Casos de suspeita de racismo no Brasil

Adriana Sapone/AP
20.jul.2011 - A modelo brasileira Silvia Novais, 24, vencedora do concurso Miss Itália no Mundo 2011 ?disputado por descendente de italianos?, sofreu ataques racistas na internet após ganhar o prêmio. Foram publicados comentários sobre ela em sites com conteúdo neonazista: ?A negra nojenta não pode ser italiana, talvez ela tenha um avô do avô do avô italiano??; ?Isso é beleza italiana? Se fosse na Roma antiga, essa 'italianinha' seria uma criada de Nero!?. Silvia disse ao UOL que não queria processar ninguém, mas que não ia desistir de seu sonho de modelo "por causa de um grupo de ignorantes" Mais
Bandnews
4.mai.2012 - O médico Heverton Octacílio de Campos Menezes foi acusado de racismo durante um incidente na bilheteria do cinema. Segundo a polícia, Marina Serafim dos Reis acusou o profissional. Ao chegar atrasado para a exibição de um filme e tentar furar a fila dos clientes, ele começou a discutir com a atendente e teria dito que ela ?deveria morar na África para cuidar de orangotangos?. Após depor, ele não quis responder a nenhum dos questionamentos feitos pelos jornalistas e apenas leu uma carta em que classificou o episódio de "mal-entendido? Mais
Reprodução/Twitter
16.mai.2012 - o Twitter, após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010, a estudante de direito Mayara Petruso escreveu: Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado. Em 2012, a Justiça de São Paulo a condenou a um ano, 5 meses e 15 dias de prisão. No entanto, a pena foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multa Mais
Reprodução
19.jun.2013 - O usuário E.A.S., da rede social Orkut, foi condenado a dois anos de prisão em 2013 pela Justiça de Campinas (SP) por postar mensagens preconceituosas contra nordestinos. E.A.S. publicou mensagens preconceituosas na comunidade ''Sou Paulista, não Brasileiro'' no dia 21 de julho de 2007. Ele usou expressões como ''ratos nordestinos'' e ''dias para se comemorar a destruição destes vermes em nossas terras''. A pena foi reduzida para prestação de serviços comunitários Mais
Divulgação
6.jun.2013 - O ourives Antônio Donato Badson Peret foi preso por suspeita de disseminação de ódio racial pela internet ao postar foto no Facebook na qual supostamente enforca um morador de rua em Belo Horizonte. Peret justificou o ato de agressão contra o morador de rua afirmando que ele estaria usando crack perto de crianças em uma praça situada na Savassi, bairro nobre da capital mineira. Ele já havia sido preso quatro vezes por agressões e homofobia Mais
Rrprodução
10.jan.2014 - No MercadoLivre, um anúncio vendendo ''negros a R$1'' levou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em janeiro deste ano a solicitar os dados do usuário que publicou a ofensa ao site de vendas. O Mercado Livre entregou os dados cadastrais do anunciante à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). O autor era um adolescente de 15 anos, que foi apreendido. Ele foi indiciado pelo crime de incitação do preconceito de raça, que tem pena prevista de até três anos de reclusão e multa Mais
Adriano Lima/Brasil Photo Press/Estadão Conteúdo
18.jan.2014 - Integrantes de movimentos sociais protestam em frente ao shopping JK Iguatemi, na zona oeste de São Paulo, no evento que foi intitulado "Rolê contra o Racismo". O shopping fechou as portas durante o protesto. No cartaz carregado pelos manifestantes, está escrito, em inglês: "No país da Copa do Mundo, shoppings racistas proíbem a entrada de negros e pobres". O advogado Eliseu Soares, que representa os movimentos, registrou um BO (boletim de ocorrência) contra o shopping. De acordo com Soares, a atitude do shopping é inconstitucional e impede o direito de ir e vir. Ele afirmou ainda que o shopping comete os crimes de constrangimento, racismo e denunciação caluniosa. Mais
Dionizio Oliveira/UOL
13.fev.2014 - Alvo da manifestação racista de torcedores, o volante Tinga revelou que seu filho "chorou muito" ao assistir à partida pela televisão. O volante celeste, que reagiu com serenidade à imitação de sons de macaco feita por torcedores do Real Garcilaso quando tocava na bola, revelou que o pior momento foi quando descobriu que a situação havia afetado sua família, especialmente seu filho. O experiente jogador já havia sido hostilizado por torcedores brasileiros em 2005 Mais
