Saiba onde estava Temer nos principais momentos da política recente

Alan Marques/Folhapress
Com quase 50 anos de carreira, o presidente interino, Michel Temer (PMDB), sempre circulou entre nomes importantes da política nacional, como mostra a imagem acima: (à esquerda) em 1985, como secretário de Segurança de São Paulo ao lado de (esq. para dir.) Mário Covas (prefeito de São Paulo), Fernando Henrique Cardoso (senador) e do governador Franco Montoro; e em 2015, já como vice-presidente, entre o ministro da Defesa, Jaques Wagner, e a presidente Dilma Rousseff. Veja onde Temer estava em outros momentos marcantes dos últimos 30 anos Mais
Roosewelt Pinheiro/ABr e Márcia Zoet/Folhapress
FOI PRESIDENCIALISTA NA CONSTITUINTE (1987-1988): Michel Temer iniciou a carreira política nos anos 60, como oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, secretário de Educação do então governador de São Paulo, Adhemar de Barros, no período 1963-1966. Mas foi como deputado da Assembleia Constituinte, pelo PMDB, que começou a despontar. No período, Temer foi da Comissão de Justiça e, dentre outros feitos, defendeu o regime presidencialista --contra propostas de parlamentarismo no país-- e foi responsável por definir as competências das polícias Civil e Militar na Constituição Mais
Chico Ferreira e Lalo de Almeida/Folhapress
NAS ELEIÇÕES DE 1989, TENDEU PARA O "QUERCISMO": na primeira eleição direta para presidente após o regime militar, Temer ainda cumpria mandato de deputado federal constituinte. Na época, o candidato do PMDB Ulysses Guimarães sofreu com a oposição interna da ala do partido ligada a Orestes Quércia, que também queria sair candidato. Ulysses ficou apenas em sétimo lugar no pleito que elegeu Fernando Collor (à esq.). No fim de 1989, Temer foi um dos deputados que se reuniu com Quércia (à esq da foto de 1995) para discutir a criação de um novo partido (que acabou não se concretizando) Mais
Jorge Araújo/Folhapress
DEFENDEU O IMPEACHMENT DE COLLOR (1992): Durante boa parte daquele ano, Temer atuou como procurador-geral de São Paulo --doutor em direito, Temer teve longa carreira como jurista. Ao lado de outros 19 procuradores de Estados, defendeu a votação nominal e aberta do pedido de impeachment de Fernando Collor na Câmara. Em 1994, já no governo Itamar Franco, Temer disse: "Pela primeira vez na história do Brasil, o Legislativo conseguiu colocar para fora um presidente da República pela via constitucional" Mais
Niels Andreas e Sérgio Tomisaki/Folhapress
O "BOMBEIRO" DO MASSACRE DO CARANDIRU (1992): Michel Temer ganhou visibilidade assumindo o lugar do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Pedro Franco, que caiu por ordem do então governador, Luiz Antônio Fleury Filho. Fleury estava pressionado pela opinião pública após ter dado a ordem que causou a morte de 111 presos na penitenciária do Carandiru. Temer já havia sido secretário de Segurança na gestão de Franco Montoro, entre 1984 e 1986 Mais
Sérgio Lima e Marcio Arruda/Folhapress
NO PLANO REAL, TENTOU SE CANDIDATAR AO GOVERNO DE SP (1994): Na época do plano que mudou a economia do país, Temer estava focado nas eleições para governador. Era secretário de governo de Fleury (segundo da dir. para esq.) e saiu do cargo para tentar a pré-candidatura ao governo de São Paulo. Mas acabou articulando um acordo e apoiou o colega de partido José Munhoz, para que o favorito de Fleury --José Fernando da Costa Boucinhas, então secretário de Planejamento-- perdesse espaço na disputa interna. Na corrida eleitoral, Temer se reelegeu deputado federal Mais
Lula Marques/Folhapress
"PEITOU" FHC JÁ NO PRIMEIRO MANDATO (1995-1998): em outubro de 1994, em meio ao segundo turno das eleições para presidente e governador, Temer e outras 86 lideranças do PMDB declararam abertamente apoio a Mário Covas em São Paulo --amigo pessoal de José Serra, Temer sempre teve proximidade com os tucanos. No ano seguinte, já como líder do PMDB na Câmara, Temer reivindicou mais espaço no governo e conseguiu de FHC (à esq.) a garantia de que o PMDB teria cargos Mais
