Da reeleição ao pedido de impeachment, veja cronologia da crise política
Pedro Ladeira/Folhapress 26.out.2014 - A presidente Dilma Rousseff (PT) é reeleita na disputa mais acirrada da história e comemora ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma festa para a militância em Brasília. Ela derrotou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno MaisMiguel Schincariol/AFP 6.dez.2014 - Antes mesmo da posse de Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros líderes da oposição ao PT no Congresso gravaram vídeos convocando pessoas a comparecerem a um protesto contra o governo e a presidente Dilma Rousseff em São Paulo MaisSergio Lima/Folhapress 18.dez.2014 - Minutos antes do início da cerimônia de diplomação de Dilma, o PSDB pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a cassação do registro de candidatura da presidente reeleita e do vice, Michel Temer (PMDB). O pedido foi arquivado Pedro Ladeira/Folhapress 1º.jan.2015 - A presidente Dilma Rousseff toma posse de seu segundo mandato, no Palácio do Planalto, ao lado do vice-presidente Michel Temer MaisLaycer Tomaz/Câmara dos Deputados 1º.fev.2015 - O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é eleito presidente da Câmara. Ele teve o voto de 267 dos 513 deputados e derrotou os outros três concorrentes: Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos e era apoiado pelo Planalto, Júlio Delgado (PSB-MG), que teve cem votos, e Chico Alencar (PSOL-RJ), que teve oito. Conhecido por suas críticas ao governo, Cunha já era temido por integrantes do Planalto MaisFábio Motta/Estadão Conteúdo 4.fev.2015 - A presidente da Petrobras, Graça Foster, e cinco dos seis diretores da estatal renunciam aos seus cargos. A saída da diretoria aconteceu em meio ao escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato e à dificuldade da gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos MaisLuis Macedo/Câmara dos Deputados 26.fev.2015 - A Câmara dos Deputados instala mais uma CPI para apurar irregularidades na Petrobras. Foi o terceiro grupo criado no Congresso Nacional para investigar o tema em menos de um ano MaisPedro Ladeira/Folhapress 3.mar.2015 - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminha ao STF (Supremo Tribunal Federal) a lista de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, que incluía os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) MaisMarcelo D. Sants/Frame/Frame/Estadão Conteúdo 8.mar.2015 - Brasileiros fazem o primeiro ''panelaço'' durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na televisão. A presidente foi vaiada nas ruas de várias cidades do país durante sua fala no rádio e na TV por ocasião do Dia da Mulher, e a prática foi repetida em outras entrevistas de Dilma daí em diante. Foi o último pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de rádio e televisão MaisJorge Araújo/Folhapress 15.mar.2015 - Manifestantes lotam as ruas em todo o país no primeiro grande protesto de massa pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra o governo federal e contra a corrupção em todos os Estados do país, além do Distrito Federal, segundo as polícias militares locais MaisPedro Ladeira/Folhapress 18.mar.2015 - O ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), pede demissão após uma fala sua na Câmara ter gerado revolta entre parlamentares na base aliada. Convocado pelo Legislativo para explicar por que chamou os deputados de "achacadores", Cid Gomes disse na tribuna do plenário da Câmara que "partidos de oposição têm o dever de fazer oposição". "Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo", disse, em referência a Eduardo Cunha, do PMDB, partido da base do governo MaisPedro Ladeira/Folhapress 7.abr.2015 - Com dificuldades para negociar com o Congresso, a presidente Dilma decide transferir para o vice-presidente Michel Temer as atribuições da articulação política do governo MaisJorge Araújo/Folhapress 12.abr.2015 - Ao menos 590 mil pessoas vão às ruas para protestar contra o governo federal e contra a corrupção em 24 Estados e o Distrito Federal. À epoca, o vice-presidente Michel Temer disse que o governo estava prestando atenção nas manifestações MaisEd Ferreira/Folhapress 27.mai.2015 - Lideranças do Movimento Brasil Livre, um dos principais organizadores dos protestos anti-Dilma, percorreram cerca de 1.100 quilômetros em 33 dias, entre São Paulo e Brasília, onde apresentaram um pedido formal de impeachment da presidente MaisEd Ferreira/Folhapress 17.jul.2015 - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já acumulava atritos com o Planalto, anuncia que será oposição ao governo. O anúncio ocorreu um dia após o consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, delator