Agência O Globo
26.fev.2014 - O ator Vinicius Romão foi preso no Rio após ser acusado de roubo. Ele foi solto alguns dias depois, mais magro e com o cabelo raspado. Autoridades viram o incidente como um caso claro de racismo. Na imagem, o ator no dia de sua libertação Mais
Reprodução/Facebook
26.fev.2014 - O ator Vinicius Romão foi preso no Rio após ser acusado de roubo. Ele foi solto alguns dias depois, mais magro e com o cabelo raspado. Autoridades viram o incidente como um caso claro de racismo. Na imagem, o ator posa com a camisa de seu time do coração, o Flamengo Mais
Ricardo Nogueira/Folhapress
8.mar.2014 - Após a vitória do Santos contra o Mogi Mirim, o volante Arouca concedia uma entrevista quando foi chamado de "macaco" por um torcedor local. Ele ameaçou acionar a Polícia Militar, mas recuou. Depois, com Tinga, o jogador participou de diversos atos contra a discriminação Mais
Lula Marques/Folhapress
14.abr.2014 - O cargo político não me livrou do preconceito", afirma a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), ao lembrar que, na infância, a discriminação racial a fez ter vontade de não ser negra. "Tive atitudes horrorosas de negação da cor da minha pele. Mas o apoio de uma criança branca me fez dar a volta por cima antes de chegar à adolescência", afirmou Mais
Reprodução/Vine
27.abr.2014 - Daniel Alves se preparava para cobrar um escanteio, quando uma banana foi atirada pela torcida do Villarreal. Imediatamente, o lateral pegou a fruta do gramado e a comeu, fazendo com que o caso ganhasse repercussão mundial Mais
Reprodução
27.abr.2014 - Em solidariedade a Daniel Alves, vários atletas postaram fotos nas redes sociais com uma banana nas mãos. Na imagem, Neymar e o filho seguram uma banana real e outra de brinquedo Mais
Reprodução/Facebook
28.ago.2014 - No Facebook, uma jovem negra moradora de Muriaé (a 320 km de Belo Horizonte) foi vítima de ofensas racistas ao postar a foto abraçada ao namorado. Em um dos comentários, um internauta escreve: ''Onde comprou essa escrava?'', para em seguida pedir: ''Me vende ela''. Ela denunciou o caso à polícia, que deve indiciar os autores por crime de injúria racial, que pena de até três anos de prisão e multa. ''Não pode ficar impune. Eu quero que seja descoberto quem foi e que paguem pelo que fizeram comigo'', disse ao UOL Mais
ESPN
28.ago.2014 - A torcedora do Grêmio Patrícia Moreira deixou o anonimato ao ser flagrada pelas câmeras do canal fechado "ESPN" chamando de "macaco" o goleiro Aranha, do Santos, em partida disputada em Porto Alegre contra o Grêmio. Ela foi afastada do trabalho por causa da atitude e depois pediu desculpas na televisão Mais
Pedro H. Tesch/brazil photo press/estadão conteúdo
28.ago.2014 - Após ser xingado de "macaco" durante um jogo, o goleiro Aranha, do Santos, criticou a tentativa de pedir desculpas de Patrícia Moreira, que foi a emissoras de TV para fazer isso. "Não quero ser um mártir deste assunto. Quero resolver e esquecer. Vou abraçar, perdoar, tudo bem. Mas não vou ficar indo na televisão. Vejo ela ir em programas de televisão, tentou chorar e não conseguiu. Esta situação de perdoar depois do comercial, sobe a música, não é para mim", afirmou. Na imagem, o goleiro tenta reclamar durante a partida do Santos contra o Grêmio, sem sucesso Mais
Band
1°.set.2014 - Um vídeo que circulou na internet mostrou a ação da Polícia Militar de São José dos Campos (SP) contra o educador social Claudinei Corrêa, 45, e os estudantes Jefferson Corrêa, 20, e Fabiano Augusto, 18 - todos negros. Os jovens, respectivamente filho e genro de Claudinei, foram surpreendidos por PMs ao saírem de uma loja de calçados no centro da cidade. "Perdeu! Cadê a arma, neguinho?", essa foi a abordagem, de acordo com um dos jovens em entrevista à TV Band local. A polícia instaurou inquérito para investigar o caso Mais
Marcos Mazini/Gshow
29.set.2014 - Melissa Gurgel, 19, foi criticada ao ganhar o concurso de Miss Brasil 2014 por ser nordestina. A Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará assinou representação e notícia-crime junto ao MPF (Ministério Público Federal) para "responsabilizar os autores que teceram comentários de cunho racista ao povo cearense em virtude da eleição da Miss Brasil 2014". No Twitter, houve postagens sobre o sotaque cearense, em que uma internauta o define como "sotaquezinho sofrível", além da comparação dos padrões de beleza do Estado aos de outras regiões do país Mais