Lula Marques/Folhapress
GARANTIU A APROVAÇÃO DA REELEIÇÃO E DA CPMF (1997): Quando a Câmara aprovou a emenda constitucional da reeleição, que permitiu que FHC pudesse realizar um segundo mandato, Temer era líder do PMDB na Casa e garantiu o apoio de 67 peemedebistas. À frente da Câmara no biênio 1997-1998, ele desengavetou o projeto do novo Código Civil, aprovado na gestão de Aécio Neves, e esteve à frente da aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), criada por uma medida provisória em 1996, da lei que instituiu a taxa até 2007 Mais
Alan Marques/Folhapress
RIVALIZOU COM ACM NO 2º MANDATO DE FHC (1999-2002): Sem candidato próprio a presidente em 1998, o PMDB de Temer apoiou FHC informalmente na reeleição. Mas as relações começaram a estremecer no ano seguinte. Um dos principais aliados de Fernando Henrique (à dir), Antônio Carlos Magalhães (PFL) era presidente do Senado (segundo da dir. para esq.), e Temer estava à frente da Câmara (1999-2000). ACM resolveu cobrar de Temer agilidade na votação da reforma do Judiciário. A discussão entre os dois teve até ofensas pessoais Mais
Adriano Machado/Folhapress
TENTOU SE APROXIMAR DE LULA NO 1º MANDATO (2003-2006): Amigo de José Serra, Temer, já como presidente nacional do PMDB (desde 2001, onde continua até hoje), articulou em 2002 para a peemedebista Rita Camata ser a vice na chapa do tucano nas eleições para presidente. Após a vitória de Lula, houve uma tentativa de o PMDB se aproximar do PT via José Dirceu, mas Lula não quis. Temer também foi cotado para ser o vice de Marta Suplicy nas eleições para prefeito de São Paulo, e houve nova recusa dos petistas Mais
Jefferson Rudy/Folhapress
MENSALÃO E MENSALINHO (2005): Além do enorme escândalo político deflagrado pela denúncia de Roberto Jefferson (acima), o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, teve que renunciar por conta de uma propina recebida para deixar o empresário Sebastião Buani instalar seus restaurantes na Casa. E onde estava Temer? Foi mais uma vez cotado para presidir a Câmara, mas, à época, Lula descartou a possibilidade: "O Michel é um grande quadro, mas não sei se será o caso", disse em setembro de 2005. Acima, Temer e Severino (à dir.) em foto de 1997 Mais
Sérgio Lima/Folhapress
PMDB SE ALIA AO PT NO 2º MANDATO DE LULA (2007-2010): O peemedebista começa a se "rebelar" discretamente contra o governo petista. Em seu terceiro mandato como presidente da Casa (2009-2010), Temer chegou a declarar que queria "restringir a atividade legislativa do Executivo", após decidir que as medidas provisórias não poderiam mais trancar a pauta do plenário em matérias que não fossem leis ordinárias. No fim de 2009, conseguiu garantir a vaga de vice da chapa de Dilma Rousseff nas eleições de 2010 Mais
Flávio Florido/UOL
ENFIM VICE-PRESIDENTE, MAS COM PMDB RACHADO (2011-2014): Em 9 de março de 2012, a "Folha de S. Paulo" já revelava que Dilma sofria a insatisfação da base aliada, incluindo aí o PMDB do vice, Michel Temer. Essa crise durou praticamente toda o primeiro mandato da presidente e permitiu, entre outras coisas, a ascensão da influência do também peemedebista Eduardo Cunha na Câmara, graças ao apoio do "baixo clero" parlamentar. Enquanto isso, Temer "lavou as mãos" e se resignou em permanecer ao lado de Dilma apenas de forma protocolar Mais
Marcelo Sayao/EFE
NOVAMENTE VICE E TAMBÉM ARTICULADOR (2015): Mesmo com a pressão interna de parte dos quadros do PMDB, Temer continuou fiel a Dilma na chapa das eleições de 2014 e nos primeiros meses de 2015: em abril, foi nomeado o articulador político do governo. Na função, tentou convencer o Congresso e os partidos a apoiar Dilma na crise, além de afirmar que a recessão econômica seria algo para ser rapidamente superada. Não conseguiu sucesso em agregar a base nem em acalmar a oposição. Pior: a indisposição do PMDB com Dilma continuou crescendo Mais
Fran Welton/Divulgação