na operação Lava Jato, declarar que repassou US$ 5 milhões para o deputado MaisUeslei Marcelino/Reuters 30.set.2015 - Desaprovação do governo da presidente Dilma chega a 69%, segundo pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O índice é o maior já registrado pelo instituto desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 1986 MaisRoberto Stuckert Filho/PR 2.out.2015 - A presidente Dilma Rousseff anuncia reforma administrativa na qual cortou oito ministérios, mas, ao mesmo tempo, ampliou o espaço do PMDB, de seis para sete ministérios, com objetivo de assegurar apoio ao governo no Congresso em meio à discussão sobre o impeachment da presidente e a votação do ajuste fiscal MaisFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil 6.out.2015 - O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decide, por 5 votos a 2, abre uma ação para investigar a campanha que elegeu a presidente Dilma e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) em 2014, o que pode levar à cassação do mandato de ambos. Foi a primeira vez que a corte abriu uma Aime (ação de impugnação de mandato eletivo) contra um presidente empossado MaisEraldo Peres/AP 7.out.2015 - Um dia depois da ação aberta pelo TSE, o TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou a reprovação das contas de 2014 do governo da presidente Dilma. Esta foi a segunda vez que o TCU recomendou a reprovação das contas de um presidente desde que o órgão foi criado, em 1890 --a primeira foi com Getúlio Vargas, em 1937. O episódio conhecido como "pedaladas fiscais" foi um dos principais pontos que embasaram a decisão dos ministros MaisPedro Ladeira/Folhapress 21.out.2015 - Eduardo Cunha recebe das mãos dos líderes da oposição e da filha do jurista Hélio Bicudo, Maria Lúcia Bicudo, o pedido de impeachment que contempla as chamadas pedaladas fiscais que teriam sido cometidas em 2015. Este foi o 27º pedido de impeachment protocolado na Câmara em 2015, mas foi considerado por políticos e movimentos sociais de oposição como o principal deles MaisDida Sampaio/Estadão Conteúdo 3.nov.2015 - Conselho de Ética dá início ao processo que pode levar à perda do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. O processo começou a tramitar três meses após vir a público o depoimento do delator da operação Lava Jato que ligou Cunha ao esquema de corrupção na Petrobras MaisAndré Dusek/Estadão Conteúdo 21.nov.2015 - Manifestantes acampam no gramado do Congresso para pedir o impeachment da presidente Dilma e entram em confronto com ativistas pró-Dilma. A polícia acabou retirando as barracas após a confusão MaisDivulgação 2.dez.2015 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), anuncia que a bancada do partido fechou questão a favor da admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão contrariava os esforços do Palácio do Planalto para livrar Cunha do processo, que pode culminar com a cassação de seu mandato. A votação no Conselho de Ética acabou adiada MaisPedro Ladeira/Folhapress 02.dez.2015 - Eduardo Cunha anuncia que aceita o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff feito pelos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Junior. Cunha nega que seja uma retaliação à decisão da bancada do PT de votar contra ele no Conselho de Ética MaisUeslei Marcelino/Reuters 2.dez.2015 - A presidente Dilma Rousseff se diz "indignada" com a abertura de um processo de impeachment contra ela na Câmara dos Deputados. Ela disse ainda nunca ter cometido "ato ilícito" e disse crer no arquivamento do pedido MaisBlog do Planalto/Reprodução 3.dez.2015 - Um dia após aceitar o pedido de impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) "mentiu à nação quando disse que não autorizava qualquer barganha. A barganha veio, sim, veio proposta pelo governo e eu recusei a barganha". A resposta do Planalto não tardou. "O deputado Moura não esteve com a presidente, esteve comigo. Eu sempre discuti pauta econômica com ele, [que funcionava] como emissário da Câmara. Eu nunca conversei com André Moura sobre arquivamento ou não de pedido de impeachment", reagiu Jaques Wagner, ministro da Casa Civil, em entrevista coletiva MaisPedro Ladeira/Folhapress 3.dez.2015 - A Câmara dos Deputados leu no início da tarde desta quinta-feira (3) a decisão do presidente da Casa de acolher o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) formulado por juristas com o apoio político de partidos da oposição. A leitura foi feita durante mais de três horas pelo primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Em seguida, Cunha leu seu parecer em cerca de meia hora. Ao final da longa leitura, o plenário da Câmara estava praticamente