Expedição registra rotina em um dos lugares mais inóspitos do mundo
Natacha Pisarenko/AP Pinguim-gentoo alimenta seu bebê na estação de Bernardo O'Higgins na Antártida. A fotógrafa Natacha Pisarenko acompanhou durante 12 dias de janeiro pesquisadores de diversas partes do mundo e áreas do conhecimento que aproveitam o verão gelado do continente para realizar pesquisas sobre formação dos continentes, idade da Terra, estudo de espécies, dinâmica da poluição no planeta MaisNatacha Pisarenko/AP Flechas de madeira mostram as distâncias a várias cidades próximas à estação Escudero do Chile na ilha Rei George, na Antártida. Junto às equipes de cientistas há chefes de cozinha, mergulhadores, mecânicos, porteiros e o padre da Igreja Ortodoxa Oriental, localizada na região da estação russa MaisNatacha Pisarenko/AP Navio da Marinha do Chile próximo à Península Hurd. A região está sob um buraco na camada de ozônio que estaciona por alguns meses, quando a luz solar está de volta à Antártida, em agosto. A luz do sol provoca uma reação química que destrói as moléculas de ozônio, causando um buraco que atinge o pico em setembro e, em seguida, fecha com um clima mais quente em novembro MaisNatacha Pisarenko/AP Em destaque uma igreja, próximo a uma vila onde geólogos aproveitam a estadia na Antártica para buscar pistas que para responder grandes mistérios: De onde viemos? Estamos sozinhos no universo? Qual é o destino do nosso planeta em aquecimento? MaisNatacha Pisarenko/AP Lá fora, cientista recolhe amostras perto da estação do Chile Bernardo O'Higgins, na Antártida. Os primeiros exploradores a pisarem no continente chegaram no século 19 em busca de óleo e pele de baleias e focas. Desde então, o continente tem sido considerado com uma arca do tesouro para cientistas que tentam determinar tudo, desde a criação do cosmos a como alto-mar vai subir com o aquecimento global MaisNatacha Pisarenko/AP Neve envolve moradias utilizadas por cientistas chilenos na Ilha de Robert, parte do arquipélago de Ilhas Shetland do Sul. As temperaturas na Antártida podem variar de acima de zero, alcançadas nas Shetlands do Sul e na Península Antártica para as terras congeladas insuportáveis mais próximas ao polo Sul MaisNatacha Pisarenko/AP Pinguins andam na costa da baía do Almirantado. Para o diretor científico do centro de pesquisa britânico da Antártida, "[A Antártida] é grande e ele está mudando e isso afeta o resto do planeta e não podemos dar ao luxo de ignorar o que está acontecendo lá" MaisNatacha Pisarenko/AP Em nome da pesquisa, o mergulhador Luiz Torres faz testes na água congelante, próximo à estação chilena na Antártida MaisNatacha Pisarenko/AP Iceberg flutua na baía de Almirantazgo próximo à ilha de Livingston. A região antártica reúne paisagens de montanhas e planaltos tranquilos brancos, mas o mais frio, mais seco e mais remoto continente está longe de ser dormente. Apesar de ter 98% da sua área coberta de gelo, esse gelo está em constante movimento MaisNatacha Pisarenko/AP Gelo flutua no mar de Bellinghausen perto da estação chilena O'Higgins. A análise do gelo na região permite dizer de que forma os níveis de dióxido de carbono, o gás que aprisiona calor no planeta, têm variado ao longo de centenas de milhares de anos MaisNatacha Pisarenko/AP Membros da base espanhola Gabriel de Castilla assistem a um filme sobre a Ilha Deception, parte do arquipélago de Ilhas Shetland do Sul. A ilha possui um vulcão ativo, o que a torna um laboratório para testar condições extremas. Existem lugares onde o mar ferve enquanto em outros pode ser estar congelado MaisNatacha Pisarenko/AP Cadeira deixada para trás por alguém que vigiava um navio atrasado, na Base de Dados de Risopatron na ilha Robert. Durante a temporada na Antártida, os cientistas costumam encontrar algo diferente do que estavam procurando. No ano passado, os pesquisadores calcularam que o gelo no lado ocidental do continente estava derretendo mais rápido do que o esperado MaisNatacha Pisarenko/AP Oficiais da Marinha chilena transportam cientistas para a Estação Bernardo O'Higgins do Chile. A inexistência de indústrias na região permite estudar com detalhes as consequências da poluição. A partir da análise do gelo e da neve, é possível encontrar produtos químicos que viajaram de longe, como chumbo em baixa concentração ou os níveis de radiação emitidos há décadas que viajaram por milhares de quilômetros, vindos dos EUA ou União Soviética, provenientes de testes feitos embaixo da terra MaisNatacha Pisarenko/AP Igreja ortodoxa na estação russa de Bellingshausen MaisNatacha Pisarenko/AP Pegadas de pinguins na praia de Punta Hanna na ilha Livingston. O passado do planeta Terra, presente e futuro se reúnem aqui na península norte da Antártida, a mais selvagem, mais deserta e misteriosa do continente MaisNatacha Pisarenko/AP Moradia da base espanhola Gabriel de Castilla na Ilha Deception. Se os especialistas estiverem certos, o manto de gelo da Antártida ocidental começou a derreter de forma irreversível. E o que acontece aqui irá determinar se cidades como Miami, Nova York, Nova Orleans, Guangzhou, Mumbai, Londres e Osaka terão de conviver regularmente com inundações provocadas pela elevação dos mares MaisNatacha Pisarenko/AP Membro da base chilena na Antártida senta na neve na ilha Robert, parte do arquipélago de Ilhas Shetland do Sul. A Nasa aproveita o isolamento da Antártida para estudar o que as pessoas teriam de passar se eles visitassem Marte. O ar seco também o torna perfeito para os astrônomos observarem o espaço e imaginarem como teria sido no passado MaisNatacha Pisarenko/AP Ecologista na equipe britânica de pesquisas na Antártica, Peter Convey visita a Antártida há 25 anos. Ele enfrentou forte chuva, temperatura próxima de zero e ventos fortes para coletar amostras de musgos esponjosos verdes e marrons que crescem em rochas formadas por lavas vulcânicas. Convey está à procura de pistas genéticas para determinar quanto tempo estas espécies isoladas foram evoluindo MaisNatacha Pisarenko/AP O chileno Alejo Contreras, de 53 anos, desde adolescente sonhava em conhecer o polo Sul, após ler o diário de viagem à região de Robert Falcon Scott. Contreras chegou ao polo Sul em 1988 e desde então parou de fazer a barba MaisNatacha Pisarenko/AP Oficiais da Marinha chilena afastam o gelo movendo o barco em círculos para se aproximar de outro navio onde eles vão pegar cientistas e levá-los para a estação científica Bernardo O'Higgins. Enquanto os turistas vêm para a Antártida por sua beleza e afastamento, os cientistas se dedicam totalmente às pesquisas Mais