COM UM PÉ "FORA DO BARCO" DE DILMA (2015) - Com a pressão da oposição por um impeachment da presidente e os escândalos da Operação Lava Jato ainda em andamento, Temer foi colocando o pé "fora do barco" do governo. No fim de agosto daquele ano, segundo a "Folha", o vice teria se irritado com Dilma por não ter sido consultado sobre a possibilidade da recriação da CPMF. Deixou o cargo de articulador político e começou a defender ideias como "o governo precisa evitar remédios amargos para sair da crise" e "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice de aprovação [do governo]" Mais
Alan Marques/Folhapress
A CARTA DA RUPTURA (2015) - No início de dezembro, com o processo de impeachment da presidente Dilma aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer explicitou as divergências com o governo em uma carta destinada diretamente à presidente. Ele listou uma série de episódios que demonstrariam a "absoluta desconfiança" que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB por parte da petista. O peemedebista alega que passou os quatro primeiros anos do governo como "vice decorativo". "Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB", escreveu Mais
Evaristo Sá-12.mar.2016/AFP
SAÍDA DO PMDB DO GOVERNO E GRITO DE "TEMER PRESIDENTE" (2016) - Em março de 2016, o PMDB oficializou o "desembarque" do partido no governo Dilma, colocando fim a uma aliança de 13 anos com o PT. A reunião que definiu a saída do PMDB durou apenas três minutos e foi encerrada com gritos de "Fora, PT" e "Brasil para frente, Temer presidente". Michel Temer não participou dela. Após o desembarque, ministros entregaram seus cargos, mas Temer afirmou que não renunciaria ao mandato de vice-presidente Mais
Ueslei Marcelino/Reuters
DE ARTICULADOR POLÍTICO A "CHEFE CONSPIRADOR" (2016) - Durante ato de políticos, estudantes e educadores contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, a presidente chamou Michel Temer de "chefe conspirador" contra o governo e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, de "vice-chefe". O discurso foi feito após a divulgação de um áudio em que Temer fala como se o impeachment da presidente já tivesse sido aprovado, antes mesmo de ele ter sido votado no plenário da Câmara Mais
Reprodução/"Folha de S.Paulo"
VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT NA CÂMARA (2016) - Temer acompanhou a sessão ao lado de apoiadores na residência oficial. A imagem do então vice-presidente sorrindo foi publicada em redes sociais por aliados políticos Mais
Pedro Ladeira/Folhapress
POSSE DE NOVOS MINISTROS (2016) - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) cumprimenta o presidente interino, Michel Temer (PMDB), durante cerimônia de posse dos novos ministros do governo, no Palácio do Planalto, em Brasília. O ato aconteceu logo após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Temer empossou 23 ministros, todos homens, diminuindo a quantidade de ministérios Mais
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
CONGRESSO DEMONSTRA APOIO A TEMER - O presidente interino entrega ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB- AL), a proposta de nova meta fiscal para o ano de 2016, com deficit de R$ 170 bilhões, em encontro no Congresso Nacional. A aprovação da nova meta fiscal do governo foi considerada o primeiro grande teste do suporte político de Temer Mais
Mark Humphrey/AP
VAIAS NA ABERTURA DA OLIMPÍADA (2016) - Michel Temer foi vaiado por torcedores nas arquibancadas do Maracanã ao declarar abertos os Jogos Olímpicos do Rio, em 5 de agosto. Houve uma tentativa tímida de abafar os gritos e fogos logo em seguida. Ficou claro que Temer tinha razão ao pedir para evitar que seu nome fosse citado na cerimônia. Devido às manifestações, ele decidiu não comparecer ao encerramento dos jogos Mais
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
NOVO PRESIDENTE DO BRASIL - Michel Temer toma posse como presidente do Brasil no plenário do Senado Federal, em Brasília, após afastamento definitivo da agora ex-presidente Dilma Rousseff Mais