Seca no Ceará

Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Cisterna capta água da chuva pelas calhas para consumo familiar na comunidade de Bom Jardim, em Quixadá, no sertão do Ceará
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - No auge dos períodos de seca no início do século passado, a estação de trem de Quixadá, no Ceará, serviu como ponto de saída para os sertanejos que fugiam da fome e da miséria rumo a Fortaleza
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Moradora pisa sobre solo rachado por conta de estiagem no reservatório conhecido como açude da Pista, que abastecia moradores da comunidade Engano, no distrito de Riacho Verde, em Quixadá, no sertão do Ceará
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Os setores da agricultura mecanizada do Ceará não costumam se preocupar com a chuva, já que a irrigação é feita por tecnologias que aspergem água independentemente do período do ano. O diretor de operações da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará), Ricardo Adeodato, estima que 70% da água dos reservatórios do Estado são usados pela agricultura -- mesmo percentual calculado pela ONU em relação ao uso da água de todo o planeta por essa atividade
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Moradores convivem com problemas de abastecimento desde o fim das águas do açude Carnaubal e da barragem do Batalhão, em Cratéus. O abastecimento da zona urbana chegou a entrar em colapso em fevereiro
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Em vez de trens, são os carros-pipa que ficam parados ao longo da estação ferroviária de Quixadá, no Ceará. Eles atuam sob a coordenação do Exército Brasileiro, levando água para as localidades de forma emergencial
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Estação de tratamento de água Poty, após a inauguração da adutora que capta água no açude Araras, em Varjota, para abastecer Crateús. O abastecimento da zona urbana chegou a entrar em colapso em fevereiro, diante do fim das águas do açude Carnaubal e da arragem do Batalhão, os dois reservatórios que abasteciam a cidade
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - A agricultora Ana Cleide Anselmo da Silva, 35, não consegue água nem para lavar a louça, em Quixadá, no Ceará. A última vez em que a cisterna da casa recebeu água foi por iniciativa própria, quando ela gastou R$ 150 para pagar o transporte da água por um carro-pipa particular. A vasilha do Spike, o cachorro da família, também está vazia. Ana Cleide depende da água da casa vizinha, que, por sua vez, também depende de carros-pipa
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - A comunidade de Engano, no distrito de Riacho Verde, em Quixadá, depende totalmente dos carros-pipa, mas eles circulam pouco por lá. Segundo Paulo Sérgio Victor de Sousa, morador do local, o caminhão só aparece quatro vezes por mês. E os 12 mil litros despejados de cada vez na cisterna da casa de farinha, de onde é feita a distribuição para os moradores, não são suficientes para as mais de cem famílias que moram no local
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Morador do bairro São Vicente, na parte baixa de Cratéus, o empresário Luís Altino de Melo mandou cavar um poço profundo na própria casa há cerca de um ano e meio para o consumo da família e a manutenção da piscina. Diante da crise que se instalou na cidade, ele resolveu compartilhar a água com os vizinhos: mandou instalar três torneiras no muro para que as pessoas pudessem abastecer os recipientes de casa
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - O pintor Antônio Francismar Alves Pereira Batista, 37, morador do Morro do Urubu, em Cratéus, carrega galões de água que encheu nas bicas disponibilizadas pelo empresário Luís Altino que tem um poço na própria casa
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Fundo do açude Carnaubal que abastecia a cidade de Crateús. Moradores convivem com problemas de abastecimento desde o fim das águas do açude Carnaubal e da barragem do Batalhão. O abastecimento da zona urbana chegou a entrar em colapso em fevereiro
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Devido à baixa pressão da água, a Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará) estabeleceu um rodízio para atendimento dos bairros de Cratéus. Às segundas, quintas e sextas, a água seria liberada para os bairros da parte baixa da cidade. Às terças, quartas, sábados e domingos, era a vez da parte alta, onde fica a maior parte dos bairros
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Carcaças de animais são abandonadas na beira de estrada de Cratéus, no Ceará, devido a seca que atinge o local
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - Agricultor carrega canos para captar água de açude em Cratéus, no Ceará. A solução para reduzir os impactos negativos da seca está no próprio semiárido. É o que demonstram diversas famílias e comunidades cearenses que conseguem fazer bom uso dos recursos que ficam escassos nos meses de estiagem
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - A falta d´água também se transformou em negócio em Crateús. Uma empresa piauiense (Crateús está na divisa com o Piauí) instalou uma filial na cidade e, em 15 dias, de acordo com Áureo Machado, encarregado da empresa, os técnicos já tinham perfurado 17 poços em Crateús. Cavar um poço de 80 a 120 metros de profundidade custa, segundo ele, R$ 7.800
Fernando Frazão/Agência Brasil
"Nós sabemos que o Ceará tem águas profundas e somos capazes de perfurar poços de até 500 metros de profundidade. Queremos participar de licitações também", almeja Áureo, diante de um dos poços públicos onde os moradores faziam fila para pegar água, em Cratéus
Fernando Frazão/Agência Brasil
19.mar.2015 - A comunidade de Engano, no distrito de Riacho Verde, em Quixadá, depende totalmente dos carros-pipa, mas eles circulam pouco por lá. Segundo Paulo Sérgio Victor de Sousa, morador do local, o caminhão só aparece quatro vezes por mês. E os 12 mil litros despejados de cada vez na cisterna da casa de farinha, de onde é feita a distribuição para os moradores, não são suficientes para as mais de cem famílias que moram no local