Vice-presidentes que marcaram história do Brasil

Wikimedia Commons
Floriano Peixoto: primeiro vice-presidente da República brasileira, Floriano foi suplente (e opositor) de Deodoro da Fonseca entre fevereiro e novembro de 1891. Com a renúncia de Deodoro, que sofria forte pressão política e popular, assumiu a Presidência e governou no regime que ficou conhecido como "mão de ferro" até o final do mandato, em 1894. Venceu um período conturbado por movimentos rebeldes. Foi marechal do Exército, como o antecessor Mais
Domínio público
Nilo Peçanha: foi eleito vice-presidente pela chapa vitoriosa no pleito presidencial que elegeu Afonso Pena em 1906. Assumiu o poder três anos depois, com a morte do titular. Em seu governo, Peçanha restaurou o Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio e incentivou a policultura, com o objetivo de diminuir a dependência econômica do país Mais
Wikimedia Commons
Delfim Moreira: presidente entre 1902 e 1906, Rodrigues Alves iria para seu segundo mandato após vencer as eleições de 1918, mas não chegou a assumir o cargo - doente em virtude da gripe espanhola, morreu em janeiro de 1919. Delfim Moreira, o vice, foi presidente por nove meses entre 1918 e 1919 até a vitória de Epitácio Pessoa nas novas eleições que foram convocadas. Nesse período, também com problemas de saúde, delegou a maioria de suas funções ao titular da pasta da Viação, Francisco de Melo Franco. Retomou o cargo de vice até sua morte, em 1920 Mais
Wikipedia Commons
Vital Soares: se tornou notório por ter sido o primeiro vice-presidente impedido de assumir o cargo. Ele era suplente de Júlio Prestes na chapa comandada pelo PRP (Partido Republicano Paulista) eleita no pleito presidencial de 1930, deposta pela Revolução que eclodiu naquele mesmo ano. Segundo colocado nas eleições pela Aliança Liberal, Getúlio Vargas se tornou presidente do Brasil, cargo que ocupou até 1945 (e depois novamente entre 1951 e 1954) Mais
Acervo UH/Folhapress
Café Filho: participou da chapa que elegeu Getúlio Vargas para seu segundo mandato, em 1950, e conquistou a vitória para a vice-presidência - na época, o suplente era eleito em um pleito separado. Com o suicídio de Vargas, assumiu a Presidência em 24 de agosto de 1954. Entregou o cargo a Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados, em novembro do ano seguinte, após ter sofrido um ataque cardíaco. Luz acabou deposto três dias depois pelo general Henrique Lott, ministro da Guerra, e o primeiro vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, completou os dois meses e meio de mandato. Acusado de conspirar contra o presidente eleito Juscelino Kubitschek, de quem foi opositor nas eleições de 1955, Café Filho foi impedido pelos militares de retomar o poder nesse período Mais
Library of Congress/Wikimedia Commons/Wikipedia
João Goulart: ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do governo de Getúlio Vargas (1953-1954) e herdeiro político do ex-presidente no PTB, conquistou a vitória para o cargo de vice-presidente nas eleições de 1955, ao lado de JK, e foi reeleito quatro anos depois. Não compôs chapa com o presidente eleito em 1960, Jânio Quadros, e assumiu após a renúncia deste, sete meses depois de chegar ao Palácio do Planalto. Sofrendo forte oposição, no entanto, Jango, como era conhecido, só conseguiu se tornar presidente após a aprovação pelo Congresso de uma emenda institucional que instaurou o parlamentarismo. Jango reverteu a situação após um plebiscito em janeiro de 1963, retomando o poder Executivo, mas foi deposto pelo golpe militar de 31 de março de 1964 em um momento de turbulência política e econômica Mais
Arquivo
Pedro Aleixo: político civil da Arena, o partido dos militares, se tornou vice-presidente do general Arthur da Costa e Silva (1967-1969). Seria o sucessor natural de Costa e Silva quando este foi afastado por problemas de saúde em agosto de 1969, mas foi impedido por uma Junta Militar provisória que escolheu Emilio Garrastazu Medici como o novo presidente, assumindo em outubro. Antes disso, Aleixo tinha se oposto ao Ato Institucional número 5, decretado em dezembro de 1968 e considerado por ele como uma institucionalização da ditadura. Ele também atuou para reformular a Constituição, atos que o enfraqueceram diante dos generais (na foto, documento registra uma reunião do Alto-Comando do Exército que definiu o destino de Aleixo) Mais
Tadashi Nakagomi/Folhapress
José Sarney: fundador do PDS, sucessor da Arena, o ex-governador do Maranhão (1966-1971) deixou o partido em 1984 , por ser contrário à escolha de Paulo Maluf para disputar a eleição indireta à presidência da República, no ano seguinte. Ingressou no PMDB e foi indicado como vice-presidente na chapa de Tancredo Neves pela Frente Liberal, vitoriosa em janeiro de 1985. Tancredo, no entanto, adoeceu e Sarney assumiu a presidência interinamente, em março, e de forma definitiva após a morte do político mineiro, um mês depois. O governo Sarney (1985-1990) foi marcado por medidas econômicas fracassadas de combate à inflação e pelo estabelecimento da nova Constituição Mais
Sérgio Lima/Folhapress
Itamar Franco: ex-senador mineiro entre 1975 e 1990 (eleito pelo MDB, depois PMDB), Itamar ingressou no PRN (Partido da Reconstrução Nacional) como vice de Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais de 1989. Itamar, no entanto, se distanciou de Collor à medida em que o titular promovia medidas econômicas drásticas que não detiveram a hiperinflação. Itamar assumiu o governo em dezembro de 1992, após o processo de impeachment sofrido por Collor que acarretou na renúncia do presidente. O Governo Itamar (1992-1994) foi marcado pelo lançamento do Plano Real, em 1º de março de 1994, que promoveu a queda da inflação e o crescimento da atividade econômica e do consumo Mais
Roberto Jayme/UOL
Michel Temer: presidente do PMDB há 14 anos e três vezes presidente da Câmara dos Deputados, Temer se tornou um dos articuladores que aproximou o partido do PT, apoio consolidado nas eleições de 2010 com sua escolha como vice-presidente na chapa vencedora de Dilma Rousseff. Discreto nos primeiros quatro anos de mandato, virou articulador do governo em abril deste ano, com a chefe do Planalto já sob forte pressão. Deixou o cargo em agosto e passou a elevar o tom contra Dilma, culminando na carta de desabafo que enviou à presidente, tornada pública em 8 de dezembro. No texto, ele lista uma série de episódios que demonstrariam a "absoluta desconfiança" que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB por parte da petista e alega que passou os quatro primeiros anos do governo como "vice decorativo". Para cientistas políticos, o texto significou um movimento do peemedebista de se posicionar como possível postulante à Presidência, caso Dilma sofra o impeachment Mais