Reprodução/Facebook
17.out.2014 - Na quarta-feira (15), uma mensagem racista foi encontrada em um dos banheiros da Uninove, no campus da Barra Funda, em São Paulo. "Lugar de negro macaco é na senzala, não na faculdade", dizia o texto, fotografado por alunos. A mensagem foi apagada pela instituição Mais
Reprodução de TV
6.nov.2014 - O Ministério Público Federal instaurou um procedimento investigativo criminal contra um professor de economia da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) para apurar possível conduta de racismo. Manoel Luiz Malagutti afirmou aos alunos do 2º período de Ciências Sociais, em uma discussão sobre cotas raciais, que, "se tivesse que escolher entre um médico branco e um negro, escolheria o branco". Mais tarde, a um jornal local, ele reafirmou os argumentos. "Os negros, em média, vêm de comunidades menos privilegiadas, para a gente não usar um termo mais forte. Nesse sentido, eles não têm uma socialização primária na família que os torne receptivos aos trâmites da universidade". Ele foi afastado e houve protestos de estudantes pela conduta Mais
Divulgação
28.nov.2014 - A jornalista Joyce Ribeiro, que trabalha no SBT, sofreu uma série de ofensas em um site da internet e fez denúncia de racismo na Delegacia Geral de Polícia de São Paulo Mais
Arquivo pessoal
11.dez.2014 - O padre Wilson Luís Ramos foi transferido da paróquia matriz de Adamantina (a 578 km de São Paulo) após ter sido vítima de racismo por parte dos fiéis Mais
Fábio Aleixo / UOL
28.jan.2015 - Capitã da seleção brasileira de vôlei e uma das principais jogadoras do Sesi-SP, a central Fabiana usou seu perfil no Facebook para fazer um desabafo contra um caso de racismo sofrido durante partida contra o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte. A jogadora, que é mineira, afirmou que durante a partida foi chamada diversas vezes de "macaca" por um torcedor. "Vivenciar isso é difícil e duro! Vivenciar isso na minha terra, torna tudo pior! Ontem durante o jogo contra o Minas, um senhor disparava uma metralhadora de insultos racistas em minha direção. Era macaca quer banana, macaca joga banana, entre outras ofensas". O torcedor foi retirado do ginásio pela direção do Minas Tênis Clube e encaminhado à delegacia. Outras jogadoras apoiaram Fabiana em protestos antes de partidas subsequentes da Superliga Feminina Mais
Reprodução/Facebook
29.mar.2015 -O americano Jonathan Duran, 42, diz que o filho dele de oito anos foi vítima de racismo na frente de uma loja na rua Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste de SP). Enquanto ele telefonava para a mulher, uma funcionária da loja falou para o garoto: "Você não pode vender nada aqui". "Ele não estava vendendo nada. Na hora, fiquei sem reação. Falei 'ele está comigo, é meu filho' e saímos de lá", contou. Procurada, a loja informou que "sempre se posicionou de forma democrática em todas as suas expressões". O Ministério Público instaurou inquérito contra a Animale Mais
Reprodução/Facebook
30.mar.2015 - A Unesp (Universidade Estadual Paulista) vai apurar supostos excessos cometidos durante uma festa de recepção aos calouros, na qual os estudantes vestiam fantasias semelhantes às usadas pelos carrascos da Inquisição, relacionados à tortura na Idade Média. Para os estudantes da universidade, porém, eles lembram as roupas usadas pela Ku Klux Klan, seita norte-americana que pregava a supremacia da "raça branca". Os alunos da 48º turma da FMB (Faculdade de Medicina de Botucatu) da Unesp se desculparam pelo Facebook. ?Pedimos sinceras desculpas à sociedade e a todos que se sentiram de alguma forma ofendidos pela escolha infeliz da fantasia.? Mais
Reprodução/Facebook
6.mai.2015 - A jornalista do Distrito Federal Cristiane Damacena foi alvo de uma série de ataques racistas no Facebook depois que trocou a foto do seu perfil na rede social no dia 24 de abril. Os policiais avaliam que é possível chegar a todos os suspeitos. Nos últimos três anos, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos registrou 944 casos de injúria racial. Uma página de apoio à jornalista foi criada na rede social "Cristiane Damacena estamos com você linda" Mais