vazio MaisRoberto Stuckert Filho/PR 4.dez.2015 - Em seu primeiro evento público após a aceitação do pedido de impeachment pela Câmara, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi recebida nesta sexta-feira (4) por um auditório lotado com gritos de "não vai ter golpe". Ela voltou a dizer que foi eleita democraticamente e afirmou que irá lutar "com todos os instrumentos" em defesa de seu mandato. A presidente participouda 15ª Conferência Nacional de Saúde, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A conferência reúne os conselhos de saúde de Estados e municípios, formados por representantes de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e por gestores públicos MaisPiervi Fonseca/AGIF 7.dez.2015 - O vice-presidente Michel Temer enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff na qual relata episódios de "absoluta desconfiança" que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB por parte da petista. O peemedebista alega que passou os quatro primeiros anos do governo como "vice decorativo" e que foi "menosprezado". Mais cedo, nesta segunda, Dilma havia dito que "Não tem por que desconfiar dele um milímetro" MaisKleyton Amorim/UOL 8.dez.2015 - Em votação secreta, a chapa apoiada pela oposição e por uma ala do PMDB foi eleita nesta terça-feira (8) para a comissão que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara, com 272 votos dos 471 deputados que votaram. A chapa apoiada pelo PT e pelo governo teve 199 votos. Poucas horas depois, o ministro Edson Fachin, do STF, proibiu que seja instalada a comissão especial que irá analisar o processo e suspendeu todos os prazos MaisEraldo Peres/AP 9.dez.2015 - O vice-presidente Michel Temer foi chamado pela presidente Dilma para uma conversa no Palácio do Planalto após a divulgação de uma carta que o peemedebista enviou para a petista em tom de desabafo e criticando a falta de confiança da presidente. O encontro durou cerca de 50 minutos. "Combinamos, eu e a presidente Dilma, que nós teremos uma relação pessoal e institucional que seja a mais fértil possível", disse aos jornalistas após o encontro MaisWerther Santana/Estadão Conteúdo 13.dez.2015 - Apontadas como uma espécie de termômetro para o impeachment da presidente da República, as primeiras grandes manifestações antigoverno ocorridas depois da acolhida do processo de impedimento de Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não contaram com grande comparecimento da população. Para os organizadores, os protestos deste domingo foram apenas um "esquenta" para manifestações maiores em 2016 MaisEvaristo Sá/AFP 16.dez.2015 - No primeiro dia do julgamento que pretende definir o rito do processo de impeachment, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin votou favoravelmente à manutenção da eleição pela Câmara dos Deputados da comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Fachin, que é o relator do caso no Supremo, se posicionou contrariamente aos principais pontos da eleição contestados pela ação do PC do B, partido aliado ao governo. Outros dez ministro ainda não votaram e o julgamento deve ser concluído nesta quinta-feira (17) MaisMiguel Schincariol/AFP 16.dez.2015 - Três dias após as manifestações a favor do impeachment de Dilma, protestos contrários à destituição da petista ocorreram nesta quarta (16) em ao menos 21 capitais do país mais o DF. Segundo o Datafolha, 55 mil pessoas foram aos atos em São Paulo. No domingo (13), 40,3 mil pessoas estiveram na avenida Paulista em defesa do impeachment, ainda segundo o Datafolha MaisAlan Marques/Folhapress 17.dez.2015 - Após dois dias de julgamento sobre as regras de tramitação do processo de impeachment, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu de forma contrária à eleição da chapa apoiada pela oposição para a comissão especial da Câmara que vai analisar a denúncia de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A Corte também determinou que o voto deve ser aberto, não secreto, na comissão. A maioria dos ministros também votou favoravelmente a que o Senado tenha o poder de arquivar uma eventual abertura do processo de impeachment pela Câmara MaisPedro Ladeira/Folhapress 1º.fev.2016- O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entrou no STF (Supremo Tribunal Federal) com recurso questionando a decisão do Supremo que fixou as regras para a tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma. O recurso é chamado de embargos de declaração, e tem o objetivo de pedir o esclarecimento de pontos considerados contraditórios ou sobre os quais existam dúvidas. O documento classifica a decisão do Supremo como uma grave questão institucional sobre a liberdade da Câmara dos Deputados Mais