rua Santo Antônio, passava despercebido. O imóvel começou a ser utilizado como centro clandestino de tortura e desaparecimento forçado para, dessa forma, não comprometer os órgãos oficiais do Exército e da polícia. A casa tinha uma passagem subterrânea na lateral direita, por onde chegavam os presos políticos. Os agentes apelidaram o local de "Dopinha", diminutivo de Dops (Departamento de Ordem Política e Social) Mais
Carlos Latuff/Sul21
Túnel na lateral direita, por onde os presos políticos chegavam à antiga "Dopinha", em Porto Alegre. A partir de 24 de agosto de 1966, quando o corpo do sargento Manoel Raimundo Soares foi encontrado, com as mãos amarradas, no rio Jacuí, nas proximidades de Porto Alegre, o segredo que encobria a "Dopinha" começou a ser revelado. O episódio teve grande repercussão e ficou conhecido como "caso do sargento das mãos amarradas". Manoel Raimundo foi preso ilegalmente em 11 de março daquele ano, e passou mais de cinco meses sendo torturado, inclusive na "Dopinha" Mais
Carlos Latuff/Sul21
Interior do casarão onde funcionou a "Dopinha", em Porto Alegre. Vários presos políticos sofreram tortura no local. A utilização da "Dopinha" como centro de tortura teria cessado no começo da década de 1970 Mais
Arquivo CNV
Centro clandestino de tortura situado no distrito de Penedo, zona rural de Maranguape, município no interior do Ceará. Encontra-se em terreno contíguo ao depósito de armas da 10ª Região Militar. Conforme o relato de ex-presos políticos, as violações de graves direitos humanos cometidas nesse local contaram com a atuação de policiais federais e de policiais do Dops/CE. O sítio era conhecido como a Casa dos Horrores Mais
Arquivo CNV
Portão principal do sítio identificado como a Casa dos Horrores, em Maranguape (CE). Em 2004, o jornalista Raimundo Madeira, acompanhado do fotógrafo Evilazio Bezerra, conseguiu revelar a exata localização da casa, depois de décadas de procura por ex-presos e familiares. "Aqui não é o Exército, nem a Marinha e nem a Aeronáutica, aqui é o inferno", teria dito um dos algozes de torturados no local Mais
Evilazio Bezerra/Jornal O Povo
Na frente da Casa dos Horrores, em Maranguape (CE), da esquerda para a direita, os ex-presos políticos Gil Fernandes de Sá, Benedito de Paula Bizerril, Tarciso Crisóstomo Prata, Francisco Lopes da Silva (Chico Lopes) e Cláudio Abreu Pereira (em cadeira de rodas). A expressão "Casa dos Horrores" foi o nome usado pelos próprios agentes, quando levaram para o centro clandestino o bancário Gil Fernandes de Sá, então com 29 anos Mais
Evilazio Bezerra/Jornal O Povo
Na varanda da Casa dos Horrores, em Maranguape (CE), da esquerda para a direita, os ex-presos políticos Tarciso Crisóstomo Prata, Francisco Lopes da Silva (Chico Lopes, sentado), Gil Fernandes de Sá, Cláudio Abreu Pereira e Benedito de Paula Bizerril. Cláudio Pereira, que na época da ditadura militar chefiava o setor de imprensa do Banco do Nordeste, conta que foi preso por policiais federais ao ser chamado ao gabinete do presidente do banco, o general Murilo Borges. O mesmo aconteceu com Bizerril e Gil de Sá, também servidores do banco Mais
Evilazio Bezerra/Jornal O Povo
Pavimento superior da Casa dos Horrores, em Maranguape (CE), onde os presos políticos eram torturados. Da esquerda para a direita: Tarciso Crisóstomo Prata, Benedito de Paula Bizerril, Gil Fernandes de Sá e Francisco Lopes da Silva (Chico Lopes). Benedito Bizerril relata sessão de tortura a que foi submetido no local: "Tiraram toda a minha roupa. Colocaram fios no dedão do pé e nos testículos. Me colocaram sobre duas latas e fiquei me equilibrando. Iniciaram mais ou menos às seis horas da manhã e me torturaram até o início da noite. (...) O tempo todo eu caía dessas latas, e eles me colocavam de volta" Mais